Quem não esqueceu e ligou os dois neurônios para a mensagem
deve lembrar. A empresa privada é superior à pública pois se fracassar falirá
enquanto no outro caso a sociedade pagará a ineficiência. E assim a coisa
privada ocupou todo o cenário e prometeu um vida muito melhor para todos.
Mas não entrega a velocidade da internet. A telefonia móvel
é uma mixórdia de mentira, raiva e engabelação. Mudaram o modelo de negócio das
companhias aéreas e tudo é pago, até certos assentos na fileiras apertadas.
Quer dizer: a consonância entre o que pode e deve e aquilo
que entrega não existe. E é caro. Muito caro. Certos medicamentos psiquiátricos
custam mais de R$ 800,00 mensais para ter efeito. Medicamentos contra o câncer
não só custam o mesmo que apartamentos luxuosos como são controlados por uma
máfia picareta que ganha nas duas pontas.
Observem que a manutenção da vida já ultrapassou os limites
das necessidades básicas contínuas. O domicílio tem inúmeros taxímetros rodando
continuamente: eletricidade, água e esgoto, retirada do lixo, televisão a cabo
e telefonia. Mas a dependência não fica aí: toda a parafernália
eletroeletrônica e mecânica que entulha os vãos dos domicílio tem a necessidade
sistemática de manutenção.
Uma lâmpada iluminada a eletricidade se tornou um escândalo
de obsolescência: duram menos de um décimo que poderiam durar. Já viram como os
faróis dos automóveis não levam nem seis meses para queimar? O quanto estas
lâmpadas novas a gás que economizariam a conta da luz queimam com muito menos
horas de uso do que o fabricante promete?
Então inverteu-se a racionalidade e o avanço do conhecimento
num cavalo de pau louco onde a dinâmica é a dos cassinos. Um bando de ricos
apostando lucros em medidas arriscadas que transformaram a produção em canal
privilegiado de enganar e extrair maiores lucros.
E agora na crise de 2008, que dizem ser a crise ideológica
daquele discurso neoliberal, caiu a viga principal que o sustentava. E o
tombamento da estrutura tem a frase germinal dele: grande demais para falir.
Voltamos à origens: se não podem falir, a sociedade paga a
conta.
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