Muito embora na área jurídica sempre nos surpreendamos com o manancial de atalhos, artifícios, gincanas e desvios permitidos (mesmo em decisões “prolatadas”, onde teoricamente não cabem mais recursos, especialmente quando tem gente graúda envolvida), vai ser difícil para o valorizado causídico defensor do “nobre” Senador Demóstenes Torres arranjar uma boa justificativa capaz de livrá-lo de uma penalidade exemplar.
É que dia-a-dia a nossa eficiente Polícia Federal libera – de forma homeopática e devastadora – novas e cabeludas transcrições das conversas telefônicas mantidas entre o marginal Carlinhos Cachoeira e o Senador da República que se distinguiu pela pregação diuturna sobre a ética e moralidade na política e na coisa pública.
Impressionante é constatar que, afora os mimos e presentes recebidos (dinheiro, inclusive), o ilustre representante do estado de Goiás pôs o mandato literalmente a serviço de contraventor, atuando de forma desassombrada a beneficiá-lo em suas transações ilegais, mesmo que para tanto fosse necessário sugerir, influir ou mexer de alguma forma nos textos de leis que tratassem de jogos ilegais (além do que, há até uma humilhante desculpa formal para a demissão de alguns “apadrinhados” do contraventor que atuavam no seu gabinete, com a promessa de que, quando a coisa “esfriasse”, seriam integrados).
No mais, o que vazou é que existem mais de cinqüenta (50) CD’s repletos com tais transcrições, o que, pela amostra homeopática que nos foi disponibilizada, nos remete e indica a existência de coisas muito mais sérias e comprometedoras na atuação do “valente” parlamentar goiano.
E, como na fétida arena política prevalece o “salve-se quem puder”, o “primeiro os meus, depois os teus”, os companheiros de partido (Democratas) já se preparam pra expulsá-lo de suas hostes por... falta de decoro e ética no parlamento.
Agora, já que mortalmente ferido em sua honra e sujeito a prestar contas com a Justiça, bem que o “Doutor” Desmóstenes poderia, num laivo de honestidade e aproveitando-se da “delação premiada”, escancarar as comportas e contar “tim-tim-por-tim-tim” tudo sobre a atuação dos “nobres” colegas de parlamento. Seria capaz disso ???
Conta, Demóstenes, conta !!!
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