terça-feira, 7 de dezembro de 2021

 "CEREJEIRAS EM FLOR" (o filme) - José Nilton Mariano Saraiva


Prenhe de emoções, fotografia belíssima, mas com uma narrativa que exige permanente atenção ( já que um tanto arrastada e sonolenta ) “CEREJEIRAS EM FLOR” não é, definitivamente, um filme que empolgue ou se direcione aos mais jovens; longe disso, adapta-se e parece ter sido produzido, sim, visando à velha-guarda, à turma passada na “casca-do-alho”, aos românticos de plantão, aos sessentões da vida.

No princípio, a primeira e impactante bordoada: a modorrenta rotina de um casal de americanos (classe média), já maduros, filhos dispersos pelo mundo, é quebrada com o recebimento por parte da mulher (Trudi), do duro e apavorante diagnóstico médico sobre um recente “mal-estar” do marido (Rudi): doença incurável e agressiva, poucos meses de vida.

Sua opção, então, é poupá-lo daquela trapaça do destino, blindá-lo até o limite do possível e aproveitar ao máximo o tempo restante junto ao velho companheiro de guerra, sem que, evidentemente, ele desconfie de nada.

Como conhecer as “cerejeiras em flor” e visitar o “monte Fuji” (no Japão) sempre fora o sonho da sofrida Trudi, a sugestão ao marido de empreender aquela tão esperada (e adiada) viagem, aproveitando para também visitar os filhos em Berlim/Alemanha, é feita: e, embora recebida sem muita empolgação pelo sistemático e monossilábico Rudi, é levada adiante.

E aí, já na primeira parada, na Alemanha, começam a se descortinar desagradáveis e amazônicas diferenças entre pais e filhos: para surpresa de ambos, a filha Karolin revela-se uma lésbica assumida (a ponto de beijar na boca a namorada, de língua, na frente dos pais, visivelmente constrangidos), enquanto o filho Klaus, a mulher e os dois netos não se mostram nem um pouco receptivos ou dispostos a acompanha-los pela cidade. O clima pesado é latente.

Num passeio a dois, nos arredores de Berlim, um fatal, desagradável e imprevisto golpe: durante a estadia e pernoite numa simplória pousada, a sempre disposta e saudável Trudi não acorda pela manhã e jaz inerte sobre a cama: morte súbita, na madrugada.

Após a cremação do corpo, o caçula Karl (solteiro), que viera às pressas de Tókio para a cerimônia, a contragosto leva o pai para o Japão. Executivo por demais ocupado, também não tem tempo pra dedicar ao “velho”; e aí, sozinho, vagando sem eira e nem beira, lenço ou documento, pelas ruas da cidade, Rudi se depara com uma jovem dançarina de butô (de nome Yu), ainda adolescente e (descobre mais tarde) órfã e moradora de rua. Aprende muito com ela.

E é através de Yu que Rudi resolve “mostrar” à sua inesquecível e querida Trudi as cerejeiras em flor e o monte Fuji; para tanto, no momento propício, por baixo das próprias roupas passa a usar as roupas da mulher e, quando do DESABROCHAR DAS CEREJEIRAS EM FLOR, ele simplesmente se livra das suas vestes e carinhosamente se porta como se fora a própria, dedicando-lhe aquele momento mágico.

Já o segundo ato da homenagem à Trudi revela-se um tanto quanto mais difícil: hospedado (por vários dias) ao sopé do “tímido” (sempre escondido) monte Fuji, todas as manhãs ao abrir a janela do quarto se depara com o mau tempo a encobrir a montanha. Já desapontado e prestes a partir, faz uma última tentativa e, então, depara-se com aquela visão estonteante, soberba, magnífica: à sua frente (ou literalmente aos seus pés) o monte Fuji revela-se por completo, coberto de neve, com toda a sua indescritível beleza e pujança.

Sai às carreiras, aproxima-se o mais que pode e, livrando-se das vestes masculinas, TRANSMUDA-SE EM TRUDI, dedicando-lhe aquele momento sublime. Sozinho, ensaia passos de uma dança que dançara com a mulher lá na pousada, na noite anterior à sua morte e, como já cumprira com o seu dever – “MOSTRAR” a Trudi as cerejeiras em flor e o monte Fuji (que ela tanto queira conhecer) não resiste a tamanha emoção e tomba... morto.

