quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Sai caro ao cobrador e ao pagador - José do Vale Pinheiro Feitosa

Leiam esta frase pronunciada por um jovem, de menor idade legal, a respeito do assassinato de outro jovem do qual foi partícipe: “O crime cobra caro, enquanto uns matam, outros morrem”.

Não especulo a sensação que a frase provoca em vocês. Mas sei que na televisão a edição a traduziu como a frieza de um assassino sem causa. A maldade em estado puro.

Antes de retornar à frase aqui no meu íntimo, vou levantar uma postagem feita nas redes sociais onde uma alemã, nascida na segunda guerra, estranha o avanço de neonazistas a hostilizar trabalhadores migrantes em busca de oportunidade.

E mais alguma coisa no nosso baú. Pesquisa realizada na Espanha evidencia que 6 em cada 10 jovens pretendem migrar do país em busca de melhores condições. E tudo isso termina por alargar o mal além de sua pureza, de algo subjetivo para entender a substantivada crise econômica. Ela, conforto ou desconforto de nossa consciência está na realidade que nós mesmo ajudamos a manter.

Olhem como os dois últimos parágrafos se chocam: o jovem espanhol migrante pode bem ser o hostilizado dos neonazistas alemães. Do mesmo modo que os nordestinos são dos paulistanos.

Fábio de Oliveira Ribeiro postando sobre a ânsia de vômito que sentiu a alemã ao observar os neonazistas escreveu: “Os jovens nazistas alemães e os fascistas brasileiros não aprenderam sua ideologia com os velhos nazistas e fascistas europeus....Eles não têm história e este é o verdadeiro abismo que os separam dos seus governantes. O vazio histórico destes restolhos do totalitarismo e do autoritarismo é um fato e pode se transformar numa tragédia caso esses jovens resolvam usar a violência para impor sua vontade aos alemães e brasileiros. Eles não causam temor aos seus respectivos Estados, que têm homens treinados e armados para lidar com terroristas. É óbvio, porem que devemos temer por eles, pois o mal que eles podem sofrer é bem pior do que aquele que podem causar.”  

Agora retornando à frase inicial. A natureza tende a agradar-se, evitar as pontas agudas, a evitar tempestades, maremotos e terremotos. A natureza não gosta de desperdiçar sua matéria e sua energia. Especialmente a economia não gosta do preço alto. A cobrança cara é instável e tende a baixar o preço.

Especialmente quando este preço é A prática alternada dos mesmos personagem entre o dedo no gatilho e o impacto da bala. A redenção é humana. Não é apenas moral, mesmo que esta possa servir de guia. O preço daquele exercício é incompatível com a existência do autor. E quando o autor não sobrevive, a autoria desaparece. 

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