sábado, 13 de setembro de 2014

A "retificadora" - José Nilton Mariano Saraiva


Qualquer brasileiro tem garantido constitucionalmente o direito de se cacifar ao cargo de mandatário maior da nação, via voto popular, bastando para tanto que atenda à legislação pertinente. Além do que, recomenda o bom senso, há que se ter uma vida pregressa que não comporte dúvidas e/ou despida seja de nódoas comportamentais.

Tal reflexão é só pra lembrar que, na atual corrida sucessória, bastou o comitê da concorrente (Dilma Rousseff) protocolar um simplório pedido de investigação junto ao órgão competente (Procuradoria Geral da República) objetivando saber sobre a renda obtida com as palestras que proferira, eis que a candidata Marina Silva de pronto se lembrou de “retificar” as informações originalmente encaminhadas àquele órgão.

É que ela “esquecera” (talvez por considerar irrelevante) de listar dois investimentos mantidos no banco HSBC: uma aplicação em renda fixa no valor de R$ 30.000,00 e uma caderneta de poupança de R$ 15.612,94. Feita as correções devidas, o patrimônio da candidata subiu de R$ 135.401,38 para R$ 181.014,32, representando um acréscimo nada desprezível de 37,0%.


Constatar que alguém que se disponha a candidatar-se à Presidência da República não tenha o mínimo de cuidado com o que divulga e propaga (quer via programa de governo e/ou dados pessoais à Justiça Eleitoral), advindo daí a necessidade de freqüentes e apressadas "retificações" daquilo que fora originalmente veiculado (como restou comprovado), é no mínimo constrangedor.

No mais, as recorrentes “trapalhadas” cometidas pela candidata e seu comitê nos últimos dias (o plano de governo já foi alterado várias vezes), revelam um irresponsável descontrole com o que se passa à sua volta, daí sermos tentados a imaginar quão arriscado seria se a ela delegássemos a tarefa de cuidar de um organograma muito mais complexo e de estrutura muito mais pesada, como o é o da Presidência da República.

Definitivamente, amadores não deveriam ser habilitados a tal mister.

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