quinta-feira, 29 de novembro de 2007







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Afinal, para que serve a imprensa?

por Armando Lopes Rafael

A imprensa não tem finalidade meramente informativa. Ela possui, também, uma função cultural e até educacional. Alguns órgãos da mídia, felizmente, vêm cumprindo, entre nós, esses papéis. Seja restabelecendo a verdade dos fatos, seja divulgando noções da história. A imprensa – chamada de quarto poder – é um serviço de utilidade pública. O jornalista é um formador de opinião. Assim, sua responsabilidade não se limita a descrever o que se passa na sociedade. Tem o dever de contribuir para melhorá-la.

Dito isto, utilizo este artigo para fazer uma homenagem à revista Veja, a qual, ao longo de quase 40 anos, vem cumprindo o papel da verdadeira imprensa. Veja opôs-se ao regime autoritário militar (entre o final da década 60 a meados da década 80); foi responsável pela divulgação da entrevista com Pedro Collor (que resultou na queda do governo corrupto do presidente Fernando Collor); fez oposição a algumas iniciativas dos presidentes Itamar Franco e FHC (por isso foi tachada, à época, de “petista”). Agora, vem divulgando os desmandos da canoa furada que é o governo Lula da Silva. E, por isso mesmo, foi acusada de estar a serviço dos tucanos.

Veja divulgou – e vamos citar apenas matérias de capa produzidas neste findante ano 2007 – reportagens como a feita sobre a farsa existente de Che Guevara: a de um guerrilheiro altruísta. E mostrou a face real do “Che”: um sanguinário que se comprazia em presenciar mortes por fuzilamentos; um homem imundo, que não gostava de tomar banho e carregava um cheiro de suor nauseabundo. Um assassino frio, calculista e traiçoeiro. Che Guevara foi, assim, jogado no lixo da história para onde já foram descartadas figuras como Lênin, Fidel Castro, Stalin e Mao Tse Tung.

Outra matéria corajosa – divulgada por Veja – foi sobre Hugo Chávez, na qual mostrou que o desequilibrado líder venezuelano (novo ícone das esquerdas latino-americanas) está levando seu país à derrocada econômica, além de ali implantar uma ditadura arcaica, inspirada no modelo cubano.

Por fim citaria outra matéria de imensa repercussão feita por Veja: a reportagem sobre o legado do Imperador Dom Pedro II para a tradição democrática no Brasil. Dom Pedro II, mesmo depois de 116 anos da sua morte, ainda é apontado como uma personalidade exemplar na arte de bem governar, na defesa da liberdade de expressão, na tolerância e no amor pelo saber. Graças a sua visão de Estadista, o Brasil mereceu – em pleno século XIX - o respeito das demais nações do mundo que o admiravam por sua cultura privilegiada e o preparo que possuía para o exercício do poder.

Que falta faz Dom Pedro II ao Brasil dos medíocres dias de hoje...

12 comentários:

  1. Realmente, não comungando com o exemplo de regime que o senhor Armando defende para o nosso país, compreendo a falta de uma liderança de peso na América do Sul a barrar os desequilíbrios do inebriante "líder bolivariano", que até agora, no plano externo, conseguiu a proeza de trazer instabilidade militar numa região em que um país faz fronteira com 9 nações e um território e agora se vê às voltas com uma corrida armamentista na vizinhança.

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  2. A verdade, a crítica e a vigilância constante sempre desagradam os governantes de plantão. A revista Veja é um exemplo desta realidade, com o acréscimo de que tem uma linha editorial que pensa na modernidade, detonando as idéias que querem engessar o país porque querem impor uma visão-de-mundo unilateral, monoliticamente construídas sob o prisma meramente ideológico.
    Concordo com a opinião de Armando e aqui alerto para a necessidade de defesa da liberdade de expressão, mantendo a imprensa livre do poder político.

    Salve, Veja!

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  3. Assisti a palestra proferida sobre a tropicália pelo Jorge Mautner no centro cultural banco do nordeste aqui de Fortaleza.
    Achei sua teoria mais pra Kordial
    do que pra Kaos, mas ali estava pra aprender e tentar compreender o que ele dizia. Mario de Andrade e Vila-Lobos, acredito eu, tomaram posições parecidas como ele no tempo de Vargas e muitos outros. A palestra do cara
    parecia mais um acerto de contas do
    que o Gil está fazendo no Ministério do que as vivências tropicalistas. Bom, mas o admiro por várias razões, se não, escutaria apenas o Gonzaguinha e deixava o Gonzagão de lado.

    Queria lembrar de uma fala dele que dizia: "A Europa, berço de tudo tido como "Moderno" gerou o Nazismo e aí?"

