O capitalismo
surgiu na Europa, ainda na Baixa Idade Média, com o desenvolvimento das cidades
e o surgimento da burguesia. Desde então a Europa, passou por um processo de
desenvolvimento econômico e comercial e uma das conseqüências foi o aumento das
relações de produção e expansão do capitalismo. Após a Revolução Industrial
ocorre um processo ininterrupto de produção coletiva em massa que
consequentemente levou a geração de lucro e o acúmulo de capital e a burguesia
assume o controle econômico e político.
Daí em diante, o capitalismo só
tinha a se desenvolver e alcançar as formas que hoje lhes são atribuídas. Os
meios de produção pertenciam ao capitalista (o que possuía o capital) e os que
necessitavam do “capital” para a sua sobrevivência, era a grande classe
proletária que não tinha como sobreviver, a não ser pela sua força de trabalho.
Inicia-se então um processo de exploração do ser humano, o qual perdura até os
dias de hoje. É claro que para Marx a exploração sempre existiu, pois segundo ele
enquanto houver a propriedade privada, sempre haverá a exploração por parte dos
que estão abaixo dessa hierarquia, porém em meio ao sistema capitalista esta
exploração chega a um ponto máximo esmagando grande parte da classe
trabalhadora.
Karl Marx foi um dos mais renomados
estudiosos da economia que com afinco tentou demonstrar no capitalismo as
diferenças sociais e as injustiças que o mesmo produz. Segundo Marx o
capitalismo é uma estrutura econômica que implica a exploração do ser humano. O
mesmo se baseia num empreendimento do capital e na obtenção do lucro por parte
do capitalista (aquele que detém os meios de produção) e de forma tal, usa o
trabalhador através da sua força de trabalho para obter lucros absurdos sobre o
objeto produzido. O capitalista tira do produto mais do que ele investiu para
produzir. Marx denomina este processo de mais-valia.
A mais-valia é gerada no momento em
que o trabalhador produz uma quantidade de bens correspondente ao que ganha,
mas continua a produzir até que se complete o seu horário de trabalho, que pode
chegar até 10 vezes mais o salário do trabalhador. Porém o trabalhador não
consegue enxergar os excessos de lucros gerados dentro de uma empresa, como
sendo fruto da sua força de trabalho, é o que Marx chamou de alienação.
O capitalista ganhará tanto mais a
maneira que fizer o trabalhador trabalhar mais além do seu tempo correspondente
ao salário. Quanto mais produtivo o trabalho do operário e quanto mais baixo
possível os seus honorários, mais o capitalista obterá a mais-valia. Assim esse
processo vai se intensificando a maneira que aumentam o lucro e a produção,
gerando concorrências entre os capitalistas. A concorrência leva a uma produção
superior a demanda, de modo que a diferença não é mais vendida. Daí decorre as
crises no sistema econômico. Como por exemplo: as falências de algumas
empresas, o aumento de proletariados (trabalhadores) e etc.
Assim, Karl Marx explica que é do
desencadeamento deste processo que os proletariados vão se dar conta da
injustiça que o mundo capitalista lhes impõe. Pois os mesmos são os produtores
dos bens e deveriam gozar dos lucros produzidos. Com isto, rebentará a
revolução proletária, que segundo Marx eliminaria os capitalistas e criaria a
nova sociedade comunista, na qual todos os meios de produção serão bens comuns.
È uma pena, que esta “sociedade
igualitária” a qual Marx previa, nos dias atuais não passa de uma utopia.
E convenhamos, o mundo não é feito de quimeras – Infelizmente a realidade é “nua
e crua”. Quanto mais a minoria detém o capital, mas ela detém o domínio sobre
este. Basta vê, nos noticiários que tudo
gira em torno do dinheiro, e o pior, da forma mais suja possível. Veja só as
mãos dos que governam o Brasil, é pura corrupção, pela troca de propina, bufunfa,
grana, ou seja capital. Quanto mais ricos, mais captalistas se tornam.
Essa ideia de que o capitalismo surgiu na Baixa Idade Média, ao mesmo tempo que apareceu a burguesia, é uma das teses sobre o surgimento desse sistema.
ResponderExcluirA crítica a ela é que não se deve confundir o desenvolvimento do comércio específico da baixa idade média européia, com o sistema do capital, muito menos a existência de uma "burguesia" medieval , com a classe hegemônica da ordem capitalista.
Sobre isso, tanto Maurice Dobb como Pierre Vilar colocam muito bem a questão.
Professor Darlan, primeiramente, obrigada por comentar a minha postagem. Sei o quanto o senhor é conhecedor do tema em questão, e um exímio pesquisador na área. Reconheço que sou iniciante no assunto, e ainda tenho muito o que aprender. Apenas, me aventurei escrever sobre o assunto, porém sabendo das minhas limitações. Irei fazer a leitura das fontes citadas pelo senhor e conhecer mais sobre a temática, no viés dos autores supracitados. Obrigada! Abraços. Ana Cássia
ResponderExcluirAna Cássia, o seu texto está bem escrito e é coerente. Sobre o capitalismo e suas origens, apenas fiz uma consideração, pois existem várias explicações.
ResponderExcluirAbraço.
A Ana Cássia, que recentemente nos brindou com a "leve" narração sobre os "Narradores de Javé", dessa vez entra numa seara mais árida e complexa (Capitalismo), mostrando a mesma competência.
ResponderExcluirParabéns !!!
Obrigada José Nilton. Me sinto honrada pelo elogio.
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