terça-feira, 26 de novembro de 2013

O "piscinão" - José Nilton Mariano Saraiva

Esses políticos brasileiros não têm mesmo jeito. Rubens Ricupero, Ministro da Fazenda do Governo Itamar Franco, durante o intervalo da gravação de uma entrevista, sem saber que o microfone se achava aberto, confidenciou ao repórter global Carlos Monfort (seu  primo) não ter mesmo nenhum escrúpulo: se a notícia fosse boa, divulgava e, se não (se fosse má) jogava pra debaixo do tapete. Como as “parabólicas da vida” captaram a sua fala, de repente metade do mundo e mais a outra banda tomou conhecimento e, assim, o metido a esperto acabou por perder o emprego.

Agora temos aí o pseudo-valentão Ciro Gomes, que tomou de conta do Governo do irmão e literalmente se autonomeou Secretário de Saúde do Estado; e chegou fazendo uma zoada danada, ao anunciar que em 90 dias acabaria com o tal “piscinão” do Hospital Geral de Fortaleza (para os que não sabem, “piscinão” é como ficou conhecido o local, localizado no térreo daquele hospital, e onde, por falta de leitos, os doentes eram amontoados em macas, no chão, nos banheiros e por aí vai).

Pois bem, de repente o “piscinão” secou. Num instante, como num passe de mágica, os doentes e agregados sumiram do local e isso logo foi divulgado como se fora a marca da eficácia e eficiência do gestor Ciro Gomes que, recém-chegado, já resolvera o problema, que perdurara anos.  Tanto que a área do antigo “piscinão” agora era um imenso vazio.

Mas, como a mentira tem pernas curtas, algum repórter bisbilhoteiro descobriu que o “piscinão” ressurgiu no segundo andar do mesmo edifício; ou seja, dando uma de malandro, o referido senhor mostrou a área do “piscinão” desocupada, mas esqueceu de informar que seus ocupantes apenas tinham sido transferidos, acomodados ou realocados dois andares acima, longe dos holofotes.


E aí, para não melindrar o nobre Secretário de Saúde, apenas se trocou a palavra “piscinão” por “varandão”, já que localizado num andar superior.

Nenhum comentário:

Postar um comentário