domingo, 27 de setembro de 2020

SUSPEIÇÃO SOB SUSPEITA - José Nilton Mariano Saraiva

 “SUSPEIÇÃO” SOB “SUSPEITA” - José Nilton Mariano Saraiva

O processo sobre a “suspeição” do ex-juiz Sérgio Moro no tocante às acusações que findaram por enclausurar (sem nenhuma prova) o ex-presidente Lula da Silva (impedindo-o de participar da eleição presidencial, onde despontava como favorito absoluto), teve início já há alguns meses, na segunda turma do Supremo Tribunal Federal (composta por cinco membros) e. até ser interrompido o placar apontava 2 x 0 em favor daquele juiz de piso, votos proferidos por Edson Fachin e Carmen Lúcia (em bom português, para os dois ministros o ex-juiz foi considerado imparcial em seu julgamento).
Faltando três votos para ser concluído, encontra-se atualmente nas mãos de um dos seus componentes, ministro Gilmar Mendes (que pediu vistas), no aguardo que seja retomado o julgamento.
Faltam votar os ministros Celso de Mello, Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski, todos teoricamente favoráveis à tese da suspeição e, por extensão, capazes de reverter o quadro atual, o que implicaria na anulação das condenações (sem prova, repita-se), impostas por aquele ex-juiz ao ex-presidente.
É a ímpar oportunidade para que aquela corte superior se redima dos grosseiros erros que proferiu ao longo dos processos eivados de parcialidade comandados pelo ex-juiz, porquanto comprovado restou (com provas robustas) que o próprio agiu de forma tendenciosa e desonesta em relação ao ex-presidente (conforme admitiu, a posteriori, o próprio Gilmar Mendes, em entrevista à mídia).
No entanto, estranhamente até agora não há nenhuma sinalização que tal julgamento seja retomado, daí se suspeitar se a suspeição do ex-juiz algum dia será votada, ou se, maquiavelicamente, os integrantes do STF estão no aguardo que assumam novos ministros indicados pela atual Presidente da República, visando beneficiar o ex-juiz e em desfavor do ex-presidente.
Fato é que, se quisesse readquirir para o STF um mínimo de credibilidade perante a sociedade (perdida faz tempo devido a decisões esdrúxulas), a segunda turma do STF teria que dar seguimento ao julgamento, antes que o ministro Celso de Mello se aposente, no próximo mês de outubro.
Se não o fizer, restará uma forte suspeição, sim, de que o STF terá sido “parcial” na tentativa de beneficiar o famigerado ex-juiz que, comprovadamente, nunca agiu com “imparcialidade” quando do outro lado estava o ex-presidente Lula da Silva.

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