domingo, 3 de julho de 2022

 “A POLÍTICA É DINÂMICA” - José Nílton Mariano Saraiva        

Como o candidato Lula da Silva, num misto de desprendimento e amor à pátria, acaba de afirmar que não pretende concorrer à reeleição na perspectiva de ser sufragado este ano, e levando em conta aquela máxima de que... “a política é dinâmica” (autor: Luiz de Gonzaga Fonseca Mota, ex-governador do Ceará), começam a surgir no horizonte conjecturas às mais díspares e, teoricamente, de difícil concretização.

Sabe-se, por exemplo, que o ideal para o Brasil seria que se “cortasse o mal pela raiz”, eliminando-se o Bozo de forma acachapante ainda no primeiro turno, de maneira que aos mal-intencionados não sobrasse questionamentos/espaço para se insurgirem com o resultado das urnas eletrônicas (urnas eletrônicas, sim senhor, queira ou não o Bozo).

Uma dessas conjecturas seria que, ao constatar não ter cacife ou votos suficientes para chegar lá, o senhor Ciro Gomes (em meados de julho/agosto, já que não consegue atingir os dois dígitos nas pesquisas), num último resquício de grandeza que lhe reste (difícil de acreditar, não ???), abdicasse/desistisse da sua candidatura e recomendasse aos seus seguidores o voto em Lula da Silva (afinal, o perigo iminente atende pela denominação de “fascismo” e seu representante mor é Jair Bolsonaro, secundado por seus milicos asquerosos).

De outra parte, sabe-se que “acordos políticos”, normalmente firmados pelas cúpulas respectivas (o “povaréu” deles só toma conhecimento a posteriori), contemplam sempre o “médio/longo prazo”.

Assim, ao insistir na candidatura, mesmo sabendo não ter a mínima chance de chegar lá, Ciro Gomes, na verdade, não está mais do que tentando obter um acordo que de alguma forma lhe renda dividendos nesse “médio/longo prazo”.

Como já deve ter “se mancado” que só conseguirá alçar voos mais altos se obtiver o “aprovo” (ou a indicação) de Lula da Silva, a “moeda de troca” (já que Lula da Silva não pleiteará a reeleição), seria que conseguisse com o próprio a chancela para ter o apoio do PT na eleição presidencial de 2026, como cabeça de chapa (por mais incrível que pareça, essa é uma possibilidade real, se Ciro Gomes é um dos protagonistas; portanto, atentem pra isso).

Até porque, quem conhece Ciro Gomes sabe que, por ter passado boa parte dos últimos meses a escrachar com desmedida virulência Lula da Silva e o próprio PT, ele não sentiria o menor constrangimento ou o mínimo de vergonha em, de público, desdizer tudo o que disse ao longo da campanha, a fim de firmar tal acordo (afinal, a política não é dinâmica ???).

Evidentemente que, tanto da cúpula do PT, como dos seus milhões de correligionários, tal cenário jamais seria aceito ou sequer imaginado, até mesmo porque, se conseguir eleger Fernando Haddad governador de São Paulo (como tudo está a indicar), o candidato natural do partido para suceder Lula da Silva, em 2026, seria o próprio Haddad (um quadro competente, respeitável e por demais qualificado).

Se o “dinamismo” da política comportará tal tese - desculpar e, ainda por cima, apoiar Ciro Gomes numa futura eleição presidencial em troca do seu apoio no momento atual - é algo que não passa pela cabeça de ninguém (a não ser do próprio Ciro Gomes).

Alfim, não devemos olvidar, jamais, em tempo algum, o que Ciro Gomes fez com o seu “padrinho político”, Tasso Jereissati, que o catapultou do anonimato sobralense e o fez conhecido nacionalmente.

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Post Scriptum:

OU SERÁ - MESMO - QUE O “DINAMISMO” DA POLÍTICA COMPORTARÁ TAL TESE (o apoio petista a Ciro Gomes em 2026) ???

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