quarta-feira, 24 de dezembro de 2014



Gostaria de desenhar um árvore de natal com velinhas acesas. Desejar ao mundo de paz. Uma eterna paz que nos garanta a vida sobre a terra. A vida que é esta forma mais dinâmica da matéria. 

Gostaria de abraçar todas as coisas com as quais não concordo. Mas não posso. Elas são conformadas com arrogâncias, soberba e exclusão. Uma aderência a privilégios vis que não têm a menor importância quando um de nós abraça ao outro.

Gostaria de ter um natal diferente de guerras. Das promessas de um império que se desintegra e pela qual nada podemos. Que se desintegra com um navio afundando, arrastando tudo que flutua em sua volta.

Gostaria de muito mais do que tenho e posso. Pois sermos história, termos o que contar, o que traduzir, é como a edição destas imagens que acompanham esta música de John Lennon.

Gostaria que nenhum ser que admirei, admiro e admirarei se imagine um Ícaro com as penas desmanchando. Pois sei dos seus vôos exuberantes no planisfério das nossas contradições. E sei que sol nenhum descolou os móveis de sua evolução.

Gostaria que a minha terra se transforme numa marca inconfundível da história do seu povo. Pois entre erros e acertos, apegos e desapegos, é a experiência pela qual o que acontece é o que tem por acontecer. Mas tudo que é afinal a conclusão, pode ser previsto. E por previsto ser revisto. 

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