quarta-feira, 17 de agosto de 2011

A lei do piso - Emerson Monteiro

As contradições de governo pedem sérias avaliações do senso crítico. A propósito, no dia 16 de agosto de 2011, enquanto o Executivo Federal anunciava a criação de mais de duas centenas de universidades e institutos de educação profissionalizante nas diversas regiões do País, os professores do Brasil inteiro decretavam um dia de greve para protestar contra o não cumprimento da lei nacional do piso salarial dos profissionais da educação por parte dos governos estaduais e municipais.

Criar leis avançadas e os próprios agentes públicos deixarem de cumpri-las significa, no mínimo, profunda contradição oficial de quem pede empenho aos setores da vida civil no estado democrático. O exemplo que deveria advir dos primeiros responsáveis representa fator essencial na boa ordem política. Querer que o cidadão médio obedecesse às determinações legais sem os mandatários apresentarem correspondente comportamento deixaria margem ao enfraquecimento das instituições em vigor.

A movimentação grevista dos professores, com isso, ganha o apoio da sociedade, porquanto reclama o justo e devido cumprimento legal do festejado diploma legislativo, conquista dos ingentes esforços coletivos de séculos, carência e meio de aperfeiçoamento do ensino, crescimento da escola e convergência dos anseios da juventude todo tempo.

Desta forma, os professores agem numa reação natural ao que pode ser considerado desrespeito aos avanços pretendidos pela padronização dos ganhos de quem se dedica ao ofício espinhoso de transmitir o conhecimento, importante fator do progresso e da civilização.

Diante, pois, das justas reivindicações dos professores ao cumprimento, pelas autoridades, da lei do piso salarial que haja firmeza e resultados favoráveis, a produzirem melhor educação graças ao empenho continuado de muitas conquistas em vias da realização plena. A lei existe. Agora chega o momento de praticar os atos administrativos que ele impõe com sabedoria.

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