Em meio à disputa presidencial, o candidato Aécio Neves (PSDB) crava: no
Programa Bolsa Família, criado pelo ex-presidente Lula em 2003, há DNA tucano.
Para sustentar o dito, Aécio afirma que o Bolsa Família é uma junção de
programas criados na gestão de FHC, como o Bolsa Escola, Bolsa Alimentação e
Gás. Mas Luciana de Oliveira, funcionária do governo federal há 13 anos,
explica, em carta aberta a Aécio, a diferença entre o Bolsa Escola e o Bolsa
Família do PT. Segundo ela, não há nenhuma semelhança entre a concepção dos
projetos, os objetivos, sua execução e muito menos nas contrapartidas cobradas.
Segundo Luciana, Aécio e o PSDB reivindicam paternidade agora, na eleição,
porque o projeto é popular e reconhecido internacionalmente. Mas não
demonstram, enquanto partido que conduziu o país, conhecimento sobre programas
sociais de massa ou mesmo "preocupação" com o público alvo. Daí a
carta aberta que escreveu ao candidato Aécio Neves, onde cabe destacar:
Candidato, com todo humilde conhecimento que tenho sobre o
assunto, afirmo que o Bolsa Família não é, nem de longe, a continuidade de nada
dos programas anteriores. Eles são completamente diferentes desde a sua
concepção e, principalmente, da sua intenção para com o povo brasileiro. O Bolsa Família atende hoje mais de 14 milhões de famílias e 52 milhões
de pessoas! Ele é o Programa de Transferência de Renda Condicionado mais
respeitado, estudado, reverenciado, copiado no mundo todo. Constantemente
recebemos aqui no Ministério corpos técnicos de alto escalão do mundo inteiro
para “conhecer e aprender o que fazemos”. O Brasil, por intermédio do Bolsa
Família e do que podemos hoje chamar de Cadastro Único, criou e exporta
tecnologia social. O Bolsa Família possibilitou ao Brasil cumprir a meta de
Objetivos do Milênio, da ONU, para erradicação da fome e da miséria muito antes
da meta estabelecida para o resto do mundo, que seria 2015. O BOLSA FAMÍLIA
TIROU O BRASIL DO MAPA DA FOME PELA PRIMEIRA VEZ DESDE SEU DESCOBRIMENTO, EM
1500. E principalmente, o Bolsa Família, que já foi pra muitos fonte exclusiva
de “renda”, a diferença entre ter ou não o que comer no prato, hoje é renda
complementar de milhões de famílias. E ainda assim, caso o senhor insista muito
em fazer qualquer relação com o que tinha no Brasil e o que temos hoje, e em
requerer a paternidade do Bolsa Família – para o PSDB, que aqui eu personifico
na sua pessoa para fins, com sua licença, didáticos do restante do parágrafo –
eu tenho a dizer que: tome muito cuidado. Porque se fosse declarado mesmo o pai
da criança, que tipo de pai o senhor acredita que teria sido para o seu filho?
Um pai que “bate” no filho no Congresso Nacional, chamando-o de fomentador de
vagabundo, de gente preguiçosa? Um filho que até dias atrás era “esmola” pra
quem não quisesse trabalhar? Seria um pai que nutre tamanho desconhecimento
sobre seu filho ao ponto de propor pra ele regras que já existem há mais de 10
anos?
Onde o senhor
esteve todo esse tempo? Onde o Senhor esteve quando precisamos aprovar
modificações necessárias para o seu pleno desenvolvimento, a cada vez que
precisamos apoiá-lo em seu crescimento natural e o senhor como representante do
povo no Congresso Nacional tinha todas as ferramentas para apoiá-lo e não o fez
???
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