Os temas da mídia nestas duas semanas se galvanizaram entre dois: Demóstenes Torres e a Guerra das Malvinas. O primeiro tema é a exposição de um cacoete da mídia e ao mesmo tempo a crítica deste cacoete. A mídia adora um escândalo público, isso vende e estimula a prece moralista do nosso conservadorismo com a sina do privilégio. É o mesmo conservador que tem um bico público, sonega, gosta de uma vantagenzinha e de vez em quanto até suborna um agente público. Dirige bêbado e com um barato na cuca.
A crítica é a aliança da mídia com um submundo criminoso como a melhor prática de tomar partido contra o governo. Uma diretora da Folha de São Paulo até chegou a anunciar que a mídia fazia o papel que a oposição não tinha competência para fazer. Aí entra o Carlinhos Cachoeira e o Senador Demóstenes com os “artifícios” de buscar furos para uma verdadeira cadeia midiática formada por Veja, Estado de São Paulo, Folha de São Paulo e Rede Globo tocarem no mesmo diapasão. Uma cadeia intestina de repercussão simplesmente sem qualquer crítica aos fatos.
E a prova é o seguinte: o Carlinhos Cachoeira e Demóstenes Torres são personagens de Goiás. E a capital de Goiás não é Goiana, é Brasília. Quem alimenta a vida política, econômica e trama as punhaladas nas costas no jogo do poder é uma mancha urbana que vai até Anápolis. Não é a toa que o “empresário” Cachoeira era dono de um poderoso laboratório de medicamentos genéricos. Como sabemos o genérico brasileiro é uma política pública formulada pelo Ex-Ministro da Saúde Jamil Haddad, mas implementada a toque de caixa pelo também ex-Ministro da Pasta, José Serra. A menor crítica que se tem aos genéricos brasileiros é a de que as medidas de bioequivalência não estão obrigatoriamente postas na cadeia de qualidade destes medicamentos.
A Guerra das Malvinas está no mesmo contexto dos conflitos guerreiros no mundo atual. A Inglaterra tem uma cabeça de ponte no Atlântico Sul e militariza a região contra os países localizados no Cone Sul. Os ingleses estão ali por eles e pelos EUA. Qualquer interesse estratégico destas nações torna as Malvinas numa base de ataque à Argentina, Uruguai e Brasil. Por isso tanto ontem como agora, os brasileiros e argentinos sentem a necessidade de afastarem a ameaça do continente. As Malvinas continuam um problema estratégico a requerer coordenação continental da América do Sul.
Duas notícias andaram na periferia da mídia, mas são uma explicitação exuberante da nossa pós-modernidade. Uma delas é de que homens do Zimbábue morrem de medo das mulheres que roubam sêmen. Usam sêmen em rituais e por isso sequestram homens, forçam relações sexuais e enchem várias camisinhas com sêmen para serem utilizados num ritual típico da cultura local. Os homens recusam carona de mulheres e isso é significativo, pois é costume naquele país o uso da carona.
A outra é de que farmacêuticos hospitalares italianos insatisfeitos com o governo lançaram uma campanha sui generis: Vida dura para nós, Nada de Viagra para vocês. E aí surgiu a janela de oportunidade para o pessoal da saúde fazer greve e boicotes a quem os ignora. É antiético reter quimioterápicos para o câncer, mas perfeitamente plausível deixar mole os desejos dos vetustos senhores do poder.
Esperem aí. Só mais uma: o tremendo ato falho do Senador Agripino Maia do DEM do Rio Grande do Norte ao anunciar a desfiliação de Demóstenes Torres. Aliás, o Jornal Nacional escondeu o ato. Diante de toda a imprensa no Senado ele diz: os democratas não convivem com a ética. Logo depois se corrige, mas vale recordar o que tem na internet a respeito dos atos falhos: Ato falho é um equívoco na fala, na memoria em uma atuação física, provocada hipoteticamente pelo inconsciente, isto é, através do ato falho o desejo do inconsciente é realizado. Isto explica o fato de que nenhum gesto, pensamento ou palavra acontece acidentalmente. Os atos falhos são diferentes do erro comum, pois este é resultado da ignorância ou conveniência.
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