Sem dúvida, um grande filme.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

ATLÉTICO MINEIRO - EM "UM OUTRO PATAMAR" - José Nílton Mariano Saraiva

ATLÉTICO MINEIRO, EM “UM OUTRO PATAMAR” - José Nílton Mariano Saraiva


Merecidamente, com três rodadas de antecedência, o time do Atlético Mineiro sagrou-se Campeão do Brasileirão 2021, desbancando o favorito e milionário elenco do Flamengo (mais conhecido como Mengão, mas que transmutou-se em “mingau” e foi comido pelas beiradas).

Para tanto, o Atlético formou um esquadrão de respeito, onde se destacam dois repatriados (Hulk e Diego Costa, ambos ainda jogando muita bola) junto com alguns estrangeiros (do Chile; Vargas; da Argentina: Zaracho e Nacho Fernandez; da Venezuela: Savarino; do Equador: Alan Franco; da Colômbia: Dylan; e do Paraguai: Alonso) que se encaixaram como uma luva no time comandado pelo experiente treinador Cuca.

Fato é que, a conquista do bicampeonato brasileiro (a primeira vez foi 50 anos atrás) certamente será eternizada por torcedores mais fanáticos, através de tatuagens, do pagamento de promessas ao santo preferido e – por que não - do batismo do filho recém-nascido com o nome do jogador do time; assim, não nos surpreendamos se, não mais que de repente (daqui a 09 meses, pelo menos) tenhamos uma série de Hulks, Diegos, Aranas e por aí vai).

E aí, não custa lembrar que, décadas atrás esse mesmo Atlético Mineiro cometeu a ousadia de contratar um dos maiores goleiros do mundo (da época), e que brilhou em Copas do Mundo e torneios internacionais defendendo sua seleção: o uruguaio Mazurkiewicz, que simplesmente, na versão futebolística, “pegava tudo, até pensamento” (era difícil vencê-lo) e que foi campeão e virou ídolo no Atlético.

E isso foi traduzido quando um apaixonado torcedor do time resolveu homenageá-lo, para sempre, batizando o primeiro filho com o seu nome: Mazurkiewicz.
Só que a homenagem, por conta do despreparo do anotador cartorário, saiu um tanto quanto “truncada” (para não dizer atrapalhada) já que Mazurkiewicz transformou-se, sem mais nem menos, em Mazuquiebe (e carregará ad aeternum tal nome). Isso, no entanto, não deslustra ou invalida a intenção original do pai/torcedor. O ídolo foi referenciado, sim.

Uma outra homenagem, também ocorrida em Minas Gerais e coincidentemente envolvendo mais um jogador de futebol, deu-se quando a mãe resolveu batizar o rebento com o nome de Fábio Júnior, que mais tarde viria a ser um dos grandes ídolos do América Mineiro.

Pois bem, apesar de “parrudo”, Fábio Júnior era dono de uma boa técnica e conseguiu destacar-se mesmo atuando num time de menor expressão.

Tanto que, ao término de mais uma partida pelo Campeonato Mineiro, o repórter abordou-o para a tradicional entrevista sobre o resultado do jogo, o gol que fizera, o “banho de cuia” que desmoralizou o zagueiro adversário e por aí vai e, ao final, carinhosamente resolveu mandar “...um abraço para o seu Fábio”, E aí se deu um diálogo interessante:

Jogador : “quem é seu Fábio ???”
E o repórter, surpreso: “Ué, seu pai, você não é o Fábio Júnior ???”.
O jogador, assustado, retomando a palavra: “Tá de brincadeira, ó cara, o nome do meu pai é Bastião”;
O repórter, abismado: “mas como, o seu nome não é Fábio Júnior ???”
E aí veio o esclarecimento definitivo:
Jogador: “não, cara, é que minha mãe era fã de carteirinha do cantor Fábio Júnior e resolveu homenagear ele me dando o mesmo nome”;
O repórter, agora mais tranquilo, não perdeu a pose: “bem, então dê o meu abraço em seu Bastião, ok ???”
Jogador, rindo: “OK, obrigado”.

