terça-feira, 20 de setembro de 2011

a borboleta do pântano

O seu cheiro de lama atrai.
É o que diz a minha borboleta do pântano.

Ela não se cansa de cheirar meus cabelos.
Meus braços, minhas costas e orelhas.

Criança doida a minha borboleta do pântano.
Uma fadinha lilás, inteligente e sorriso faceiro.

Um dia ela disse que me mataria na cama.
Tiraria minha pele e venderia no mercado da sua aldeia.

Jurou-me de morte caso eu tatuasse meu antebraço.
Mas ela tem uma tatuagem no tornozelo, uma lira.

A minha borboleta do pântano
quando pousa sobre meu ombro
não quer mais ir embora e vive
sussurrando aos meus ouvidos
que meu cheiro de lama atrai.

Nâo duvido que ela me mate na cama.
Suado ela esprema meu pescoço até
a última gota do meu cheiro de lama.

A minha borboleta do pântano
é um perigo, mas a sua tatuagem
no tornozelo (uma lira) comove-me.

Não sabe ela
que sou eu
um dia

que a sangro
tirando-lhe do tornozelo
aquela tatuagem fantástica.

De que as borboletas do pântano gostam para dormir?
Preciso pesquisar que tipo de vinho misturado a sonífero
ela poderá tomar sem desconfiar do meu entusiasmo
nem do gosto da mistura mágica.

É certo,
dormindo ela
arranco-lhe da pele
aquela tatuagem incrível.

Se ela não conseguir antes, claro
matar-me na cama e espremer meu pescoço
tirando até a última gota do meu cheiro de lama.

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