A Europa, tensa, por tantos problemas de ordem econômica,
tem um enorme espinho na garganta. O progresso, a partir dos anos 60 até a
crise, se fez junto com uma sólida migração de pessoas qualificadas ou não vindas
de países em desenvolvimento.
Hoje a notícia é que nas duas portas do Eurotúnel, que
atravessa o Canal da Mancha, teve ação francesa de um lado e inglesa no outro.
Grandes operações para que migrantes acumulados no Porto de Calais não cheguem
até a Inglaterra.
O principal problema da migração globalizada se encontra no
EUA, mas na Europa as notícias são mais ou igualmente dramáticas. A rota DO
Mediterrâneo não deixa de afogar pessoas diariamente.
Onde acontece o princípio e fim? De um ciclo? A grande
migração rural e urbana impulsionou a economia mundial com os mercados
globalizados ávidos para criar estruturas urbanas que albergassem tanta gente
nova nas cidades.
Por isso todas as bolhas da atual crise do capitalismo, de
ponta a ponta, indo dos EUA até a China, incluindo Europa e Brasil se encontra
nalguma escala no pivô da Construção Civil e da população mudando de um país
para outro em todo mundo.
As fabulosas taxas de crescimento chinesa também fizeram
pivô no furacão da Construção Civil e na crença que o crescimento levaria mais
tempo do que afinal levou. A Construção Civil, criando cidades e bairros,
ampliando serviços e consumo de energia, criando vias e enchendo-as de
veículos, levantando edifícios, abastecendo as moradias com eletrodomésticos e
mobiliários, girou uma roda descomunal do capitalismo.
E esta roda está parando com o que se chama bolha imobiliária.
Pois é ficção dos bancos e suas carteiras, que a realidade puxa por gravidade
aqueles derivados descomunais para a base real de uma economia deprimida.
Thomas Pikkety já advertira que taxas de crescimento muito
elevadas são irreais. Elas apenas revelam o quão atrasado estavam os povos
antes ou o esforço para recompor anos de perdas materiais para afinal chegar-se
ao mesmo padrão de anos passados.
Vamos entrar numa fase da história humana onde o “otimismo
do crescimento” dará lugar a outras formas de viver as sociedades. Aquele sonho
de que tudo será melhor no futuro, parece entrar numa fase em que tudo pode ser
até pior, pois o que antes era melhor fora apenas uma festa na qual se gastou
todo o estoque da despensa.
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