Os
que assistiram à sessão em que os senadores da república (muitos
“fichas sujas”, envolvidos em denúncias de corrupção e
falcatruas) decidiram pelo impeachment da Presidenta “Ficha-Limpa”
Dilma Rousseff, certamente viram e ouviram quando o senador Humberto
Costa questionou o Presidente do Senado Federal sobre algo
extremamente grave, mas que a nossa corrupta imprensa ignorou por
completo (no dia seguinte não houve nenhuma menção sobre, nos
jornalões da vida): se era verdade a notícia de que, dias atrás, o
senador tucano Aécio Neves houvera solicitado e removido das
dependências do Senado Federal, para análise, 25 (vinte e cinco)
caixas de documentos da Lavajato que continham acusações contra ele
(alguém sabia que os documentos da Lavajato são guardados nas
dependências do Congresso ???).
De
pronto, o Presidente do Senado, Renan Calheiros, tecendo loas à
democracia, confirmou a notícia, só que com uma “pequena-grande”
correção: sim, Aécio Neves houvera retirado não 25, mas 40 caixas
com documentos que o citavam, ao tempo em que pontuava que qualquer
um dos políticos ali presentes poderiam fazê-lo, se assim achasse
necessário, já que são centenas de caixas (de políticos vários).
Pego
no flagra, o “playboy do Leblon” (Aécio Neves) pediu a palavra
para tentar “limpar a barra”, afirmando que aquela era uma ótima
oportunidade para se provar o valor da democracia, que nada tinha a
esconder e, enfim, que estava exercendo um direito (alguém acredita
que se o senador Humberto Costa não houvesse trazido á baila tão
grave acusação, o playboy do Leblon a ela se referiria ???).
Fato
é que, dois dias depois, o (suspeito e parcial) ministro Gilmar
Mendes, que houvera acolhido uma denúncia da Procuradoria Geral da
República contra o ”playboy do Leblon” (Aécio Neves), resolveu
devolver citada denúncia às pressas para aquela Procuradoria,
recomendando um reexame detalhado da questão. Aqui pra nós (e de
novo), alguém acredita que tal denúncia voltará ao Supremo e o
“playboy do Leblon” enfim será penalizado ??? Mais fácil o mar
secar, galinha criar dentes, ou um elefante voar.
O
que se estranha nisso tudo é que, quando o presidente em exercício
da Câmara Federal, Valdir Maranhão, sob enorme pressão, desfez o
que tinha feito (anular sua decisão de anular a sessão que houvera
autorizado o impeachment da Presidenta Dilma Rousseff), a mídia caiu
de pau sobre o próprio, acusando-o de despreparado, analfabeto e
outras delicadezas, findando por exigir sua renúncia, ou que seja
substituído (até aqui ele resiste).
Pois
bem, Gilmar Mendes também o fez e nadica de nada foi ventilado;
ninguém o questionou sobre, ou exigiu que fosse substituído, embora
o “modus operandi” haja sido o mesmo utilizado pelo Deputado
Maranhão (de novo: mais fácil o mar secar, galinha criar dentes, ou
um elefante voar).
Até
quando os demais integrantes dos Supremo Tribunal Federal vão
permitir que um juiz partidário e sem escrúpulos continue a manchar
a reputação da corte maior do país ???
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