    À Dom Pedro o que for de Dom Pedro.
    Qual a real dimensão, o impacto social da imprensa no Império?
    Que eu saiba José Murilo de Carvalho já historicizou: "O Senado dormiu monarquista e acordou republicano, após a proclamação"

    Sempre a imprensa teve dono!
    No Ceará de quem são os meios de comunicação? Em Alagoas? Pernambuco? Bahia?
    O problema é que democracia virou somente só sinônimo de liberdade de expressão, ou o que seja.

    Mas ainda há tempo de justiça social! Por que a Veja então não faz uma contudente campanha pra escancarar de vez a documentação
    ainda secreta dos porões do Golpe de 64?
    ACM já morreu!! Qual o problema?
    O Lula?

    Só assim teremos:
    "Seja restabelecendo a verdade dos fatos, seja divulgando noções da história."

    Boa Noite... Rodolpho Teles.

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Resgate é trabalho de bombeiro.
    Historiador não define, não "resgata" o passado, ao questionarmos as fontes históricas assumimos um papel experimental de buscar o papel ativo das pessoas no tempo, suas possíveis vivências e entramos com todas nossas "paixões" ao fazê-lo.

    Acredito que o jornalismo com toda suas metodologias possíveis não seja capaz de desbundar a verdade em cinco minutos ou numa página com cinco letras para cada dez propagandas.

    Rodolpho Teles

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  6. A revista Veja é um grande exemplo de canastrice e de manipulação da informação. Ela tem sim prestado um grande serviço à elite branca cristã que se apega ao poder como um cachorro a um pedaço de osso. Se existe um órgão de imprensa mais paspalho do que canalha, chama-se revista Veja. É só ler para ver.

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  7. É fato que a "Veja" não abre espaço para quem desqualifica. Mas Hugo Chavez é outro fato, dificílimo, de ser deglutido. Discordo do que Marcos disse quanto à "elite branca cristã". É bem esteriotipado, não sei se justo. Olha que a "Veja" é canastrona, vá lá(eles,editores, adoram esse vá lá); ultimamente a revista até que tem se mostrado bem saidinha em questões morais caras à Igreja, só pra citar. Ora é moral demais, ora tem a coluna de André Petry para descabelar os mais conservadores. "Veja", de que lado você fica? Com a batina ou com o colarinho branco?(no bom sentido, meu povo)

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  8. O tema da liberdade de pensar e expressar o pensamento está ligado, umbelicamlmente, à missão da liberdade de educar e da liberdade política.É um tema bastante amplo que inclui o exercício da cidania e a posse de uma renda mínima para atender às necessidades econômicas das pessoas.
    Valorizamos a liberdade de imprensa, o respeito prevalente e a convivência dos opostos. Isso é democracia. Portanto são benvindos todos os comentários dentro da pluralidade das idéias.
    A imprensa, esse quarto corajoso poder, pugnando sempre pela liberdade de expressão exerce o seu direito-cidadão, faculdade descrita na Carta Magna, e, verdadeiramente, temos todos, e cada um de nós, o direito soberano de expressar, sem peias, o produto de nossas reflexões.
    Viva o espaço democrático do Blog Cariricult!

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  9. A liberdade por via legal não deixa de ser apenas um contrato social que na história implica toda uma forma de fazer-se e aí colocamos todas as desigualdades sociais e tal.
    Os temas de nossa impressa são os mesmos desde suas origens, piorou,
    acho eu, com o futebol, por exemplo, isso já faz parte do discurso,
    tudo uma construção da nossa elite branca cristã como bem disse o Marcos, é a continuação do elogio da colonização portuguêsa abençoado por Dom Pedro II no início do IHGB , "a coragem do trabalho", por isso
    a única coisa que a Veja faz é dizer que índio é preguiçoso, é fato o deserviço que ela faz com todos os movimentos sociais no Brasil.

    Rodolpho Teles

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  10. Eu não gosto nem um pouco dessa volta ao passado, qualquer que ela seja. Muito menos de ditaduras ou reinados! Eu gosto do presente e da possibilidade de construção de um futuro que eu não alcançarei mas que é possível sonhar.

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  11. Amigos, vamos à escolha:
    Veja, Caros Amigos, Época, IstoÉ ou Carta Capital (sendo que as duas últimas são as mais vendidas).
    Prefiro, de longe, a Veja, mesmo sendo, no vitupério de Marcos Vinícius, a mais paspalho do que canalha.

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  12. Aqui vemos bem configurado o estilo de cada um, e isso é muito bom que cada um tenha sua opinião.

    IMHO ( que quer dizer Im my humble opinion ), é que elas todas Veja, Caros Amigos, Época, IstoÉ ou Carta Capital, são tudo farinha do mesmo saco. Se prestam aos interesses dos grupos econômicos, que verdadeiramente dominam este país, da força da grana que faz e destrói coisas belas. Ora do lado do poder, ora contra o poder, mas SEMPRE, a favor de quem pagar mais!

    Assistam ao documentário:
    Roberto Marinho - Além do Cidadão Kane. Há muita verdade naquilo ali.

    Abraços,

    Dihelson Mendonça

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