quinta-feira, 15 de novembro de 2012

MARINILA CALDERARO MUNGUBA MACEDO - JOSÉ DO VALE PINHEIRO FEITOSA


Marinila Calderaro Munguba Macedo a conheci em duas circunstâncias que conspiram simpatia: o excelente nível dela com profissional de saúde pública e ser casada com um caro amigo da minha infância, especialmente no Colégio Diocesano.

Marinila é um dos primeiros exemplos da região do Cariri onde se ressaltava a grande redução das diferenças antes existentes entre as capitais e o interior. A formação acadêmica dela, a prática em problemas objetivos, inclusive como gestora de saúde e, principalmente, o ativismo em fóruns nacionais tornou Marinila Calderaro uma referência a tornar a região do Cariri igual ao que acontece em Fortaleza ou Recife.

Foram quadros como ela, igualmente com Marcos Cunha entre outros valores da região que criaram a possibilidade da instalação de várias escolas de nível superior em saúde, como a Enfermagem e as duas Faculdades de Medicina. A legitimidade de toda escola não vem Do mero transplantar de equipes para territórios distantes, mas ao contrário, é a base territorial que dá sentido à instalação acadêmica. Sem pessoas como a Marinila o Cariri nunca seria nestes termos o quê hoje é.

Agora voltando à pessoa da Marinila. Vou dizer o quê o machismo regional interdita: Marinila é um símbolo da mulher bonita uma vez sendo esse símbolo a mistura de firmeza de ser, agudeza no trato humano, suavidade na divergência, perseverança no agir, presença nas dificuldades além da beleza física dela mesma. Samuel Macedo Lobo com a marca do tempo que todos temos, tem junto a si, continuamente, um propósito de amar, uma nascente permanente a preencher a totalidade de se estar no mundo.

Marinila Calderaro carrega no sobrenome um símbolo do nosso nativismo tão intenso como o sobrenome Araripe. Marinila é da família Munguba e esta é uma das plantas mais intensas em significado fitogenético e histórico da nossa navegação costeira com as antigas velas. A Munguba originou-se na formação do antigo lago Amazônico que depois foi formar a atual bacia, surgiu lá nas alturas do que é hoje o Acre. É uma planta das terras alagadas e por isso tornou-se a referência de água doce a indicar fontes para os nossos antigos navegantes costeiros.

Quando tratamos o perfil tão simpático de uma pessoa que admiramos, tendemos a esquecer de eventuais divergências necessárias à vida em sociedade. Nesse ponto é certo que Marinila, atuante como é, tenha levantado oposição em alguém, mas isso faz parte de toda ação política e, portanto, administrativa. Isso no meio acadêmico chega a quase ser a regra, mas tudo isso por ser inerente não apaga o perfil simpático desta mulher especial da nossa região.

Marinila tomada de sensibilidade social e política excursiona na senda espiritual através da sua religiosidade praticante. Aí ela se desdobra num esforço pessoal descomunal, pois torna a própria casa dela numa espécie de centro de concentração humana e de prática religiosa. Essa é uma das tarefas mais difíceis a se praticar: juntar individualidades numa comunhão de pensamento e obra ao mesmo tempo em que é o centro da hospitalidade.

Enfim, ser no mundo é encontrar tantas pontas soltas e tentar juntá-las, mesmo sabendo que entre estas se encontram fios energizados e desencapados.   

Nenhum comentário:

Postar um comentário