domingo, 25 de setembro de 2011

Culpa no cartório ??? - José Nilton Mariano Saraiva

Falta de respeito, imoralidade, descaso e safadeza explícita para com todos nós, pobres mortais-comuns. É o mínimo que se pode deduzir das imagens veiculadas pela TV e que mostram o absurdo e surreal “teatro chinfrim” armado por dois “respeitáveis” (???) deputados federais quando de uma das sessões da Comissão de Constituição e Justiça (???) da Câmara Federal, em Brasília, na quinta-feira passada, 22.09.11.
Presidida pelo deputado federal César Colnago (PSDB-ES), tendo como votante apenas e tão somente o também deputado Luiz Couto (PT-PB) e sob os olhares incrédulos de alguns assessores, a mambembe e escabrosa “palhaçada” não durou mais que três (03) minutos, ao final dos quais foram aprovados incríveis cento e dezoito (118) projetos (entre os quais concessões de radiodifusão, projetos de lei e acordos internacionais). Acontece que, como lá ninguém quer mesmo nada com a vida (só comparecem em plenário às terças e quartas e folgam de quinta a segunda), àquela hora todos os demais deputados já se encontravam nos respectivos estados a fim de curtir o final de semana, depois de assinarem a lista de presença pela manhã.
Nas imagens veiculadas, o presidente da sessão, numa cena deprimente. já que dirigindo-se a um plenário vazio e entregue às moscas, é enfático: “...Em discussão. Não havendo quem queira discutir, os deputados que concordam com a aprovação em bloco dos pareceres permaneçam como se encontram. Aprovado”. E atentem que os dois “nobres” deputados integram a Comissão de Constituição e Justiça (???) da Câmera Federal e deveriam zelar pelo bom nome do Legislativo.

Também, fazer o quê, se o próprio poder Judiciário brasileiro é um antro de corrupção, roubalheira e falcatruas, conforme sugeriu recentemente o deputado estadual do Ceará, Moésio Loiola, numa sessão pública, ao dirigir-se diretamente ao presidente da OAB-CE Valdetário Monteiro e afirmar com todas as letras que “... o poder Judiciário pouco difere dos poderes Executivo e Legislativo em matéria de mordomia, nepotismo, fisiologismo já que as maracutaias são tantas que tornam praticamente impossível identificar os envolvidos”; na oportunidade, acusou ainda, peremptoriamente, a existência de “...desvio de conduta, fraude, estelionato, negociação de sentenças, venda de liminares, manipulação na distribuição de processos, grilagem de terras, favorecimento na liberação de precatórios, contratos ilegais e malversação de dinheiro público”; e complementou, contundentemente: “...muitos juizes não se dão ao trabalho de sequer ler os processos, manusear os autos, a fim de emitir as sentenças respectivas, dependendo do figurão que está por trás e da propina liberada.”
Como não se tem notícia que o deputado Moésio Loiola haja sido sequer advertido pela OAB-CE, pergunta-se: admissibilidade de rabo preso, culpa no cartório, reconhecimento da podridão que lá impera ???
Afinal, o que esperar de um Judiciário onde o próprio presidente do Supremo Tribunal Federal (Gilmar Mendes, que nunca sequer foi Juiz), atropela ritos e o andamento normal da lide processualística, a fim de conceder dois hábeas-corpus (em um só dia) a um reconhecido bandido (Daniel Dantas) ??? A trôco de quê ???
Elementar, meu caro Watson !!!

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