sábado, 2 de junho de 2012

Continuar... pra que ??? – José Nilton Mariano Saraiva

Quando foi formada a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do “Cachoeira”, instaurada pra se apurar a exploração ilegal do jogo caça-níqueis, a impressão que se tinha, porquanto voz corrente, é que... “dessa vez a coisa vai”, tal a gravidade e contundência contidas nas milhares de horas de escutas telefônicas obtidas com autorização da Justiça.
E tal “presunção-esperança” ganhou força e se solidificou no dia a dia, principalmente porque, com o andamento dos trabalhos da Comissão, acabamos por tomar conhecimento que o campo de atuação do contraventor era muito mais abrangente que o esperado, que os seus tentáculos se espraiavam pelo cerrado goiano, esplanada dos ministérios, campos, praias, cidades e por aí vai, e envolvia figuras de proa, outrora tidas e “carimbadas” como íntegras e insuspeitas.
No entanto, com o início pra valer dos trabalhos – o depoimento de gente graúda, envolvida até a medula em maracutaias mil – veio a decepção tonitruante: sem ter como se defender das sérias acusações, ante a crueza  das falas ouvidas, os envolvidos, orientados pelos respectivos super-remunerado$ advogado$ (quem os paga, afinal ???), simplesmente argüiram, um a um, modorrentamente, o “direito constitucional de se manter calado”.
E aí a coisa se transformou num autentico circo de recôndita periferia, já que não só os integrantes da comissão, como também a população em geral, tivemos que agüentar o tal do Cachoeira a sorrir ironicamente para  as câmaras, como a querer transmitir um recado curto e grosso: os que “ousaram” levá-lo até ali não passavam de “palhaços”.  O mesmo aconteceu com os depoentes que o sucederam (demais envolvidos e membros da quadrilha), todos se escudando na Constituição Federal a fim de não criar provas contra si próprio.
A coisa assumiu uma desfaçatez e um atrevimento tais, que o “bossal” Governador-bandido de Goiás, Marconi Perilo, se “antecipou” à convocação e circulou sorridente pelos corredores do Congresso, dizendo-se inocente e pronto para ser ouvido (e o que tem contra ele é nitroglicerina pura).
No entanto, podem apostar com absoluta convicção - “N” reais por um - que quando chegar a sua vez ele simplesmente repetirá a mesma ladainha, o mesmo mantra: reservo-me o direito constitucional de me manter calado (assim como o fará o Governador de Brasília, Agnelo Queiroz; aliás, seria de bom alvitre, sob pena de suspeição, que o presidente da CPMI tratasse de explicar a razão da não convocação do Governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, amigo íntimo do manda-chuva da construtora Delta, beneficiária de obras e mais obras em seu estado).
Ora, como antecipadamente já sabemos o script de cor e salteado, pra que continuar com esse lengalenga improdutivo, com essa frescura recidiva de ouvir quem não se dispõe a falar porra nenhuma. Que a natimorta CPMI seja de pronta enterrada e se acione de imediato o Ministério Público ou a competente área do Judiciário que disponibilize condições de obter respostas que permitam enjaular Cachoeira e seus comparsas (preferencialmente numa prisão de segurança máxima). Definitivamente, não é pedir muito.         

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