quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

A MÍDIA NACIONAL É O ESCRITÓRIO DE CORRETAGEM DA VENDA DE PETROBRÁS - José do Vale Pinheiro Feitosa

Ontem um amigo, ao telefone, perguntou-me pelos 80 bilhões de reais da corrupção na Petrobrás. Eu apenas vira a manchete do jornal O Globo. Não lera a matéria, afinal é um número muito alto para o curso da corrupção (seja ela de 3% ou 10%).

Considere que toda a corrupção acontece no fluxo de investimento (em maior escala) e no fluxo de manutenção de atividades (em menor escala). Qualquer cidadão medianamente informado sabe que a Petrobrás tem um valor de mercado de aproximadamente 60 bilhões. Isso considerando a acumulação da empresa em toda a sua existência.

A empresa não tem fluxo de manutenção para subtrair tal montante e nem tem, ela e qualquer grande petroleira, capacidade de investimento desta ordem (da qual se extrai a corrupção) nos últimos 20 anos. Não tem, inclusive, pela oscilação do mercado de Petróleo, considerando o desenvolvimento da China e da Índia por demanda e a crise econômica por demanda reduzida. Incluindo a própria entrada dos EUA no petróleo de xisto que inundou o mercado de óleo.

Portanto a manchete é uma deslavada mentira. É uma jogada política para se contrapor ao governo e aos partidos políticos no governo. É apenas isso. Não é de agora que isso existe, aqui e no mundo todo. A mídia brasileira segue o mesmo diapasão da mundial: aposta no sucesso dos ricos e se lixa para a miséria do povo.

Essa história é igual ao bilhão de dólares que Collor e sua “gangue” teria juntado em menos de um ano de governo. Se dava conta, inclusive, de festas de regozijo no mais luxuoso hotel de Paris, para se comemorar a marca do dinheiro. Era tudo uma farsa, independente que aquela turma tenha se metido em corrupção. Falo do montante.

Hoje está clara a fonte de mentira da manchete sobre a Petrobrás. O que aconteceu foi uma avaliação feita em todo o seu investimento num determinado período e desta avaliação se extraiu um valor que é inferior ao contabilizado pela empresa. E esta diferença será objeto de reanálise, pois aí tem oscilação de mercado, tem critérios de avaliação de uma coisa que não está à venda, é apenas estoque e assim por diante. Pode ser que a diferença até seja a maior, mas pode ser menor a aí é a questão.

Quem tem imóvel nas cidades brasileiras, até mesmo nas pequenas, tem como referência de preço de sua unidade o crescimento de valor de mercado dos últimos anos. Em cidades como o Rio de Janeiro cresceu tanto, que até se falava em bolha imobiliária. Agora este mesmo imóvel está perdendo valor de mercado. É disso que estamos falando. Muita gente ainda tem por referência que seu imóvel valha o tanto quanto a fase de crescimento, mas se for posto à venda, pode encontrar outra realidade.

Agora uma última linha. A mídia nacional além da questão política, está a serviço da privatização da Petrobrás, como sempre esteve. Ela funciona, neste momento, como uma espécie de escritório de corretagem. Tenta desestabilizar os donos do negócio para passar a outros donos. Esta é a questão principal, além da política.

Como o governo é o principal acionista, desestabilize-se o governo.

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