segunda-feira, 31 de outubro de 2011

chuva

Eu nunca fugi de mim
por isso nunca me cansei

nem dos versos
nem dos sonhos.

A chuva é um sinal
que mais tarde
vem vindo
arco-íris.

E todo arco-íris lava a alma
depois que a chuva
molha os cabelos
das rosas

e os bermudões
das orquídeas.

Se já adultos e velhos não vimos arco-íris algum
havemos de ter por encanto na memória
aquele desenho que fizemos
quando éramos crianças.

E se rosas e orquídeas
é papo de jardineiro tristonho
havemos de lembrar que um dia

mesmo de passagem
desejamos os canteiros
da praça.

O cansaço nem por morte minha
e a fuga de mim é um absurdo.

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