A notícia, inserta no
jornal O POVO, de 23.02.14, apenas confirma publicamente aquilo que todo mundo
sabe, mas tem medo de exteriorizar: no Poder Judiciário, que deveria constituir-se
um poder acima de qualquer suspeita, a corrupção também se faz presente. E em seus
escalões superiores, usando expedientes suspeitos.
É que determinadas bancas de renomados advogados de
Fortaleza espertamente optam por impetrar “habeas corpus” junto ao Tribunal de
Justiça do Estado, em favor de bandidos de alta periculosidade (já presos), só e
exclusivamente só, quando dos plantões judiciários de finais de semana (no fim do
ano passado, houve a tentativa de liberar pelo menos três criminosos de uma
quadrilha especializada em assaltos, seqüestro e tráfico de drogas, reincidentes
no mundo do crime e que já haviam sido condenados em pelo menos um processo).
E tem mais: 01) na busca para tentar evitar a liberação
“legal”, os advogados dos bandidos apresentaram mais de um pedido de habeas
corpus para o mesmo criminoso numa tentativa de confundir o sistema de
distribuição eletrônica e chegar ao “desembargador do acerto”; 02) em um dos
casos, três advogados diferentes (contratados pelo mesmo escritório) repetem a
solicitação em datas distintas; 03) apurou-se também que alguns escritórios de
advocacia esperam por plantões específicos de determinados desembargadores - a
lista dos escalados para cada plantão passou a ser pública, por determinação do
Conselho Nacional de Justiça.
Para tanto, sabem
quanto era a “prenda” de Sua Excelência o Desembargador de plantão ??? De
apenas e tão somente "irrisórios" R$ 150.000,00 (cento e cinqüenta mil reais) por cada “habeas
corpus” deferido (em um mesmo plantão do TJCE, nada menos que 64 recursos foram
apresentados).
Descoberta a maracutaia, pelo menos
duas investigações estão em curso no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e
outras para serem encaminhadas. O desembargador Gerardo Brígido, presidente do
TJCE não quis comentar o assunto. Limitou-se apenas a dizer que os fatos estão no
CNJ.
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