quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Antes tarde... - José Nilton Mariano Saraiva

O sentimento de desconfiança da população brasileira para com os políticos com assento no Congresso Nacional atingiu um nível de descrédito tal que, de certa forma, causou surpresa a atitude do presidente da Câmara Federal, em Brasília, em sugerir, colocar em votação e conseguir aprovar em tempo recorde a emenda que acaba com excrescência conhecida por “voto secreto”, nas votações naquele recinto.

Como se sabe, através do uso de tão imoral artifício, eles, os políticos, livravam a cara um do outro quando da perspectiva de perigo iminente individual (a cassação do mandato, por exemplo), assim como se ajudavam mutuamente quando se colocava em pauta projetos tidos como imorais, mas que os beneficiariam a partir de.

Só que, como nós eleitores não tínhamos como saber quem houvera votado contra ou a favor do desejo popular, recaia sobre todos eles a suspeita de nos ter ludibriado, daí o repúdio geral contra esse corporativismo nojento.  

No entanto, como a repercussão da votação que livrou da cassação o “deputado-bandido-presidiário” Natan Donadon foi extraordinária, descredenciando-os ainda mais ante à população, houve como que uma espécie de “despertar” para a realidade, e daí, pra tirar a suja e tentar reverter o impacto negativo (inclusive em termos internacionais), resolveram as tais  lideranças dos diversos partidos por acabar de vez com a excrescência (espera-se que o Senado Federal a ratifique).

Até porque, em atendimento a um dos parlamentares que não houvera concordado com o resultado e recorrera ao Supremo Tribunal Federal, o ministro Luiz Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, suspendeu a decisão do plenário da Câmara que produziu tão vexatória e desmoralizante decisão, “anulando” a sessão que a produziu (deveremos ter uma nova votação e, aí, sim, já com o voto em aberto, o “deputado-bandido-presidiário” deverá ser cassado).


Fato é que, por cima de pau e pedra, aos trancos e barrancos, os ajustes vão sendo processados em nossas caducas legislações, incluindo até a Constituição Federal, há pouco tempo promulgada.

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