Deficiente visual, massoterapeuta, fotografa e presidenta do Centro Educativo do Cariri de Apoio as Pessoas com Deficiência Visual - CEC, Jaquelina Rolim de Oliveira consegue enxergar além do seu umbigo e diz que qualquer deficiência só tem dificuldade quando não existe acessibilidade e acrescenta que não se admite a inclusão social sem o acesso à formação pessoal e profissional.
Alexandre Lucas – Quem é Jaquelina Rolim de Oliveira?
Jaquelina Rolim - Sonhadora com um mundo igualitário onde “ser diferente é normal”. Com baixa visão decorrente da perda gradual da visão na área central da retina, luto por uma sociedade justa e inclusiva, sem indiferença e com melhorias de vidas. Humilde serva de Deus com fé para enfrentar os desafios do dia a dia crendo na vitória.
Alexandre Lucas – Como teve inicio seu contato com a fotografia?
Jaquelina Rolim - Lendo alguns livros do fotógrafo cego EvgenBavcar despertou em mim o interesse pela fotografia.Espelhada no seu exemplo de superação decidi ir além dos meus limites e entrar no universo da arte.O primeiro contato foi no curso de fotografia ministrado pela professora Nívea Uchôa no SENAC Crato-CE.
Alexandre Lucas – Fale da sua trajetória:
Jaquelina Rolim - Comecei a fotografar a partir das experiências adquiridas no curso básico de Fotografia Digital, promovido pelo SENAC do Crato – CE e após fazer o curso de aperfeiçoamento, ministrado pelo renomado professor e profissional de fotografia, Dimang Kon Beu, radicado em Minas Gerais.
Alexandre Lucas - O que você gosta de fotografar?
Jaquelina Rolim - Prefiro registrar imagens do dia a dia que muitas vezes passam despercebidas para a maioria das pessoas. Imagens de lugares, pessoas e situações que nos remetem a sensações de tranquilidade, quietude e vida.
Alexandre Lucas - Você acha que a fotografia é um instrumento político?
Jaquelina Rolim - Com certeza. A fotografia apresenta e denuncia situações de lugares e pessoas no seu cotidiano.
Alexandre Lucas – Você tem deficiência visual e é fotografa. Quais as dificuldades?
Jaquelina Rolim – Qualquer deficiência só tem dificuldade quando não existe acessibilidade. As melhores câmaras digitais ainda não oferecem acessibilidade completa, sendo a principal dificuldade encontrada.
Alexandre Lucas – Os deficientes visuais criaram o Centro Educativo do Cariri de Apoio as Pessoas com Deficiência Visual e você é a presidenta. Qual a função desse Centro?
Jaquelina Rolim - O CEC é uma Associação de Utilidade Pública, sem fins lucrativos.
Objetiva se estabelecer na região do Cariri, como referência na prestação de serviços de apoio para pessoas com deficiência visual. Através da educação, cultura e lazer oferece atendimentos de formação com reforço escolar, atendimentos psicológicos, oficinas de música, teatro, dança, gastronomia, esporte, cursos de braille, informática, esculturas em argila, fotografia entre outros.
Não se admite a inclusão social sem o acesso à formação pessoal e profissional. Esse é o caminho para alcançar o sucesso.
Alexandre Lucas – Quais as principais bandeiras de lutas dos deficientes visuais do Cariri?
Jaquelina Rolim - Inclusão no mercado de trabalho, acessibilidade na educação e em ambientes culturais com a presença de um profissional audiodescritor.
Alexandre Lucas – Quais os seus próximos trabalhos?
Jaquelina Rolim - Continuarei com a Exposição Fotográfica Olhar do Coração. Em parceria com o CEC lutando pela inclusão. Estaremos na Expocrato 2012 com stand mostrando nossa proposta e acolhendo os deficientes.
Contatos:
Jaquelina Caldas Rolim de Oliveira
E-mail: jmjkea1@gmail.com
Exposição Fotográfica Olhar do Coração
www.olhardocoracao.com
E-mail: olhardocoracao@gmail.com
CEC
www.cecariri.com
E-mail: ceccariri@gmail.com
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