A curiosidade é que nenhum dos “Fábios” (o original e o genérico) é filho de nenhum “Fábio” (Senhor), a fim de ter no sobrenome o “Júnior”; enquanto o que “poderia” ter sido o pai (o cantor) se chama Fábio Correa Ayrosa Galvão (nascido em São Paulo em 21.11.1953 e filho de William), o que “quase” foi seu filho (o jogador), assina Fábio Júnior Pereira (nascido em Minas Gerais em 20.11.1977 e filho de Sebastião da Silva Pereira).

Exerceram competentemente as respectivas profissões, apesar, evidentemente, da acentuada diferença de idade: nasceram no mesmo mês (11), quase no mesmo dia (20/21), mas, o ano (quanta diferença): 1953 e 1977.

Mas, pensando bem e aqui pra nós, bem que um poderia ser pai do outro, né não ???

quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

O "RISCO" SÉRGIO MORO - José Nílton Mariano Saraiva

 O “RISCO” SÉRGIO MORO - José Nílton Mariano Saraiva


Na Itália, no alvorecer de 1992, foi deflagrada a Operação Mani Pulite (Mãos Limpas), visando o combate à corrupção, que provocou prisões, suicídios, quebradeira generalizada, mortes e a própria desestabilização socioeconômica do país.

Para alguns, vitoriosa, fato é que ao seu final emergiu como “salvador da pátria” ninguém menos que o comprovadamente corrupto e ligado à máfia, empresário midiático Sílvio Berlusconi, num redesenho político por ninguém esperado. E como que a contestar o sucesso da Operação Mani Pulite, em sua administração a corrupção não arrefeceu e continuou a reinar, apesar do colapsar de tradicionais partidos políticos.

Tudo a ver com o atual quadro reinante no Brasil, onde a Operação Lava Jato, iniciada em 2014 e comandada pelo “deslumbrado” juiz de primeira instância, Sérgio Moro, interferiu de modo cruel e crucial na economia e na política, literalmente paralisou o país, desempregou milhões e atentou contra a própria democracia, já que a Constituição Federal foi dia a dia desrespeitada.

Dentre outros direitos, por exemplo, acabou a presunção de inocência, assim como foi ignorada a obrigatoriedade de provas para se prender alguém. A “perseguição implacável e sistemática” a um ex-presidente foi diuturna e escancarada, objetivando não permitir que algum dia voltasse nos braços do povo.

E quando se pensava que o Supremo Tribunal Federal, como guardião da Constituição Federal, poria um fim nos comprovados excessos do juiz Sérgio Moro, prevaleceu o que já houvera sido decidido lá atrás (durante a Ação Penal 470, mais conhecida por mensalão) quando a ministra Rosa Weber, passando por cima do ordenamento jurídico nacional, durante um dos julgamentos de presos políticos, asseverou: “NÃO TENHO PROVA CABAL contra José Dirceu, mas vou condená-lo porque a literatura jurídica me permite”. E assim foi feito. E ficou por isso mesmo.

Portanto, para que compreendamos o “RISCO” iminente imiscuído no apoio ao ex-juiz Sérgio Moro, no momento em que ele se anuncia candidato à Presidência da República, em 2022, temos que direcionar os holofotes para um seu artigo (Considerações sobre a Operação Mani Pulite) do princípio da década 2001.

Para reflexão, transcrevemos trechos daquele extenso arrazoado. Qualquer semelhança com a desonesta ofensiva contra o PT e Lula da Silva, desde sempre, não foi mera coincidência. Foi, sim, um propósito claro e definido: acabar com a agremiação e desmoralizar seu ícone maior (um dos maiores Presidentes da República que o Brasil já teve), prendendo-o sem nenhuma prova de qualquer crime, já que por “atos de ofícios indeterminados” e alijando-o da disputa presidencial.

O resultado é que, num primeiro momento, tal qual lá (na Itália) cá (no Brasil) surgiu alguém vinculado à máfia miliciana e defensor da tortura (Jair Bolsonaro), gestado no raivoso ventre oposicionista, e o resultado, catastrófico, estamos a vivenciar nos dias atuais. E o mesmo Sérgio Moro, o instrumento necessário para que Bolsonaro chegasse lá, agora se declara candidato à presidente, certamente objetivando implementar o mesmo modus operandi italiano por aqui.

