quinta-feira, 29 de novembro de 2012

AS GRANDES DECISÕES NO TEATRO DOS GRANDES FARSANTES - José do Vale Pinheiro Feitosa


O modo otimista de ver o julgamento do mensalão é de que todos são iguais perante a lei e que mesmo o partido no governo pega prisão, ou seja, punição. A mídia de modo geral comemorou assim e todo o conteúdo apresentado por ela afirma isso: mesmo tendo indicado os ministros do STF, mesmo tendo a Presidência da República, a Presidência da Câmara dos Deputados e aliado na Presidência do Senado: o PT vai sendo punido exemplarmente.

Todos pensam assim? Somos iguais e protegidos pela lei? Menos de quinze dias após a mídia pulou alto, a maior parte dos deputados pularam mais ainda, o relatório da CPI do Cachoeira iria indiciar jornalistas e o Procurador Geral da República. Mas o relatório não condena, apenas indica um reforço na investigação e na abertura de processo legal contra os indiciados. Afinal o relatório da CPI é fruto da própria investigação policial.

O relator, agora a finalidade de negociar a aprovação do relatório diz que a citação dos personagens é secundária, o principal deve ser preservado no relatório. Agora a dúplilingua ou o duplipensar do 1984 do Orwell faz anotações: secundária, quer dizer intocável. Ninguém pode tocar no Procurador Geral e nem em repórteres. A negociação do PT parece acovardamento, as justificativas de alguns deputados do partido como Dr. Rosinha falando em falta de condições políticas são piores ainda. Desse modo para quem pretende firmar uma política de longo prazo, efetivamente tem um grave problema no espaço a ser conquistado:  sem coluna vertebral não se move.

Essa farsa histórica é a mesma que ocorre no Oriente Médio tendo à frente os EUA e Israel em relação ao povo Palestino que acaba de conquistar na ONU o status de observador. Igual ao Vaticano. A mais recente decisão de Israel é que os palestinos que trabalham em Israel e moram em seus territórios, não possam mais pegar os mesmos ônibus frequentados pelos israelenses dos assentamos tomados ao território palestino. Se é preciso recriar o Apartheid para garantir a segurança de Israel, é claro que algo de podre há nesta política tal qual havia na África do Sul.

Outra grande farsa é a postura dos países altamente industrializados em relação às emissões de gases de efeito estufa. O Protocolo de Kioto está para findar-se e não existe nada no horizonte que faça evoluir a questão do clima ou  seja, o aquecimento global. As evidências de que efeitos climáticos tipo o Sandy em Nova York atingem cada vez mais o hemisfério norte. O degelo do Ártico no ano de 2012 foi um dos maiores em desde 2007 e correspondeu a 12 milhões de quilômetros quadrados de derretimento de gelo. Neste ano se teve as temperaturas mais altas desde 1850.

Esse problema avança para um nível de saturação de gases atmosféricos de natureza catastrófica. Catastrófica porque de repente todo o processo se acelera uma vez que se estima que a camada de gelo que cobre o ártico aprisione 1,7 gigatoneladas de carbono que uma vez liberados pelo degelo ampliarão ainda mais o efeito estufa.

Estamos numa época de grandes decisões num teatro de grandes farsantes.   

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