quinta-feira, 21 de novembro de 2024

 O PLANO, HORROROSAMENTE MACABRO, DE BOLSONARO E SEUS GENERAIS/ZINHOS DE ESTIMAÇÃO – José Nílton Mariano Saraiva

Em 2021, durante um ato golpista na Avenida Paulista, o então desprezível presidente Jair Bolsonaro afirmou, com convicção: "Quero dizer a vocês que qualquer decisão do senhor Alexandre de Moraes, esse presidente não mais cumprirá. A paciência do nosso povo já se esgotou; ele tem tempo ainda de pedir o seu boné e ir cuidar da sua vida. Ele, para nós, não existe mais".

Ante o exposto, teoricamente não deveria constituir-se surpresa nenhuma o contundente e minucioso documento, da Polícia Federal (agora de conhecimento público), onde o mundo todo toma conhecimento da trama macabra e diabólica arquitetada dentro do Palácio do Planalto (sede do governo) e na casa do general Braga Netto (Ministro da Defesa, Chefe da Casa Civil e posteriormente vice-presidente), visando ASSASSINAR o Presidente da República recém-eleito, Lula da Silva, seu vice, Geraldo Alkmin e o Ministro do Supremo Tribunal Federal (então acumulando a função de Presidente do Tribunal Superior Eleitoral), Alexandre de Moraes.

É que, após fracassadas tentativas de “melar” a eleição (usando nosso dinheiro e um arsenal de irregularidades/ilegalidades) e agora, descontentes com a decisão soberana e democrática da maioria do povo brasileiro de trazer de volta à Presidência da República, Lula da Silva, uma súcia de generais, tenentes coronéis e outros graduados das Forças Armadas decidiram simplesmente ELIMINÁ-LO FISICAMENTE, visando tomarem o poder, na marra.

Assim é que, sob o comando de Bolsonaro (um dos envolvidos confirma isso, ao afirmar que o próprio sugerira que a operação se realizasse até 31 de dezembro, e há um vídeo sobre), o plano previa importar o método corriqueiro e macabro utilizado por Vladimir Putin, lá na Rússia, onde os adversários são eliminados sumariamente por “envenenamento”, além da opção de armamento pesado, se necessário.

A minúcia dos detalhes nos mostra, por exemplo, que, estrategicamente colocados no trajeto percorrido diariamente pelo Ministro Alexandre de Morais, e comunicando-se entre si, cada um deles estaria pronto pra entrar em ação, incontinenti, visando eliminá-lo.

Particularmente, entendemos que o grande erro de Alexandre de Moraes foi não prender Bolsonaro quando este desembarcou aqui, após 90 dias nos Estados Unidos, para onde houvera fugido covardemente depois de tramar e insuflar seu rebanho para fazer o que fizeram em 08 de janeiro.

No mais, é chegada a hora de acabar com essa babaquice de “prisão domiciliar com o uso de tornozeleira eletrônica” já que não existe e nunca existiu respeito sobre; além do que, e o próprio Mauro Cid quando foi preso pela primeira vez usou de tal expediente, não tem essa de ficar com “peninha” do delinquente choroso porque saudoso das filhas e/ou por não se adaptar ao “rango” da prisão.

Alfim, não é possível que após tão sérias denúncias da Polícia Federal, Bolsonaro e seus generais/zinhos de estimação continuem impunes, em razão da alta periculosidade que representam. É prisão de segurança máxima, sem tergiversações.  

quarta-feira, 20 de novembro de 2024

TRAIDORES DA PÁTRIA (editorial do jornal o Estado de São Paulo, de 20.11.24)


É de indignar todos os democratas deste país, sejam quais forem as identidades político-ideológicas que possam distingui-los, a revelação de que autoridades do governo de Jair Bolsonaro e militares das Forças Especiais do Exército, além de um policial federal, TERIAM CONSPIRADO PARA ASSASSINAR, NO FIM DE 2022, O ENTÃO PRESIDENTE ELEITO LULA DA SILVA, O VICE, GERALDO ALCKMIN, E O MINISTRO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF) ALEXANDRE DE MORAES, QUE À ÉPOCA ACUMULAVA O CARGO DE PRESIDENTE DO TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE).