Confiram (ipsis litteris) o que pensa o deslumbrado ex-Juiz Moro:
“A DESLEGITIMAÇÃO da classe política propiciou um ímpeto às investigações de corrupção e os resultados desta fortaleceram o processo. Consequentemente, as investigações judiciais dos crimes contra a Administração Pública espalharam-se como fogo selvagem, desnudando inclusive a compra e venda de votos e as relações orgânicas entre certos políticos e o crime organizado. As investigações “mani pulite” minaram a autoridade dos chefes políticos – como Arnaldo Forlani e Bettino Craxi, líderes do DC e do PCI – e os mais influentes centros de poder, cortando sua capacidade de punir aqueles que quebravam o pacto do silêncio. Assim, o processo de DESLEGITIMAÇÃO POLÍTICA foi essencial para a própria continuidade da operação mani pulite”.

“A operação “mani pulite” redesenhou o quadro político na Itália. Partidos que haviam dominado a vida política italiana no pós-guerra, como o Socialista (PSI) e o da Democracia Cristã (DC), foram levados ao colapso, obtendo, na eleição de 1994, somente 2,2% e 11,1% dos votos, respectivamente. Talvez não se encontre paralelo de ação judiciária com efeitos tão incisivos na vida institucional de um país”.

“Os responsáveis pela operação mani pulite ainda FIZERAM LARGO USO DA IMPRENSA. Com efeito: para desgosto dos líderes do PSI, que, por certo, nunca pararam de manipular a imprensa, a investigação da Mani Pulite VAZAVA COMO UMA PENEIRA. Tão logo alguém era preso, detalhes de sua confissão eram veiculados no L'Expresso, no “La República” e outros jornais e revistas simpatizantes. Apesar de não existir nenhuma sugestão de que algum dos procuradores mais envolvidos com a investigação teria deliberadamente alimentado a imprensa com informações”.

“OS VAZAMENTOS SERVIRAM A UM PROPÓSITO ÚTIL: O CONSTANTE FLUXO DE REVELAÇÕES MANTEVE O INTERESSE DO PÚBLICO ELEVADO E OS LÍDERES PARTIDÁRIOS NA DEFENSIVA. Bettino Craxi, especialmente, não estava acostumado a ficar na posição humilhante de ter constantemente de responder a acusações e de ter a sua agenda política definida por outros”.

"A publicidade conferida às investigações teve o efeito salutar de alertar os investigados em potencial sobre o aumento da massa de informações nas mãos dos magistrados, favorecendo novas confissões e colaborações. Mais importante: GARANTIU O APOIO DA OPINIÃO PÚBLICA ÀS AÇÕES JUDICIAIS, impedindo que as figuras públicas investigadas obstruíssem o trabalho dos magistrados, o que, como visto, foi tentado”.

“A estratégia de investigação adotada desde o início do inquérito SUBMETIA OS SUSPEITOS À PRESSÃO DE TOMAR DECISÃO QUANTO A CONFESSAR, espalhando a suspeita de que outros já teriam confessado e levantando a perspectiva de permanência na prisão pelo menos pelo período da custódia preventiva no caso da manutenção do silêncio ou, vice-versa, de soltura imediata no caso de uma confissão (uma situação análoga do arquétipo do famoso dilema do prisioneiro)”.

“Além do mais, havia a DISSEMINAÇÃO DE INFORMAÇÕES SOBRE UMA CORRENTE DE CONFISSÕES OCORRENDO ATRÁS DAS PORTAS FECHADAS DOS GABINETES DOS MAGISTRADOS. Para um prisioneiro, a confissão pode aparentar ser a decisão mais conveniente quando outros acusados em potencial já confessaram ou quando ele desconhece o que os outros fizeram e for do seu interesse precedê-los”.

“O ISOLAMENTO NA PRISÃO ERA NECESSÁRIO PARA PREVENIR QUE SUSPEITOS SOUBESSEM DA CONFISSÃO DE OUTROS: dessa forma, acordos da espécie “eu não vou falar se você também não” não eram mais uma possibilidade. HÁ QUEM POSSA VER COM MAUS OLHOS TAL ESTRATÉGIA DE AÇÃO E A PRÓPRIA “DELAÇÃO PREMIADA”.

“A PRISÃO PREJULGAMENTO é uma forma de se destacar a seriedade do crime e evidenciar a eficácia da ação judicial, especialmente em sistemas judiciais morosos. Desde que presentes os seus pressupostos, não há óbice moral em submeter o investigado a ela. As prisões, confissões e a publicidade conferida às informações obtidas geraram um círculo vicioso, consistindo na única explicação possível para a magnitude dos resultados obtidos pelo operação Mani Pulite”.

