terça-feira, 24 de abril de 2012

A Veja e uma Cachoeira de Petróleo que fraturou o quadril do Rei de Espanha - José do Vale Pinheiro Feitosa


Os desejos por uma realidade podem se tornar numa pintura assinada, em que traços e cores jamais poderão ser modificados. Estas pinturas ficam nas paredes, imutáveis, realizando aquele momento capturado pelo artista. Podem perder as cores e os traços se confundirem, acrescentando novos valores pictóricos, mas estes valores serão sempre aqueles do tempo em curso, jamais a face do momento.

Assim, imagino, vêm o mundo alguns leitores e assistentes da nossa grande mídia centrada no eixo Rio-São Paulo, pertencente às quatro grandes famílias. Especialmente a fidelidade canina dos leitores da revista Veja que a tinham em conta como único instrumento de luta ideológica. Contra o comunismo, o ateísmo, a degradação dos costumes familiares, o petismo corrupto, o imbecil do Lula e outras bandeiras mais. Além de venderem produtos milagrosos e panaceias de modo em geral.

Agora o tempo mostra os métodos desta mídia, especialmente da Veja. Atolada até os joelhos na matéria fecal do mais puro banditismo numa simbiose perfeita: fonte de combate aos inimigos de ambos. Portanto no cerne do denuncismo para vender edições e aumentar audiência numa mistura entre fonte e matéria publicada em que os negócios escusos se confundem até não mais desbotar com o tempo: o quadro permanece imutável.

A Argentina faz reestatização de sua empresa petrolífera, para melhor coordenar sua política energética e a mídia nacional brasileira joga sujo. Faz gracinha com a barba de um assessor econômico do governo argentino, uma deslumbrada do Bom Dia Brasil num arroubo de puxa-saquismo chegou a vadiar que a Argentina poderia estatizar o Messi, isso para fazer ponte com a atual decisão do Barcelona no campeonato europeu. E assim foi. Ninguém deu palavras aos interesses do povo argentino.

E aí Marine Le Pen, da extrema-direita francesa surpreende com 20% dos votos nas eleições. A velha direita neoliberal entendeu o recado? O discurso por uma ordem estatizada, radicalizada, totalitária e antidemocrática é a resposta de quem não tem emprego, futuro e nem proteção social. Vão culpar os muçulmanos no bolo, vão criar as simbologias tão bem usadas no fascismo europeu dos anos 30 do século XX e este nhém nhém nhém a serviço do sistema financeiro não cessa.

Assim como aquela figura patética do Rei de Espanha, que não serve para nada em termos políticos e nem social, menos ainda econômico. Não atrai nada para a combalida economia espanhola, mas, no entanto, vai para a África. Matar elefantes! Em Botswana que constrói sua balança comercial com o turismo e com a caça a animais silvestres. O Rei da Espanha obrou tão fétido e degenerado como as descargas intestinais da história de uma era decadente. Ou melhor: a fratura no quadril da moral monárquica.  

  

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