domingo, 28 de outubro de 2012

A Vitória do Candidato de Cid Gomes é forte indicativo da próxima eleição de Governador - José do Vale Pinheiro Feitosa


Com uma diferença de 74.172 votos o candidato Roberto Claudio do Governador Cid Gomes ganhou a eleição para a prefeitura de Fortaleza, batendo o “poste” Elmano da atual prefeita. A vitória de Roberto Claudio aconteceu em 7 das 13 zonas eleitorais da capital onde ele ganhou com mais de 85 mil votos.

As vitórias mais expressivas aconteceram na Zona 1 e Zona 3 onde Roberto Claudio praticamente decidiu sua eleição com uma vantagem de 38.688 votos. Estas são as zonas das classes mais abastadas da cidade: Aldeota, Meirelles, Papicu, Varjota e mais o Centro e alguns bairros que já foram da elite há muitos anos como Jacareacanga, Joaquim Távora e Praia de Iracema. No entanto o candidato também ganhou com boa margem de votos em zonas de voto popular como a 112, 116 e 117.

O candidato Elmano teve vitória mais expressivas em 2 zonas, nas 114 e 82 que pegam a zona oeste da cidade, até a Barra do Ceará. A disputa foi equilibrada, com menos de 3% de diferença em quatro zonas 118, 94, 115 e 83. A rigor o resultado não foge muito do empate técnico encontrado nas pesquisas feitas próximas ao pleito. Com uma margem de erro de 3% a diferença no resultado final foi de 6%.

Algumas constatações das eleições cearenses. A “neutralidade” de Heitor Férrer ajudou ao candidato do Governador, uma vez que o peso de Heitor foi marcante no primeiro turno. A prefeita Luiziane jogou, como se diz no futebol, de salto alto. A história do “poste” que Lula soube explorar tão bem na eleição de São Paulo e em resposta à mídia conservadora do sudeste, parece não ter sido muito bem incorporada pelos cearenses, especialmente a classe média. Sem contar aquele papo do Elmano do voto popular contra o voto de rico: quando o Lula juntou os dois ele venceu, ao contrário sempre perdeu.

Os Gomes apontam uma sobrevivência política além do “migrante” Tasso Jereissati. Mesmo que o velho Senador Jereissati explique um pouco o Tasso, não foi por ele que o filho foi o que foi na política cearense, o momento histórico era outro. Já os Gomes têm o pulso da velha oligarquia cearense: sabem dominar os sertões e de vez em quando acertam na capital. A capital cearense continua rebelde, mas é preciso saber somar a rebeldia e com o estilo “gostosona” o foco se desviou. Nem sempre boas obras são suficientes para vencer eleições. Podem ser boas para certas áreas de cidade, mas não serem para o conjunto.

O futuro da família Gomes no Estado é promissor. Especialmente em razão que nenhuma força política nova se inventa no estado. Nenhuma região tem peso político para modificar nada, nem mesmo alguns municípios da região metropolitana. É muito provável que a próxima eleição de Governador se tenha um “poste” dos Gomes, maquiado como um bom gestor, para garantir o poder da família.

Onde surgir uma força nova? Leva algum tempo, até os Gomes ao vencerem várias prefeituras pelo interior representaram o novo. Uma indicação: o velho PMDB cearense, incluindo Eunício Oliveira é o velho a ser superado e não consegue ser uma alternativa a rigor.

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