“A PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA, NO MAIS DAS VEZES INVOCADA COMO ÓBICE A PRISÕES PREJULGAMENTO, NÃO É ABSOLUTA, constituindo apenas instrumento pragmático destinado a prevenir a prisão de inocentes. Vencida a carga probatória necessária para a demonstração da culpa, aqui, sim, cabendo rigor na avaliação, não deveria existir maior óbice moral para a decretação da prisão, especialmente em casos de grande magnitude e nos quais não tenha havido a devolução do dinheiro público, máxime em país de recursos escassos. Mais grave ainda, no Brasil, a prisão pós-julgamento foi também tornada exceção, para ela exigindo-se, por construção jurisprudencial, os mesmos pressupostos da prisão prejulgamento”.

"NO BRASIL, ENCONTRAM-SE PRESENTES VÁRIAS DAS CONDIÇÕES INSTITUCIONAIS NECESSÁRIAS PARA A REALIZAÇÃO DE AÇÃO JUDICIAL SEMELHANTE. Assim como na Itália, a classe política não goza de grande prestígio junto à população, sendo grande a frustração pelas promessas não-cumpridas após a restauração democrática”.
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Como se vê, fascismo puro. Na veia. Sem choro nem vela. É isso que queremos pro Brasil ???

sexta-feira, 26 de novembro de 2021

Kaique Paz, um jovem talento que brilha

 Por Jackson Bantim (Bola) e Carlos Rafael

 


Kaique Paz é músico, cantor e compositor. Tem 27 anos e é filho de pai cearense e mãe capixaba, mas nasceu e foi criado no subúrbio da cidade maravilhosa do Rio de janeiro.

Desde a infância sempre foi muito criativo e divertido, pregando peças em suas irmãs e tendo uma vida feliz. Por isso, desde cedo, recebeu o incentivo dos pais para dar vazão à sua vocação pela arte.

Ainda criança, fez curso de interpretação teatral, sendo bastante elogiado como ator. Inclusive, participou de uma matéria veiculada, em rede nacional de televisão, no programa Mais Você, de Ana Maria Braga, da Rede Globo. A matéria foi sobre uma performance realizada no Dia do Beijo em um shopping carioca. Igualmente, estrelou uma propaganda da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), também veiculada em todo o país pela TV.

No campo musical, ainda em tenra idade, de forma autodidata, aprendeu a tocar flauta doce, o que o levou, automaticamente, a estudar e tocar também flauta transversal.

Aos dez anos, já tocava, com primazia, violão, quando começou a fazer suas primeiras composições.

No início da juventude, ao lado de amigos do bairro onde morava na capital fluminense, fundou uma banda que fez sucesso junto ao público local.



Nessas alturas, já dominava bem vários instrumentos, como guitarra, contrabaixo, teclado e  bateria.

Influenciado e inspirado pela presença de muitos dentistas na família, optou profissionalmente pela odontologia. Formou-se pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, com ótimo desempenho acadêmico, e hoje exerce esse ofício com muita competência aqui na região do Cariri.

Kaique Paz é, assim, pela sua eclética e talentosa vocação artística, um nome que desponta no cenário desta região do Cariri cearense, sempre reveladora de artistas com trabalhos e carreiras consistentes.

Parabéns, Kaique.

domingo, 14 de novembro de 2021

HUMOR "MANEIRO" (autores desconhecidos)