Como se sabe, na manhã de ontem a Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação Contragolpe, que culminou na prisão do general reformado Mário Fernandes, ex-secretário executivo da Secretaria-Geral da Presidência (2020) e atualmente assessor do deputado Eduardo Pazuello (PL-RJ). Além de Fernandes, outros três militares com formação em Forças Especiais, conhecidos no Exército como “kids pretos”, foram presos por suspeita de elaborar o plano homicida com vistas “à abolição violenta do Estado Democrático de Direito”: Rafael Martins de Oliveira, Rodrigo Bezerra de Azevedo e Hélio Ferreira Lima. O quinto envolvido diretamente na trama, também preso, é o policial federal Wladimir Matos Soares.

A tentativa de golpe de Estado urdida pelos inconformados com a democracia, uma súcia de civis e militares, da ativa e da reserva, TODOS DO ENTORNO DE BOLSONARO, já era execrável por tudo o que se sabia a respeito da sedição até agora. Por meio da desqualificação do processo eleitoral, entre outras artimanhas, pretendia-se evitar a eleição de Lula da Silva como presidente da República. Malfadado esse desiderato, partiu-se, então, para o impedimento da posse. A rigor, o que a Operação Contragolpe fez foi mostrar ao País, com impressionante riqueza de detalhes, até onde esses golpistas pretendiam chegar com seu furor delitivo para manter Bolsonaro no poder, em afronta à vontade popular legitimamente consagrada pelas urnas em 2022.

Chamado no ninho golpista de “Punhal Verde e Amarelo”, como se patriota fosse, o plano dos militares liderados, do ponto de vista operacional, pelo general Mário Fernandes, ex-comandante de Operações Especiais do Exército (2018-2020), consistia, pasme o leitor, em envenenar Lula, “considerando a vulnerabilidade de seu atual estado de saúde e sua frequência a hospitais”. Alckmin, segundo consta, também seria envenenado. Já para matar Alexandre de Moraes, os golpistas pretendiam detonar explosivos durante uma cerimônia pública. Eis a dimensão da infâmia.

AINDA SEGUNDO A PF, AO MENOS UMA REUNIÃO PARA ARQUITETAR O TRIPLO HOMICÍDIO TERIA SIDO REALIZADA NA RESIDENCIA DO GENERAL WALTER BRAGA NETTO, então ministro da Defesa e candidato a vice na chapa de Bolsonaro pela reeleição. ESTE JORNAL APUROU QUE A PF NÃO TEM DÚVIDAS SOBRE O “ENVOLVIMENTO DIRETO” DE BRAGA NETTO NESSA TRAMA MAIS DO QUE ANTIDEMOCÁTICA, MACABRA.

Em um ofício de 221 páginas endereçado ao gabinete do ministro Alexandre de Moraes, relator do Inquérito 4.874, que investiga no âmbito do STF a ação das chamadas “milícias digitais antidemocráticas”, a PF detalhou como os militares sediciosos monitoraram os passos de Lula, Alckmin e do próprio Moraes para decidir como e quando agir. Resta claro que o País esteve muito próximo de ser tragado por uma convulsão política e social inaudita em sua história recente. E é lícito inferir que as consequências mais nefastas dessa extrema violência política, gravíssima por sua mera cogitação, só não se materializaram porque o Alto Comando do Exército não endossou a estupidez.

Mas que ninguém se deixe enganar. Se felizmente a intentona não foi adiante, o simples fato de frutificar entre os mais bem treinados militares do Exército esse ímpeto golpista em nada tranquiliza a Nação. O PAÍS SÓ ESTARÁ EM PAZ QUANDO, UM POR UM, TODOS OS TRAIDORES DA CONSTITUIÇÃO, QUE, COMO DISSE ULYSSES GUIMARÃES, TAMBÉM SÃO TRAIDORES DA PÁTRIA, FOREM JULGADOS POR SEUS CRIMES SOB A ÉGIDE DO MESMO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO CONTRA O QUAL SE INSURGIRAM
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quarta-feira, 13 de novembro de 2024

Abaixo, um bom artigo "internetiano".

POR QUE AS MÚSICAS QUE OUVIMOS NA JUVENTUDE MARCAM NOSSA VIDA ???

Se você gosta de “Drop It Like It’s Hot” do Snoop Dogg, “Dance, Dance” do Fall Out Boy e “Hollaback Girl” da Gwen Stefani tanto quanto eu, é provável que tenhamos nascido na mesma época.

Quando ouço essas músicas agora, sou atingido por ondas de nostalgia — primeiros amores, as tribulações do ensino médio e os altos e baixos de morar com meus pais.

