Anos
atrás, aqui em Fortaleza, no decorrer de uma comemoração
natalícia, tivemos a oportunidade de conhecer o (então) prefeito de
uma paupérrima cidade do interior do Ceará, mais especificamente de
uma urbe encravada na Região do Cariri. Na verdade, o dito-cujo já
houvera chamado a atenção no momento em que estacionou e
desembarcou de uma vistosa e potente Hilux, “tinindo de nova”.
Lá
pras tantas, conversa vai conversa vem, as generosas doses de “scott”
sorvidas conseguiram “destravar” a língua de Sua Excelência. E
ele começou, exatamente, pelo “avião” (como ressaltou) em que
desembarcara (a Hilux). Segundo narrou, acabara de receber de
“presente” de um determinado Secretário de Estado em troca de um
“favor” que lhe houvera prestado (vivenciávamos então o
primeiro governo Tasso Jereissati). Adiante, numa outra fala, sem
assombro discorreu que para ter acesso às tais “emendas
parlamentares”, destinadas aos municípios pelos “nobres” (???)
deputados federais, a condição sine qua non era que “pelo menos”
20% (vinte por cento) do valor ficasse retido com o próprio
(evidentemente que não “detalhou” como se conseguia fechar a
prestação de contas, a posteriori; no entanto, bem sabemos que nada
que um banal sobrepreço não resolva).
A
reflexão é só pra mostrar que de lá pra cá a coisa não mudou
nada. Agora, por exemplo, em busca de manter-se no poder a qualquer
custo, o golpista sem povo e sem voto (Michel Temer) avança tal qual
um rolo compressor sobre os mafiosos deputados componentes da base do
governo, e literalmente “compra” os seus votos a fim que consigam
livrar-lhe da cassação do mandato, através da liberação generosa
das tais “emendas parlamentares”. Que, repita-se, ao chegaram aos
prefeitos interioranos (se chegarem), naturalmente terão passado por
um processo de “poda” durante o percurso (de pelo menos 20%,
lembremos). Isso tem um nome, Corrupção. “Ativa”, por parte do
golpista sem povo e sem voto (Temer) e “Passiva”, por parte dos
escroques parlamentares. Por onde anda o único juiz do Brasil que
trata da corrupção, Sérgio Moro, que não intervém ???
A
propósito, em mais de uma postagem, neste mesmo espaço, já há um
certo tempo, afirmamos peremptoriamente que o exercício da atividade
política no Brasil se houvera transformado num “rentável meio de
vida” (e nada mais que isso), já que pelo menos 95% dos candidatos
a atividade parlamentar, independentemente da agremiação a que
estejam vinculados, adentram ao jogo político com o objetivo único
e exclusivo de “se fazer”, “se arrumar na vida”, sem qualquer
preocupação com a coletividade (assim, além do marombado salário,
verbas de todo tipo lhes são destinadas, além da oportunidade de
traficar influência em benefício próprio e por aí vai, desaguando
no enriquecimento ilícito ora visto).
O
absurdo é que o próprio Presidente da República, para se manter e
à quadrilha que o assessora, no poder, se dê ao desplante de ficar
ligando pessoalmente para parlamentares oferecendo-lhes uma grana
alta que poderia ser destinada a fins mais nobres.
No
mais, somente uma “reforma política” profunda e visceral, que
contemplasse o extermínio das tais “emendas parlamentares”, bem
como o fim do tal “fundo partidário” (dentre outras medidas),
teria o condão de mudar o rumo do Brasil. Mas, para tanto, os
próprios ladrões com assento no Congresso Nacional é que teriam de
tomar tal iniciativa.
Alguém
acredita nisso ???
ResponderExcluirSó pra ilustrar: Entre 2011 e 2013, mesmo com apenas dois deputados federais, o PRTB, fundado pelo espertalhão José Levy Fidelix da Cruz. recebeu, a título de Fundo Partidário, R$ 4.962.343,83.