domingo, 26 de outubro de 2014

AÉCIO NEVES REVELOU SUA ESTRATÉGIA PARA MELHORAR A VIDA DO POVO BRASILEIRO. - José do Vale Pinheiro Feitosa

Aécio Neves não é um beócio. Tem formação acadêmica. Ocupou altos cargos na República e no Estado de Minas Gerais. O que ele quis dizer com a frase: “...gastar menos com o governo para investir na população”?

Esclarecer o que disse com “gastar menos...” é desnecessário. A frase se auto explica. Será aplicado menos dinheiro. É isso e pronto.

Se fosse dado um pulo na frase e chegássemos a “para investir na população”, teríamos a junção de “gastar menos...para investir na população” o que é uma frase incoerente ou tem coerência interna. Se você gasta menos investe menos na população, Aécio não diria isso nas vésperas das eleições. A coerência interna seria ele vai tirar dinheiro de algum lugar para investir na população.

Ai vem o “xiiizzii do pobema meurmão” Aécio vai gastar menos com o GOVERNO. Mas o que é o governo mesmo? Sem Noberto Bobbio, Max Weber e outras mumunhas mais, apenas o velho dicionário do Houaiss.

Tomando todas as acepções da palavra GOVERNO excluiremos as derivações por metonímia e o termo de marinha. E restaram estas:

a)  1. ação ou efeito de governar(-se); governação, governança, 2. ato ou efeito de dirigir; administração, chefia, direção
b) 3. o poder executivo; o presidente junto com seu ministério
E o termo jurídico: complexo de órgãos responsáveis pela realização da administração pública, através do exercício dos poderes delegados pelo povo, sem perder de vista a soberania deste.

Aécio Neves pretende, portanto, investir menos no substantivo: ação e efeito de governar, dirigir, administrar, chefiar e oferecer direção. Por consequência gastará menos com poder executivo, incluindo aí a administração pública com o exercício dos poderes delegados pelo povo, sem perder de vista a soberania deste.

Teremos o seguinte quadro: Aécio vai gastar menos na administração pública e vai transferir estes recursos para o povo, não é isso que ele quis dizer? Então vamos ao gastar menos: demitir funcionários públicos, achatar salários dos funcionários públicos, solapar aposentadorias dos funcionários públicos, acabar órgãos públicos, reduzir funções do Estado, diminuir fiscalização, controle e avaliação.

Então ele vai pegar o que economizou com “os funcionários públicos e a administração pública” e entregar ao povo. Isso pode ser de modo direto, assim como o Bolsa Família. O povo pega este dinheiro e vai para o mercado de saúde, educação, segurança, trânsito, abastecimento, saneamento básico, defesa nacional, etc. e tal e compra os “bens de serviço”.

A preço de mercado, pois os agentes econômicos operam na lógica do lucro. Haverá a formação de monopólios, ele, então, vai ao mercado estrangeiro e abre a concorrência nacional. Os preços sobem e daqui a uns dez ou doze anos de governos do PSDB os preços estarão tão altos quanto o mercado internacional.

Mas aí a questão é diferente. Se mexer no interesse americano os marines aportam. Se tentar enquadrar uma empresa da Comunidade Europeia a OTAN sobrevoa com algumas bombinhas de agrado. Isso sem contar com os chineses, japoneses e outros mais que não são besta e não vão deixar de investir no país com uma reserva de recursos estratégicos desta.

Agora pergunta ao Aécio se ele vai reduzir os gastos do governo com os juros que remuneram a elite nacional? Se fizer um acordo para lhes entregar o resto de empresas e infraestrutura estatal em troca de pagar-lhe menos grana é só uma questão de tempo após a bonança temporária que o povo vai viver.

Os capitais nunca dormem. E se articulam. Quando o Estado lhes entregar todo o butim, só restará o dinheiro do povo e sobre ele que avançarão sobre a forma de juros que avançarão para continuar ganhando sempre mais.

Isso é mais ou menos como o anúncio de Cine de Barbalha nos anos cinquenta: um filme cowboy bom de arromba, se não for eu cegue.    

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