Quando resolveu abandonar a
magistratura e ingressar na política (já que houvera cumprido a missão que lhe
fora outorgada de impedir por cima de pau e pedra a candidatura do ex-presidente
Lula da Silva), o então juiz Sérgio Moro indicou para substituí-la no comando
da Lava Jato a também juíza Gabriela Hardt, uma das reluzentes integrantes da tal
força-tarefa e que, desde tempos imemoriais, tal qual uma fervorosa beata, sempre
rezou pelo “catecismo morista” (tanto que ficou conhecida pela alcunha de “o
Moro de saias”).
E não sem razão. Arrogante e
prepotente, tal qual o padrinho, tinha também especial predileção por humilhar os
que tivessem a infelicidade de por ela serem questionados, ao vivo, como
aconteceu com o ex-presidente Lula da Silva, alvo de uma sua reprimenda ao
tentar esclarecer uma determinada situação.
Eis que agora, em razão da
Polícia Federal e do Ministério Público Federal não terem encontrado qualquer
indício de irregularidades nas palestras proferidas pelo ex-presidente (como à
época o juiz Moro anunciara existirem e usara de tal argumento para condená-lo e
bloquear seus bens) a “Moro de saias” não teve outra alternativa que não “descredenciar”
o amigo íntimo, ao reconhecer a inocência do ex-presidente, ao tempo em que
agilizou a liberação dos correspondentes valores bloqueados.
Ipsis litteris: “A
justificativa para manter-se o bloqueio da integralidade dos ativos financeiros
de Luiz Inácio da Silva baseava-se na suspeita de prática de crimes envolvendo
as palestras ministradas pelo ex-presidente. Todavia, a autoridade judicial
concluiu não haver indícios nesse sentido, com o que concordou o Ministério
Público Federal. Por tais motivos, o bloqueio integral de tais valores não mais
se sustenta”.
A verdade é que, uma a uma, as
decisões do ex-juiz estão sendo progressivamente anuladas, desmoralizando-o
publicamente (e em breve poderemos vê-lo na cadeia), ao tempo em que se atesta e
reafirma o que metade do mundo e a outra banda sabem: no Brasil, um golpe
envolvendo a mídia, judiciário e políticos desqualificados provocou o
afastamento de uma Presidenta da República democraticamente eleita.
Como pimenta nos olhos dos
outros é refresco, o resultado é essa desgraça que atualmente atravessamos: uma
família de milicianos no poder, assessorada por militares raivosos, com a ingente
missão de desconstruir tudo o que foi pacientemente realizado.
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