terça-feira, 27 de janeiro de 2015

DESENVOLVIMENTO HUMANO - José do Vale Pinheiro Feitosa

Nem quando a humanidade era apenas caçadora e coletora as pessoas eram abandonadas ou discriminadas. Mesmo com guerras por território ou para saquear mantimentos entre tribos.

Atualmente todo o trabalho humano é realizado num universo interligado e interdependente, de modo que a produção, distribuição e consumo é uma dinâmica necessariamente coletiva. A apropriação da produção como vantagem do capital é propositiva como mecânica econômica, mas negativa como realidade das necessidades universais da humanidade.

A pobreza não pode ser aceita a partir desta universalização, quase orgânica, certamente sistêmica, do trabalho e da geração de riquezas. Aponta-se para a superação da apropriação privada com a consequente evolução das relações humanas no sentido do bem estar, da solidariedade e da proteção coletiva de cada indivíduo. 
  
Nesta semana a Ministra Tereza Campello do Ministério do Desenvolvimento Social deu entrevista fazendo um apanhado da política do governo federal. Antes de seguir adiante com o resumo do que ela diz, chamo a atenção para um segmento de pessoas desinformadas, que argumentam com uma ideia congelada do país, de modo a sustentar seus preconceitos e o conservadorismo de ideias.

Retornando ao que informa a Ministra. A primeira coisa é que a sociedade brasileira apoia os programas de proteção social e quer que sejam até mais capazes de estimular o progresso das pessoas. Mas há um segmento preconceituoso, centrado na discriminação ao pobre, que “saiu do armário” e faz um barulho tremendo nas redes sociais e como colunistas na grande mídia.

Lembra o caso de uma jornalista que disse que pobre só quer ter filho. Uma típica frase desprovida da realidade. A taxa de fecundidade brasileira caiu muito, especialmente entre os pobres. Mas é bom lembrar que existem pessoas com pouca informação, repetem a bobagem, mas se tomam conhecimento da realidade, mudam suas posturas. Não é o caso de alguns cujo objetivo é o combate e por isso são impermeáveis à informação.

E em que pé os programas de desenvolvimento social estão? Em primeiro lugar a rede de proteção social começa a se universalizar, se multiplicando em todos os municípios. Em segundo lugar é que a sociedade, por meio do Estado, não mais aceitará que pessoas sofram a pobreza abaixo de certa linha de renda e que toda vez que isso ocorrer, receberá uma complementação.

A terceira linha é que se necessita garantir o acesso às necessidades básicas (saúde, educação, segurança etc.) aos mais pobres, pois são eles os que mais sofrem para acessar os recursos públicos. Adib Jatene, humanista tão distante de certos doutores, disse: “O grande problema do pobre não ele ser pobre, mas é que os amigos dele também são pobres. Ele não tem amigo que fala com quem decide, ele não tem amigo que marca uma audiência, que negocia um financiamento e que elabore um projeto. Então eles precisam que o governo assuma uma parcela da população, sem o que eles não têm alternativa.


E com Jatene encerro este resumo da Ministra Tereza Campello. A Adib Jatene devo boas lembranças, quando trabalhamos juntos no gabinete do Ministério da Saúde na época em que ele foi Ministro. 

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