 O BARBEIRO INVEJOSO

O sujeito foi cortar o cabelo no barbeiro que frequentava há mais de vinte anos.
- Rapaz, tô ansiosão! Vou pra Itália amanhã.
- Itália? - perguntou o barbeiro - Com tanto lugar bom pra ir, tu vais logo pra Itália?
É, e vou pela Alitalia.
- Nossa... a pior companhia de aviação do mundo!! Vai pra que cidade, hein?
- Roma.
- Que droga, hein?! Cidadezinha velha, feia, merréca! E vai se hospedar aonde mesmo?
- No Hilton.
- Quê ...., nãooo! Aquilo é o maior pulgueiro! E tu vais ver o Papa?
- Claro!
- Programinha de Índio, hein! Milhões de pessoas se acotovelando só pra ver o Papa. Qual é, ó meu ???"
O sujeito saiu do barbeiro, puto da vida com aquilo tudo que ouviu! No dia seguinte viajou e curtiu a viagem, que foi ótima. Logo que voltou, fez questão de voltar à barbearia.
- E aí como foi a viagem? - perguntou o barbeiro.
-Rapaz, você não sabe o que me aconteceu!!! Eu tava lá no Vaticano, tentando ver o Papa. Logo que o Papa chegou à sacada ele olhou pra multidão e desceu. Saiu de lá e começou a andar na minha direção. Foi se aproximando de mim cada vez mais. Me olhando fixamente... Quando o Papa chegou bem pertinho de mim, ele falou um troço no meu ouvido. Só pra mim, cara! Me arrepiei todo!!!
- E o que o Papa falou pra você?
- CABELINHO MAL CORTADO, HEIN? QUE BOSTA DE BARBEIRO É ESSE, Ó MEU !!!
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“O” MALA E... “A” MALA

Depois da “cervejada” com os amigos, após o expediente, o marido, ao chegar em casa no final da noite, diz à mulher, que já estava deitada:
-Querida, eu quero AMÁ-LA.
A mulher, que estava quase dormindo, com a voz um tanto quanto pastosa e embolada, responde:
-A MALA ??? Ah, não sei onde está, não! Use a mochila, que está no maleiro do quarto de visitas.
-Não é bem isso querida, hoje vou AMAR-TE, retruca o alegre marido.
-Por mim você pode ir prá Marte, Júpiter, Saturno, Plutão, à PQP, desde que me deixe dormir em paz... “seu brocha”, retruca a esposa, não muito amistosa, encerrando de vez o papo.
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O MORDOMO SIFU...
O velho Conde chega à sua mansão e é recebido pelo mordomo Jarbas, que, desmedidamente respeitoso, abre-lhe a porta e, de cabeça abaixada, sussurrando, o saúda:
- Entre, seu grandessíssimo filho de puta!!! De onde é que essa merda de Conde vem, com essa cara de veado velho?
E o Conde, sorridente, lhe responde:
- Da cidade, Jarbas, da cidade; acabo de comprar um aparelho auditivo!!...
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QUANDO UM HOMEM DEVE USAR BRINCOS
Um dia, no escritório de advocacia, um homem reparou que o seu colega, muito conservador, estava usando um brinco.
- Não sabia que você gostava desse tipo de coisas - comentou.
- Não é nada de especial, é só um brinco - replicou o colega.
- Há quanto tempo você o usa?
- Desde que a minha mulher o encontrou, no meu carro,
na semana passada e eu disse que era meu..
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A CRENTE “CARENTE”
- Padre, perdoa-me porque pequei.
- Diga-me filha - quais são os teus pecados?
- Padre, o demônio da tentação se apoderou de mim, pobre pecadora.
- Como aconteceu, filha?
- É que quando falo com um homem, tenho sensações no corpo que não saberia descrever...
- Filha, apesar de padre, eu também sou um homem.
- Sim, padre, por isso vim confessar-me contigo.
- Bem filha, como são essas sensações?
- Não sei bem como explicá-las - neste momento, por exemplo, meu corpo se recusa a ficar de joelhos e necessito ficar mais a vontade.
- Sério??
- Sim, desejo relaxar - o melhor seria deitar-me aqui mesmo.
- Filha, deitada como?
- De costas para o piso, até que passe a tensão.
- E que mais?
- É como um sofrimento, que não encontro palavras.
- Continue minha filha.
- Talvez um pouco de calor me alivie.
- Calor?
- Calor padre, calor humano, que leve alívio a esse meu padecer.
- E com que frequência é essa tentação?
- Permanente padre. Por exemplo, neste momento imagino que essas suas vigorosas mãos massageando a minha pele me dariam muito alívio.
- Filha?!
- Sim padre, me perdoa, mas sinto necessidade de que alguém forte me estreite em seus braços e me dê o alívio de que necessito.
- Por exemplo, eu?
- Sim padre, o senhor é a categoria de homem que imagino poder me aliviar.
- Perdoa-me minha filha, mas preciso saber tua idade.
- Setenta e quatro aninhos, padre, 74.
- FILHA, VÁ EM PAZ E QUE O SENHOR TE ACOMPANHE; TEU PROBLEMA É REUMATISMO...

