Lá
atrás, no governo Itamar Franco, foi o então supostamente íntegro e sério
Ministro da Fazenda, senhor Rubens Ricupero que, flagrado em conversa informal
com um dos repórteres globais (Carlos Monfort, seu cunhado) não percebendo que
o microfone estava ligado, soltou esta pérola:
"Eu
não tenho escrúpulos. Eu acho que é isso
mesmo: o que é bom a gente fatura, o que é ruim a gente esconde".
Claro
que teve que “se mandar”, tal o escândalo advindo.
Num
segundo momento, no governo do fajuta “príncipe dos sociólogos” (Fernando
Henrique Cardoso), quando se pensava que a “arte” de fraudar números na gestão
pública houvesse sido obstada, estupefatos tomamos conhecimento que a
presidência do Banco do Nordeste fora entregue a um exímio e descarado
fraudador de balanços, senhor Byron Queiroz, “expert” em transformar prejuízos
em lucros com o simples uso de uma caneta. Descoberta a fraude grotesca, ainda
assim foi absolvido por unanimidade pelos desembargadores de um desses
tribunais regionais corruptos existentes no país, por interferência do padrinho
famoso (Tasso Jereissati).
Agora,
na gestão do comprovadamente despreparado Jair Bolsonaro, só através do
rigoroso e ultraconservador jornal britânico, Financial Times (já que a mídia
tupiniquim foi cooptada), tomamos conhecimento que o todo poderoso Ministro da
Economia, Paulo Guedes (aquele, cujo única referência maior é a sua atuação
deletéria no governo chileno do ditador Augusto Pinochet) apresentou números
flagrantemente manipulados no tocante à situação econômica atual do Brasil, daí
a humilhante manchete:
“Falha
nos dados econômicos brasileiros desperta preocupações entre analistas”.
Pego
no flagra e sem ter justificativa alguma a apresentar, de pronto o Ministério
da Economia tratou de apressadamente “revisar” os números fraudulentos das
exportações brasileiras, pela segunda vez em menos de uma semana, deixando no
ar, dentre outras, as seguintes dúvidas: 1) desde quando, sob Bolsonaro, os
balanços brasileiros são “martelados” irresponsavelmente, a fim de escamotear a
realidade do país; 2) até quando a mídia e especialistas brasileiros hão de
aceitar passivamente os arroubos do charlatão Paulo Guedes e sua equipe, sem
qualquer questionamento; 3) como fica a confiança e credibilidade do país ante
a comunidade financeira internacional, já que o “engano” verificado em um só
mês (novembro/2019) foi de “irrisórios” US$ 3,8 bilhões (de dólares, é bom não
esquecer, e em um só mês).
Instado a explicar-se, o Ministério da Economia disse que
tal erro foi causado por uma “falha” em registrar um grande número de
declarações de exportadores nos últimos três meses, e que as exportações em
setembro e outubro também foram sub-notificadas em US $ 1,37 bilhão e US $ 1,35
bilhão respectivamente.
Fato
é que, ao receber do ignorante e abobalhado chefe “carta branca” para atuar
livremente em todos os setores da administração pública (apesar do seu
histórico medíocre como economista) Paulo Guedes é aquele tipo que não tem
nenhum escrúpulo ou mesmo respeito por quem quer que seja, porquanto convicto
servo do “deus-mercado”. E como sabemos, o “deus-mercado” tem ojeriza a pretos,
pobres e putas, priorizando, sim, os rentistas de plantão (o próprio Paulo
Guedes atua com desembaraço no segmento).
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