Há
poucos dias, a cidade de Juazeiro do Norte foi manchete nacional, no horário
nobre, em razão do mandatário maior (prefeito) ter sido detido nos Estados
Unidos transportando dólares em excesso e, também, por querer, no front
interno, avançar no salário dos professores do município, subtraindo-lhes uma
fatia considerável.
Agora,
volta ao noticiário dos jornais e TV, por conta da atitude (mais que suspeita) do
presidente da Câmara Municipal da cidade, que resolveu gastar mundos e fundos na
compra de uma montanha de material de limpeza (só de vassouras foram adquiridas
impressionantes cinco mil unidades), num atestado eloqüente de que presumivelmente
não está cuidando com o devido zelo do dinheiro alheio.
De
outra parte e pra não ficar pra trás, o ex-prefeito e atual Deputado Federal
Manoel Salviano houve por bem destinar boa parte da sua “VDP” (excrescência
conhecida por “Verba de Desempenho Parlamentar”) para pagamento de estadia e aluguel
de carro num hotel do qual é um dos acionistas (conforme noticiado).
Constata-se,
pois, que em Juazeiro do Norte se tornou algo absolutamente “normal” os
detentores do poder usarem e abusarem da malversação do dinheiro público, em
benefício próprio (ou seria de um bando ???), sem maiores preocupações.
No
entanto, se formos consultar o breve histórico da cidade não deveria
constituir-se nenhuma surpresa, porquanto estariam apenas e tão somente espelhando-se
no exemplo do líder maior - Cícero Romão Batista – que, lá atrás, além de
arquitetar uma fraude grotesca para beneficiar-se (um tal de “milagre da hóstia”,
a partir do qual foi descredenciado e brindado pela Igreja Católica com o
epíteto de “charlatão”), conseguiu a proeza de, ao entrar para a política (também
ocupou a prefeitura), metamorfosear-se da condição de “pobre de Jó” para uma
das maiores fortunas do Ceará (porquanto proprietário de fazendas, imóveis,
gado, terrenos, muita grana e por aí vai). Não esqueçamos: sua família era
paupérrima em termos econômico-financeiros. Alguma dúvida ???
Como,
entretanto, naquela época não havia ainda a figura de um Ministério Público
atuante e expedito como o dos dias atuais, o mais que comprovado enriquecimento
ilícito nunca foi formalmente questionado, embora na prática a “coisa” fosse
explícita e cristalina; em sendo assim, ninguém sabe ao certo se a mudança de
status de “pobre” para “podre de rico” se deu por caixa 2, sobras de campanha,
dinheiro não contabilizado, doações e por aí vai.
No
duro, no duro, o que se sabe é que nasceu pobre e morreu milionário, sem que
tivesse nenhuma fonte de renda compatível para justificar a riqueza amealhada
(tal qual a maioria dos políticos da atualidade). Alguma contestação ???
Ante
o exposto, a conclusão resultante é uma só: os atuais “mandões” da cidade de
Juazeiro do Norte (prefeito, presidente da Câmara e deputado) apenas e tão
somente se revelaram “fiéis discípulos” do mestre, porquanto absorveram e
adotaram igual “modus operandi” de proceder.
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