quinta-feira, 11 de novembro de 2021

“COMER GENTE” - UMA NOVA (E CARA) MODALIDADE DE ATIVIDADE PARLAMENTAR ??? - José Nilton Mariano Saraiva


Quando, na fase crepuscular da década de 80, ancorado na então maior votação da história, Lula da Silva (o “Cara”) “esteve” Deputado Federal Constituinte, recusou-se, terminantemente, a concorrer à reeleição (mais que garantida e beneficiadora de outras candidaturas do partido) por entender que, salvo as exceções de praxe, aquela era uma casa usada e habitada por autênticos “picaretas” (chegou a quantificá-los modestamente em cerca de 300).

Semanas depois da manifestação de Lula da Silva, o então senador Cristóvão Buarque, um dos decanos da casa, num átimo de honestidade e desprendimento, ousou sugerir o fechamento do Congresso Nacional (Senado e Câmara) em razão da enxurrada de escândalos cabeludos recorrentemente patrocinados por seus (in)dignos pares; foi então que o estreante (hoje falecido) Deputado Clodovil Hernandez, chegou a aventar a possibilidade de reduzir pelo menos pela metade o número de parlamentares (na Câmara e no Senado), na perspectiva esdrúxula de, em assim agindo, diminuir os tais escândalos.

A verdade é que, legislando em causa própria, já que autores de “leis” que alfim só os beneficiam (e aprovadas a toque-de-caixa objetivando institucionalizar a imoralidade lá reinante), na podridão daquele ambiente a farra com o dinheiro público vigora de há muito.
Como esquecer, por exemplo, que a coisa tomou ares de escândalo quando se descobriu que um certo Deputado Federal (FF) do PMN/RN, nos fins de semana simplesmente patrocinava suas orgias sexuais em Brasília mandando vir de São Paulo uma determinada artista global e acompanhantes ???

Ou mais recentemente, quando o atual ocupante da Presidência da República, pressionado sobre qual a destinação que dava a uma determinada verba (irregular) que recebia quando ainda Deputado Federal, sarcasticamente anunciou em alto e bom som a existência de uma nova atividade parlamentar: “comer gente” (palavras do próprio).

Eis que agora, entre tantas e tantas mazelas já denunciadas, a “bola da vez” são as tais “emendas parlamentares”, sumidouro inesgotável e eterno do dinheiro público, em prol dos picaretas que por lá vicejam. E a coisa é tão imoral, que além das emendas parlamentares “individuais”, existem as emendas “de bancadas”, as emendas “de comissões” e, agora, as emendas do “relator” (presidente da Câmara, a fim que distribua com os colegas, ao seu bel prazer).

São bilhões de reais que certamente dariam para manter um “Bolsa Família” por um bom tempo, sem que fosse preciso sacrificar o povo, retirando-lhe direitos assegurados inclusive judicialmente (como os tais “precatórios”). Será que algum nobre congressista se habilita, num gesto de desprendimento pessoal, a desfraldar essa bandeira ???

Por essa e outras é que a cada dia somos induzidos a concordar em gênero, número e grau com o inigualável Charles Chaplin quando, ao referir-se aos políticos, foi contundente: “EU CONTINUO A SER UMA COISA SÓ: UM PALHAÇO. O QUE ME COLOCA EM NÍVEL MAIS ALTO QUE O DE QUALQUER POLÍTICO”.

Xeque-mate.

UMA CONSTATAÇÃO IRRETORQUÍVEL

“EU CONTINUO A SER UMA COISA SÓ: UM PALHAÇO. 

O QUE ME COLOCA EM NÍVEL MAIS ALTO QUE O DE

QUALQUER POLÍTICO". 

(Charles Chaplin)


 






UMA CONSTATAÇÃO IRRETORQUÍVEL

"EU CONTINUO A SER UMA COISA SÓ: UM PALHAÇO. O QUE ME COLOCA EM NÍVEL MAIS ALTO QUE O DE QUALQUER POLÍTICO".

(Charles Chaplin)




terça-feira, 9 de novembro de 2021

O HOMEM E O MITO - José Nílton Mariano Saraiva

O HOMEM E O MITO – José Nílton Mariano Saraiva


“Em 1893, dois anos depois de deixar o governo, Rui Barbosa estava suficientemente rico para comprar o palacete neoclássico na Rua São Clemente, no bairro Botafogo/RJ, que pertencera ao Barão Da Lagoa”. ( vide livro “Os Cabeças de Planilha”, de Luis Nassif ).