Embora eu tenha começado a apreciar artistas mais jovens como Doja Cat, Lil Nas X e Sabrina Carpenter nos últimos anos, as músicas da década de 2000 ocupam um lugar especial na minha cabeça e coração.

Uma colega mais jovem recentemente me disse que “a música de 2008 a 2016 era de primeira linha”. Ela disse que amava Meghan Trainor, One Direction e Kesha durante esse período — artistas que foram a trilha sonora de seus anos de desenvolvimento cruciais.

Ao ver outras gerações de amantes da música dizerem que a música era muito melhor quando eram mais jovens, fiquei me perguntando por quê. Não podemos estar todos certos — ou talvez sim? Conversei com especialistas em como a música influencia nossos cérebros para descobrir.

“Não é que a música era melhor quando (nós) éramos mais jovens; é que a música suscita emoções muito, muito fortes”, disse Rita Aiello, psicóloga da música da Universidade de Nova York, que examina como as pessoas processam a música e como a música e as memórias se moldam mutuamente.

Aiello lembra “Yesterday” dos Beatles e “People” de Barbra Streisand como duas de suas músicas favoritas da juventude. “A música é um gatilho extremamente poderoso para lembrar o que aconteceu antes em nossas vidas”, ela disse.

Mas por que a música tem tanto poder?

“A música é episódica”, disse Robert Cutietta, professor de música da Universidade do Sul da Califórnia. “Se você olha para uma obra de arte ou algo assim, você pode olhar para ela e sair. A música é ao longo do tempo. Há uma parte do nosso cérebro chamada memória episódica — é praí que ela vai.”

Faz sentido. A preferência de uma pessoa por música popular atinge o pico por volta dos 23 anos, de acordo com um estudo de 1989 publicado no Journal of Consumer Research, com uma atualização publicada em 2013 na revista Musicae Scientiae relatando a idade de 19 anos. Uma republicação de 2022 do último estudo no Marketing Letters: A Journal of Research in Marketing descobriu que a preferência musical de uma pessoa atinge o pico aos 17 anos.

“Isso faz parte da sua identidade”, disse Cutietta. “Durante esses anos, estamos desenvolvendo muito do que somos e nos apegamos à música.”

Cutietta, que nasceu em 1953, citou o trabalho dos Beatles e do maestro Leonard Bernstein como alguns de seus favoritos. Esses artistas ajudaram a moldar seus gostos musicais quando adolescente.

Esse apego à sua identidade pode ser o motivo pelo qual você se sente menos conectado à música contemporânea à medida que envelhece.

As emoções ligadas à música em idades impressionáveis ​​ajudam a formar um vínculo ao longo da vida, com sentimentos felizes e tristes se entrelaçando — até mesmo se complementando — ao ouvir uma música.

“Se estávamos tristes (ouvindo uma música) há 20 anos, vamos ficar tristes hoje, mas com uma distância dessa tristeza. Há um sentimento diferente de enriquecimento na experiência”, disse Aiello, observando que “tristeza pode ser a abertura da alegria”.

Isso também pode explicar por que ouvir algo que você gostava de um período anterior e mais difícil de sua vida pode trazer uma sensação de catarse ao ouvi-lo agora, ela disse.

E se você considera os anos 1970 e 1980 o santo graal da “música real”, mesmo que todas as décadas contenham músicas boas e ruins?

Pode ser porque você está se lembrando dos artistas, músicas e álbuns que foram significativos para você e esquecendo aqueles que não foram. “Existem circunstâncias que tornaram certas músicas particularmente significativas para você e as memórias dessas circunstâncias voltarão quando você ouvir as músicas”, disse Aiello.

Essas músicas significativas ainda ressoam em você, disse Cutietta, eclipsando as esquecíveis.

“Toda época tem músicas horríveis que se tornaram grandes sucessos”, disse Cutietta. “Eles ainda estão em algum lugar da nossa memória, mas escolhemos não trazê-los à tona. Naturalmente, vamos escolher as músicas que gostamos.”

Tenho certeza de que os jovens de hoje saudarão o início dos anos 2020 como uma ótima época para a música, dizendo que os artistas de outras épocas não têm nada a ver com os da época deles.

Mas, muito provavelmente, eles estarão pensando em como os artistas que amavam moldaram seu eu mais jovem e esquecendo as músicas que não importavam.