quinta-feira, 15 de março de 2012

A Águia Americana ainda põe ovos com casca dura - José do Vale Pinheiro Feitosa

Transformaram a luta pelo controle de emissão de carbono numa troca a troca comercial de créditos de carbono. O capitalismo depende que a “corrente da felicidade” ande. Se algum elo quebrar, a corrente cessa. Esta corrente é o eterno crescimento financeiro, o retorno em lucro. Mas está difícil continuar crescendo por isso aconteceu esse cassino financeiro com os derivativos que mostraram o que eram: nada.

A outra bandeira é a tecnologia. Alguns enxergam a biotecnologia como a bola da vez. Coitados de nós: medicamentos deficitários (independentes ou não se salvar vidas) irão desaparecer e inovações tecnológicas abrirão a ciranda de ganhos do futuro. A indústria de entretenimento continua, mas aí a internet está mexendo com os copyrights e ninguém sabe se controlarão.

Uma alternativa é antiga no capitalismo: são as campanhas. Como aquele bando de picaretas que pediam dinheiro para os flagelados da seca do nordeste nos idos dos anos cinqüenta e o genial Zé Dantas, junto com Luiz Gonzaga, denunciaram numa música memorável: Vozes da Seca. Um tipo de campanha clássica e recente foi aquela do Bush Jr. com as armas de destruição do Iraque: eles queriam o petróleo.

A recente campanha acontece na internet, nas redes sociais. Um vídeo denunciando um chefe de milícia ugandense por atrocidades contra crianças. O nome do cara Joseph Kony. No meio jornalístico o fenômeno viral da internet foi notícia a ponto de uma comentarista da Globo News, radicada em Nova York, dizer que alguém não existiria de fato neste mundo se não soubesse que era Joseph Kony. O cientista político Marcos Coimbra chega a comentar o fenômeno.

Acontece que a famosa campanha “humanitária” esconde arapucas que estão sendo denunciadas em todo o mundo. A principal pedir a intervenção americana em Uganda. Ora durma-se com mais essa. Uganda é um país independente, e o que se vê nisso tudo é o velho e surrado neo-colonialismo. O que há no território ugandense a interessar as grandes corporações americanas?

O vídeo tenta criar um novo Bin Laden a justificar ações externas dos países fortes contra outros indefesos. O vídeo produzido pela Invisible Children mostra crianças louras e bonitas com pena dos miseráveis africanos. A linguagem do vídeo se volta para crianças e jovens até os 18 anos de idade. A organização Invisible Children são parecidas com “Os Médicos Sem Fronteira” e muitas ONGs espalhadas no meio de conflitos e pobrezas. Arrecadam essencialmente para os bolsos de espertalhões.

Marina Barros aponta que a própria rede já começou a desmontar a farsa. Uma grande campanha de arrecadar fundos e pedir a intervenção de países pobres pelo império americano. E por falar em espírito do tempo: o soldado assassino de crianças e mulheres no Afeganistão até hoje não se sabe o nome e os EUA já o retirou do Afeganistão. Um dia será a aurora da democracia e estas arrogâncias não serão mais toleradas.

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