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Não se tem como não interligar o enunciado acima, abordando o ano de 1893, com o que ocorre nos dias atuais, quando o Brasil convive com uma plêiade de ladrões engravatados, com assento no Congresso Nacional.

Afinal, aos 521 anos o Brasil é um país de poucos heróis e muitos bandidos.
Macunaímicos (sem nenhum caráter) ou não, eles (os que se rotulam políticos) estão aí e fazem parte da nossa história. Inadmissível, pois, ignorá-los, fazer de conta que não existem, que tudo não passa de uma mera estória, banal e inconsequente. Só que, ante a perspectiva de maculá-los, evita-se aprofundar estudos sobre os “de cujus”.

Puxando pela memória, sem maiores esforços, quem não lembra, por exemplo, do folclorismo presente na estereotipada figura de D. Pedro, nosso então Imperador, tido e havido como um mulherengo incorrigível, capaz até de abdicar de suas funções ante a presença de um rabo-de-saia qualquer ??? Ou que era um “peidão” inconteste .??? Melhor, pois, não mexer nesse vespeiro.

O mérito do jornalista Luis Nassif, no que se refere à figura do Rui Barbosa, reside exatamente aí. Pesquisador criterioso, de apurado senso jornalístico, sério, metódico e competente, e, por isso, de credibilidade insuspeita e comprovada, exaustivamente enfronhou-se “de cara”, durante meses, numa montanha de documentos oficiais, à procura de detalhes relevantes sobre a atribulada vida do pequenino e cabeçudo Rui Barbosa.

O resultado ??? A despeito da compreensível incredulidade e atarantamento dos nossos nobres historiadores, somos postos à frente de uma realidade que incomoda, que maltrata, que dói.

Há que se notar, entretanto, que em nenhum momento colocou-se em xeque ou procurou-se desqualificar ou desconstruir a figura impoluta e solene do “intelectual” Rui Barbosa, subtrair os méritos do “Águia de Haia” ou negar o valor do nosso herói da infância, até porque seria pouco inteligente, se estaria a navegar contra a correnteza ou indo na contramão da história.

Assim, procurando-se preservar o mito, deixando-o imune à polêmica que decerto geraria, blindando-o hermeticamente até, a minuciosa pesquisa foi feita em cima do “homem”, do “mortal” e, especificamente, na essência do “político” Rui Barbosa.

E o resultado que emerge, que vem à tona, que se nos apresenta com toda a sua cruenta clareza, lamentavelmente não é dos mais animadores, já que chocante; e nos deixa aparvalhados, grogues, embasbacados e desorientados, ante o surgimento de uma figura tão aética e desprovida de caráter, verdadeiro “picareta”, na acepção plena do termo.

E só aí entendemos que, “como na prática a teoria é outra", os belos ensinamentos e magníficas lições do “intelectual” Rui Barbosa sobre a honra, a ética, a moral e os bons costumes, sucumbem inexoravelmente quando necessariamente confrontados com o "modus operandi" mafioso do “político” Rui. Como que a nos remeter à velha máxima: “faça o que eu digo, não faça o que eu faço”.

De todo o exposto, uma pesarosa constatação advém: Rui Barbosa, o “político”, foi tão ou mais pernicioso e nefasto que a “cambada de picaretas” com assento no congresso nacional nos dias atuais (há exceções, claro): tráfico de influência, malandragem, privilégios a amigos, jeitinho, propinas, favores em troca de vantagens, desonestidade, corrupção, falsidade e improbidade administrativa estiveram sempre presentes no seu cotidiano. Diuturnamente, enquanto no poder esteve e dele se serviu.

Em resumo, o que aqui abordamos “in passant”, nos mostra o outro lado da moeda, ou a até então desconhecida “face oculta” de Rui Barbosa.

Que oceânica decepção !!!

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(*) De tão triste lembrança, ainda hoje a Fundação Casa Rui Barbosa funciona no mesmo endereço (rua São Clemente, no bairro Botafogo/RJ), como a querer perpetuar, ironicamente, os desmandos cometidos pelo patrono famoso.