Pronto! A
demografia voltou aos calos dos conservadores. Lembram das famosas previsões de
Thomas Malthus? “As bombas demográficas” estão de volta. A catástrofe que
assusta aos bens estabelecidos do Império (então o Inglês) e hoje das
Multinacionais (que formam um todo orgânico a dirigir a humanidade).
As ditaduras
são regimes que procuram eternizar os privilégios de classe. Ou quando nascidas
no corpo de uma revolução, para estabelecer os privilégios da classe que a fez.
As multinacionais (o organismo do 1% que carrega o desastre humano) têm horror
a mudanças demográficas.
O que
significarão para o consumo, o investimento e a acumulação subsequentes?
Olhem estes
dados: daqui a cinco anos existirão 1 bilhão de pessoas com 60 anos e mais. Uma
marca central do século XXI: o envelhecimento da população.
Enquanto no
atual século a população mundial duplicará (passando de 6 para 11 bilhões) a população
com 60 anos e mais aumentará 5 vezes, passando de 610 milhões para 3 bilhões.
Isso quer dizer que em 2100 um quatro da população estará nessa faixa etária.
Três coisas
contribuem para a velocidade e o resultado desses números: no passado recente
houve uma alta taxa de fecundidade (exatamente por razões opostas a Malthus ou
seja, por aumento da produtividade na produção de alimentos), agora houve uma
redução drástica nas taxas de fecundidade e um aumento da esperança de vida ao
nascer (a probabilidade da maioria das pessoas atingir uma certa idade).
Para se ter uma
ideia do que significa o aumento da esperança de vida: no ano 1000 DC ela era
de 24 anos, em 1820 na Europa Ocidental e nos EUA ela era de 26 anos.
Atualmente no Japão e Coreia essa taxa é de 81 anos, a dos EUA 79 e a América
Latina atingirá 75 anos. A África nestes termos tem o mais baixos resultados.
A manutenção do
quadro econômico de privilégios e sob a tutela do jogo capitalista das
multinacionais e do sistema financeiro se torna instável. Muitos velhos
significa menor produtividade por redução de atividade e aumento de gastos com
cuidados de saúde e gerais. Isso desvia o jogo completamente.
Poderia haver
uma face otimista. Sim. Mas com uma revolução histórica, com sistemas mais
igualitários, onde conquistas científicas não sejam negócios exclusivos e
mediados apenas por renda e salários, onde a solidariedade, o amor e o humanismo
prevaleçam sobre o individualismo do grande acumulador de grana.
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