quarta-feira, 28 de setembro de 2022

 A “SABEDORIA” DE BRIZOLA – José Nilton Mariano Saraiva

Depois de passar por “N” partidos de espectros políticos os mais disformes ao longo da sua agitada e instável carreira política, eis que na atualidade Ciro Gomes se acha filiado ao PDT, agremiação criada por Leonel Brizola (que nos deixou já há um certo tempo).

Ególatra, maquiavélico e intransigente (mas metido a esperto), sempre que possível Ciro Gomes cita-o em seus pronunciamentos, à busca de uma identidade com o próprio, claramente objetivando auferir dividendos. Nada mais irreal ou mentiroso, já que Brizola era um líder nato, nacionalista ao extremo e dono de um carisma difícil de encontrar nos políticos atuais.

Arrogante, aloprado e messiânico, Ciro Gomes concorre pela quarta vez à Presidência da República, sem que haja conseguido a adesão de ninguém, em razão da sua propensão a querer que os mortais comuns lhes devotem obediência cega e irrestrita. Tanto, que até os próprios irmãos, Cid e Ivo Gomes (sujas crias políticas), resolveram “bater de frente” com ele ao apoiar para o governo do Ceará o candidato do PT, seu arquirrival.    

Assim, faltando menos de uma semana para a votação no primeiro turno da eleição presidencial e com sofríveis 7,0% (sete por cento) das intenções de voto nos mais diferentes institutos de pesquisa, intimamente Ciro Gomes não tem como não reconhecer que sua estratégia de tentar denegrir o preferido da maioria da população – Lula da Silva – através de virulentas e descabidas acusações, não deu resultado e, pior, só favoreceu e muito o fascista do Bolsonaro (a quem – é imperativo que não esqueçamos - já favorecera na eleição passada, quando viajou a Paris, deixando seus adeptos sem pai nem mãe, na mais absoluta orfandade).

Agora, desesperado com a perspectiva real de ter até menos votos do que a “estreante” Simone Tebet, tentou atrair os holofotes midiáticos ao lançar um ridículo “manifesto à nação", no bojo do qual julga estar sendo vítima "de uma gigantesca e virulenta campanha, nacional e internacional". De novo quebrou a cara, já que a repercussão foi pífia, ou inexistente.            

Isso nos remete à “sabedoria” do Brizola, fundador do PDT, que lá atrás já afirmara em uma entrevista... “francamente, não me causa nenhuma impressão nem ao povo brasileiro esses candidatos que se apresentam com programinha impresso, sem ouvir ninguém, sem ouvir a população; apenas reúne uns tecnocratas entre quatro paredes que lhes dizem... “está aqui o programa”.

Definitivamente, o “coroné” dançou solenemente e, agora, tende a receber o justo prêmio a que faz jus: o esquecimento, o ostracismo o desterro político por parte da população.

Vade-retro.

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