“NINHO
DE AVIÕES" - José Nilton Mariano Saraiva
O
“Bairro de Fátima”, aqui em Fortaleza, é um desses lugares onde qualquer pessoa
com um mínimo de bom gosto gostaria de fixar moradia. E por uma razão simplória:
é perto de tudo (da rodoviária, do aeroporto, do Iguatemi, do centro da cidade,
do comando da polícia militar, da praia, e por aí vai) tem de tudo, e de tudo
todos usufruem.
Tem
bares, barzinhos e barzões, farmácias, pizzarias, mercadinhos, óticas,
churrascarias, supermercados, agencias bancárias, hospitais, lotéricas, revendedoras
de automóvel, postos de combustível, feiras livres, o Estádio Presidente
Vargas, pedintes nas esquinas, feirinhas semanais, vários shoppings e, enfim, o
que você possa imaginar.
O
habitat é tão atraente e “apetitoso” que, hoje, – e aí é que mora o perigo –
existem diversas “torres” (cada uma com mais de 15/20 andares) sendo erguidas (e
em ritmo alucinante) já que a procura é intensa. E, como sabemos, na esteira da especulação
imobiliária vem a falta de sossego, o caos no trânsito, a absurda valorização
do metro quadrado (para os que pretendem adquirir algum imóvel por aqui), enfim,
a barafunda tende a ser respeitável.
Mas,
pra completar e fazer a diferença, o “Bairro de Fátima” tem algo que nenhum
outro bairro de Fortaleza possui: um autêntico “ninho de aviões”.
Explicando
melhor: localizado à rua Luciano Carneiro (caminho do aeroporto), o Shopping
Fortaleza Sul é um equipamento relativamente modesto em relação aos seus
congêneres espalhados pela capital, já que com apenas 167 lojas, todas elas
dedicadas ao ramo de confecção, preferencialmente feminina.
E
aí temos o “pulo do gato”, aí é que se esconde o exemplar segredo, a utilização
competente do tal marketing, o uso do fetichismo econômico na sua mais pura essência:
para exibir as mercadorias (ainda devidamente etiquetadas), os proprietários das
lojas resolveram que nada melhor que o emprego de possantes “aviões”.
No
caso específico, mulheres esplendorosas, na flor da idade, exalando
sensualidade por todos os poros, perfumadas, super produzidas, cujos corpos esculturais,
metidos em suas mini-saias generosas, parecem ter sido torneados e esculpidos à
mão, de tão perfeitos, de par com uma simpatia contagiante, e que guardam uma missão
exclusiva: “taxiar” (desfilar) pelos corredores do shopping, pra cima e pra
baixo, indo e voltando, num balanço cheio de charme, graça e atração.
E
aí é só você se acomodar na área central onde existe um self service, pedir um
chope com um tira-gosto básico e ficar literalmente “babando” ao assistir o
desfile daquelas máquinas fabulosas, fantásticos “aviões”, autênticos
monumentos em carne e osso, ali, à sua frente.
A
dúvida (que não tivemos ainda coragem de tentar elucidar), é saber se o preço
fixado nas “etiquetas” penduradas nas saias e blusas exibidas contempla,
também, o seu “recheio”, o seu “miolo”, a sua essência.
Será que com uma “cantada” competente você finda levando tudo ???
A conferir.
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