domingo, 31 de maio de 2020

A "FACE OCULTA" - José Nilton Mariano Saraiva


Neste grave e delicado momento em que, através de “editoriais” contundentes e alertas esclarecedores à sociedade, os principais periódicos “direitistas” do país (Folha, O Globo, Estadão, Zero Hora e por aí vai) assim como o mais influente canal televisivo (TV Globo), foram literalmente “forçados” pela dinâmica dos fatos a reconhecer que o candidato que decisivamente apoiaram e ajudaram a eleger na última eleição presidencial (o Bozo) não passa de um “blefe” oceânico, autêntica “farsa” amazônica, porquanto comprovadamente despreparado para a função, além de envolvido com milícias de alta periculosidade (e aí Polícia Federal, cadê o Queiroz ???), não tem sentido ficarmos passivos e inertes à retórica belicista, às ameaças e provocações, às chantagens e arrotos de um bando de generais aposentados (e com sede de poder), e que foram estrategicamente distribuídos em seu entorno exatamente para “assustar” a todos e especialmente ao exército de arrependidos que o sufragaram (na verdade, tudo está a indicar que a nova posição da mídia aponta para uma “reviravolta” iminente).
Fato é que esses poucos meses de exercício do ex-capitão do exército (o Bozo) no comando da nação serviram, num primeiro momento, para demonstrar sua absoluta incompetência e despreparo e, após, para nos mostrar a “face oculta” dos fardados.
E o que se vê é que os generais por ele convocados para assessorá-lo não passam de adeptos desbragados de um mercenarismo vulgar, e sem maiores compromissos com a nação propriamente e nem com o Estado Democrático de Direito, tão duramente conquistado (e o exemplo maior nos é dado pelo próprio ex-comandante geral do exército, general Villas Bôas que, mesmo acometido pela terrível e degenerativa Esclerose Lateral Amiotrófica-ELA, que o impede até de caminhar, ainda assim e deixando de lado qualquer escrúpulo, deu um jeito de arranjar uma “boquinha” remunerada no governo do Bozo, além de, vergonhosamente, incluir uma das filhas no “pacote”).
A propósito, não custa lembrar que, já depois de eleito, em uma solenidade palaciana veiculada pela TV, o Bozo, dirigindo-se ao ainda comandante do exército, lembrou-lhe que estava ali (como presidente da república) graças a ele, e que jamais iria esquecer isso, levaria para o túmulo.
Mas, retomando o fio da meada, o fato é que, intimamente, referidos generais devem saber e ter consciência plena que os tempos são outros, que não há mais espaço para marchas militares provocativas e ameaçadoras, tendo em vista o Brasil ter se tornado visível demais e adquirido respeitabilidade internacional (a partir do governo Lula da Silva) e, principalmente, que aqueles que poderiam (numa improvável prática) operacionalizar um pretenso golpe (a arraia-miúda do exército) mui provavelmente não aderiria a um projeto de enfrentamento que só beneficiaria os “milicos graduados”.
Assim, a hora é de engrossar as fileiras e estimular o “renascer” do quarto poder (a mídia), manifestando-nos onde e quando pudermos contra o governo do Bozo, sempre na lembrança de que fomos vítimas de uma eleição tanto atípica quanto fraudulenta, mas que ainda há tempo para que se processem as necessárias correções.
Antes tarde do que nunca, partindo-se do pressuposto que “cão que ladra não morde”.
É pagar pra ver.



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