sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Um versão diferente do enredo da mídia - José do Vale Pinheiro Feitosa

Não se trata efetivamente de choro de gente politicamente encontrada em dificuldade diante de tantas denúncias. É evidente que desde o episódio do chamado Mensalão e de modo mais eficiente com o Governo Dilma que a revista Veja, Época, Isto é e os jornais O Globo, Folha de São Paulo e Estado de São Paulo estão em ampla campanha de derrubar ministros e apontar corrupção no governo federal.

O comportamento desta rede de mídia dirigida por quatro famílias poderosas - Civita, Marinho, Frias e Mesquita – é tão claro que até já apostam nas próximas vítimas: o Ministro do Trabalho, o Ministro das Comunicações e o da Educação. Na internet os pios leitores da rede repercutem as apostas de queda. Para eles, os partidários da oposição é um ganho, mas para o país no mínimo temos o privilégio da dúvida.

A rede não tem limite para fundamentar suas denúncias. Vale qualquer jogo: requentar matérias, revelar segredos de justiça, gravar ilegalmente, associar-se a pessoas investigadas e com vários processos em curso e assim por diante. E quando se pergunta qual o limite desta ação, sobem aos céus com suas asinhas de anjo e das nuvens acusam a censura à liberdade de empresa.

A democracia tem que jogar aberto e, portanto, se a mídia pode fazer o que faz, igualmente a discordância é livre e deve se precaver com métodos suficientes para não se sujeitar à versão única da rede e das famílias poderosas. Não se pode impedir que os maus feitos venham à luz da notícia, mas podemos combinar o jogo para que esta postura seja universal, que não apenas se preste para um lado e que emendas vendidas da assembléia de São Paulo, por exemplo, sejam convenientemente supridas do livre exercício da informação. A omissão tem o mesmo pecado da denúncia sem fundamento.

O que temos além deste tumulto que lembra a piada do homem de longos bigodes em que as crianças pinçaram fezes enquanto dormia e ao acordar achou que o cheiro de merda ora estava em si, ou na cadeira em que se sentava, talvez no corredor e com a face fora da janela do trem, concluiu que era o mundo todo. Esta noticia abaixo informa algo diferente sobre a corrupção no país e especialmente no governo federal. No mínimo é uma visão diferente das famílias que manda na informação no Brasil. A cabeça de cada é livre para contemplar a diversidade da democracia.

OCDE volta a elogiar Brasil, agora por 'progressos' contra corrupção
Pelo segundo dia seguido, a entidade internacional Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgou relatório com elogios ao Brasil. O motivo agora foram “importantes progressos” que o organismo entende terem havido no combate à corrupção no país na última década.

Entre eles, a OCDE aponta a ampliação da transparência e do controle social nos serviços públicos, a criação da Controladoria Geral da União (CGU) – uma espécie de vigia interno do governo federal -, mudanças em licitações e incentivo a melhores padrões de conduta por parte dos servidores.

O estudo sobre a probidade do governo federal foi divulgado nesta quarta feira (27) pelo secretário geral da OCDE, Angel Gurria, em evento em Brasília junto com o ministro chefe da CGU, Jorge Hage.

Apesar de identificar avanços, a entidade também diz que o país ainda precisa melhorar e faz algumas recomendações no documento, como o reforço dos órgãos de fiscalização.

O país submeteu-se voluntariamente à análise e colaborou com a OCDE, órgão que reúne 34 países e tem como missão autoimposta contribuir para o desenvolvimento e o bem estar mundial – o Brasil não é membro da OCDE.

A avaliação sobre a lisura do setor federal foi combinada pelos países do G20 em novembro do ano passado, num pacto chamado de Plano de Ação Anticorrupção. O Brasil foi o primeiro a passar pelo teste e, por isso, a OCDE diz que o relatório tem “importância global”.

“A iniciativa do Brasil de ser avaliado por seus pares em uma questão sistêmica importante destaca seu papel crescente e sua relevância nos debates internacionais e nos processos de tomada de decisão”, afirma o documento.

Em discurso, Jorge Hage disse que o país tem “uma tradição de baixa eficiência, pouca transparência e descaso com corrupção”, que no entanto estaria sendo enfrentada cada vez mais. “Não temos a menor dúvida de que o governo da presidenta Dilma Roussef é um momento histórico particularmente propício para essa tarefa.”

Segundo Hage no mundo de hoje, em que se veem pressões populares cobrando mais participação nas decisões, como mostraram manifestações no mundo árabe e, mais recentemente, em Wall Street, o tema a transparência ganha destaque. “A luta contra corrupção não tem fim”, afirmou.

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