Cordelista, professora e responsável pela
inclusão da disciplina de Literatura Popular do Curso de Letras da Universidade
Regional do Cariri, Bastinha Job vem desenvolvendo o seu trabalho poético desde
a infância. Pertencendo a Academia dos Cordelistas do Crato, ela destaca com orgulho que “É bastante dizer que ela (Academia) revelou inúmeros poetas, atualmente
com mais de mil títulos publicados e mais de um milhão de folhetos lançados,
com temáticas abrangentes”.
Alexandre Lucas – Quem é Bastinha?
Bastinha - Professora aposentada,
cordelista na ativa,
Assaré do Patativa
é minha terra amada;
Crato é a mãe idolatrada,
que me acolheu em seu seio,
aqui encontrei o veio
da joia da Educação,
da completa Formação
que me deu força e esteio.
Alexandre Lucas – Como se deu seu contato com a poesia?
Bastinha - Leio desde a meninice
Patativa e Aderaldo,
deslumbrei-me com Clarice,
no momento, leio Ubaldo,
Pompílio e Zé da Luz
estilo que me seduz;
E viajei com Lobato,
neles, vivi a magia
setas da minha
poesia
e guias do meu contato.
Alexandre Lucas – Fale da sua
trajetória poética:
Bastinha - Minha trajetória
começou desde criança quando fiz o curso de declamação na Escola de Arte de
Sara Quixadá Felício Participei de muitos jograis que se apresentavam em
grêmios escolares, comemorações. Continuamente, fiz o Curso Primário, o
Pedagógico e cursei Letras na antiga Faculdade de Filosofia. (URCA) Ensinei
Língua Portuguesa em quase todos os colégios do Crato. Durante muitos anos (até
aposentar-me) na referida URCA . No ano de 1993 consegui um gol de placa: criei
com dois colegas, a Cadeira de Literatura Popular sendo a primeira professora
do mencionado Curso. Graças a Deus a Cadeira se mantém forte e firme
descobrindo vários talentos.
Alexandre Lucas – O que
representa a Academia dos Cordelistas do Crato para você?
Bastinha - A Academia dos
Cordelistas do Crato, fundada pelo saudoso Elói Teles de Morais, no ano
de 1991, não é só um marco na minha vida; mas para toda a Cultura Popular
do Crato e do Nordeste. Através dela, me descobri cordelista. Ela também
resgatou o cordel que estava agonizante, mascarado pelos meios de comunicação
de grande e monopolizador poder. E o melhor, foi por causa dela
,que eu não medi esforços para fundar a Cadeira de Literatura Popular da URCA. A
Academia., sim, merece um troféu!
Alexandre Lucas – Como você
define a sua poesia?
Bastinha - Eu faço poesias críticas
com pitadas de humor
e alfinetadas políticas,
mas também falo de amor;
meu poetar é a arma
que incita ou que desarma,
que faz rir, que faz chorar;
em suma ela é catarse
autêntica e sem disfarce
um compromisso a se
honrar!
Alexandre Lucas – Como ocorre o seu processo criativo para a
poesia?
Bastinha - Não tenho um processo criativo específico. Sigo as minhas intuições
inspiradas pelos fatos do cotidiano, acontecimentos políticos, sociais, religiosos e, sobretudo, crítico humorísticos.
Alexandre Lucas – Como você avalia a produção literária na
região do Cariri?
Bastinha - Nossa região é
muito bem servida neste setor. Nossa Cultura é rica e diversificada. No tocante
à literatura de cordel, principalmente, houve grandes impulsos, nessas
duas últimas décadas,com a criação da Academia dos Cordelistas do Crato
(a qual pertenço). É bastante dizer que ela revelou inúmeros poetas, atualmente
com mais de mil títulos publicados e mais de um milhão de folhetos lançados,
com temáticas abrangentes. Nossa Academia transpôs fronteiras, e, só
precisa de apoio financeiro dos órgãos competentes.
Alexandre Lucas – Você acredita que a literatura é um
instrumento político?
Bastinha - É sim. A política é que não toma conhecimento de sua importância na
literatura. Através da poesia, o poeta critica, louva, aplaude,orienta e
se engaja em qualquer setor: político,
social, religiosa, histórico, onírico, etc, etc...
Alexandre Lucas – Quais os seus próximos trabalhos?
Bastinha - Diariamente os acontecimentos me fazem escrever sonetos, trovas e cordéis. Entretanto, estou compilando meus textos mais
pertinentes a fim de escrever meu tão sonhado livro.
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