terça-feira, 22 de agosto de 2023

 VOA, PASSARINHO, VOA – José Nílton Mariano Saraiva

Quando se esperava que o transatlântico de provas dos graves crimes cometidos por Jair Bolsonaro fosse o bastante e suficiente para que se decretasse de imediato sua prisão, as autoridades judiciárias do país relutam em cumprir tal desiderato, com o argumento de que precisam primeiro submete-lo a constrangimento ante seus adeptos e à população em geral, para só então fazê-lo.

A tese esposada é que precisam deixa-lo sangrar abundantemente, a fim de, só então, ante a contundência das provas apresentadas, obter o apoio da população para que seja tomada uma medida mais grave e consentânea com as ilegalidades perpetradas, sem maiores reações populares.

No entanto, estão dormindo no ponto profundamente ou sendo muito condescendestes com o próprio, já que deveriam pelo menos reter imediatamente os passaportes de toda a família Bolsonaro, na perspectiva de que, em sendo uma figura sem caráter, além de medroso e fujão, ele de repente se mande para além mar, e saia impune de tudo isso, passando a conspirar e estimular seu gado, com maior ênfase ainda, lá de longe (porque o deixaram fugir).

Do jeito que a coisa está sendo feita, é como se lhe passassem um recado breve e objetivo: “voa, passarinho, voa”.

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