terça-feira, 26 de dezembro de 2017

O MINISTRO E OS DONOS DO DINHEIRO – José Nílton Mariano Saraiva

Aécio Neves, Daniel Dantas, Roger Abdelmassih, Jacob Barata, Ike Batista, José Riva, Anthony Garotinho, Adriana Ancelmo, Beto Richa e Benedito Lira, dentre muitos outros (a lista seria infindável), têm alguma coisa em comum: 01) trafegaram na ilegalidade por anos e anos e, portanto, são comprovadamente marginais; 02) têm muito dinheiro; 03) depois de roubarem estratosféricas somas de dinheiro foram liberados da prisão por decisão monocrática do excelentíssimo senhor ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes.

E como na lista do Gilmar Mendes não figura um só pobre, sequer um remediado da classe média, o que metade do mundo e a outra banda pode pressupor é que, por caminhos que o mortal comum desconhece, o tal ministro deve receber, sim, algo em troca. Não no Brasil, mas, provavelmente, lá fora. O quê, fica a critério de cada um emitir algum juízo de valor.

Fato é que, embora já houvesse um certo ar de “desconfiômetro” da população em razão da postura ousada do ministro, agora temos uma outra grave denúncia pública de um juiz federal com atuação na cidade de Campos, no Rio de Janeiro, tratando da liberação do Anthony Garotinho por Gilmar Mendes, a saber:

Em um vídeo estarrecedor, o juiz Glaucenir Oliveira, que prendeu de forma extremamente polêmica – e, para muitos juristas, ilegal – o ex-governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, decidiu atacar o ministro Gilmar Mendes, que determinou a libertação do político nesta semana; na mensagem, o magistrado acusa Gilmar Mendes de ter recebido dinheiro em troca de decisão favorável: “a mala foi grande”, afirmou. Gilmar soltou Garotinho, apontando que não havia qualquer elemento que justificasse a prisão preventiva; procurado pela reportagem, o juiz Glaucenir ainda não se manifestou.” (ipsis litteris).

Arrogante, sarcástico e prepotente, Gilmar Mendes já humilhou advogados em sessões do Supremo Tribunal Federal, assim como “peitou” os colegas daquela Corte (em mais de uma oportunidade), por “ousarem” questionar suas bravatas (lembremo-nos que em um embate duríssimo, no recinto do STF, o ex-ministro Joaquim Barbosa o acusou de “coronel” e de destruir o Judiciário brasileiro).

Não esquecer, também, que nos dias atuais Gilmar Mendes funciona como principal “conselheiro-orientador” do ilegítimo presidente, e que, coincidentemente, sua esposa (do ministro) foi aquinhoada com uma polpuda remuneração (fala-se em mais de R$ 30.000,00) para funcionar como membro efetivo de um dos Conselhos da Itaipu Binacional.

Pode até não ter nada a ver, mas tudo isso nos faz lembrar o grande e sempre atual Nelson Rodrigues, ao afirmar que: “Se os homens de bem tivessem a ousadia dos canalhas, o mundo estaria salvo.”



Um comentário:

  1. Faço parte dos milhões de brasileiros que assistem estarrecidos à destruição do judiciário brasileiro por juristas sem escrúpulos como o citado neste post. Minha expectativa é que os próprios magistrados façam a depuração do judiciário. Não creio que Moro seja uma gotinha d'água no escaldante verão árido nesse deserto desprovido de virtudes em que parece ter se tornado a Magistratura pátria. “Se os homens de bem tivessem a ousadia dos canalhas, o mundo estaria salvo.” Fico com esta frase.

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