Vem aí o disco remasterizado do grande cratense Tiago Araripe, um verdadeiro Cult dos anos 80. Confiram o andamento no blog : http://cabelosdesansao.blogspot.com
"Paulicéia, anos 80. Um teatrinho em frente à Praça Benedito Calixto torna-se ponto de encontro da chamada vanguada paulistana. Ali se apresentam Itamar Assumpção, Tetê Espíndola, Premeditando o Breque (hoje Premê), Passoca, Vânia Bastos, Língua de Trapo, Papa Poluição e tantos outros nomes. Ali dou os primeiros passos solo, depois de cinco anos integrando o Papa Poluição. Tenho como banda de apoio o Sexo dos Anjos (Luiz Brasil, Cid Campos, Felipe Ávilla e Xico Carlos). Naturalmente, o primeiro palco é o Lira Paulistana.
O teatrinho integra um centro de produções independentes que inclui um selo musical, uma editora gráfica e nem-lembro-mais-o-quê. À frente, Wilson Souto Jr., a quem chamávamos carinhosamente de Gordo. O Lira Paulistana havia produzido seu primeiro disco, o ótimo vinil Beleléu, do Itamar Assumpção. Convenci o Wilson de que o meu LP seria o próximo.
Um ano de arranjos, ensaios, arregimentação de músicos, concepção/produção da capa e mais de 300 horas de estúdio depois, eis que é lançado Cabelos de Sansão. Uma proposta ousada para os padrões independentes (sempre achei melhor o termo alternativo) da época: 33 músicos, cada faixa com conceito distinto - em respeito à idéia da composição, master feita nos Estados Unidos, capa com a assinatura do designer gráfico Alexandre Wollner, participações especialíssimas de talentos como Itamar, Tetê, Vânia Bastos, Passoca, Oswaldinho do Acordeon, Tony Ozanah... E um presente: a versão exclusiva feita por Augusto de Campos para a belíssima Little Wing (Asa Linda), de Jimi Hendrix (eu costumava colecionar gravações dessa canção).
Mais de 25 anos depois, graças a Zeca Baleiro e Rossana Decelso, que conduzem o selo Saravá Discos, Cabelos de Sansão voltará à tona em CD histórico remasterizado. O objetivo deste blog é dar vez à trajetória do disco, que pode abrir espaço para outros vôos. Com novas asas.
Aguarde. E nos falemos."
Tiago Araripe
Excelente notícia.
ResponderExcluirSerá muito bom poder ouvir de novo esse antológico disco. Na época, adquiri o LP na loja Bolart, mantida por Jackson Bola Bantim no centro do Crato. Li, ainda, a crítica favorável publicada na revista Veja, em 1982 (com direito a foto de Tiago, já com cabelos curtos, vestindo uma camisa xadrez colorida). Quantas e quantas vezes ouvi o disco Cabelos de Sansão na minha velha vitrola. Quando Tiago veio a Crato depois de lançar o disco, mantive contato com ele. Ele me entregou o poema Efígie para ser publicado no jornal Folha de Piqui, o qual reproduzo neste blog. Também, cantou a música Cine Cassino no palanque da Exposição do Crato, acho que em 1983, a quem dedicou a Otacílio, bilheteiro, porteiro e lanterninha daquele inesquecível cinema.
Tiago nem sabe. Durante algum tempo foi o meu paradigma. Me encontrei com ele num banco da praça da Sé e, curioso (eu já sabia como ele aprontava pras bandas de Recife/Olinda) conversamos muito. Eu, nesse tempo (1971)já fazia das minhas por aqui nos Festivais. Depois de muito tempo, só reencontrei-o em São Paulo num show no Teatro da Cruz Vermelha (Eu já morava em São Paulo, também) e foi lá que me apresentou a Décio Pignatari (poeta concretista) seu parceiro em "Drácula", música classificada para a final do Festival Abertura que aconteceu naquele ano.
ResponderExcluirAlgum tempo passado, continuamos vivos e rejuvenescidos pela arte.
Carlos Rafael, Salatiel,
ResponderExcluirNão lembrava mais de ter cantado Cine Cassino na Exposição do Crato, nem de ter oferecido a canção para o inesquecível Otacílio. Bom isso vir à tona na memória. De vez em quando sonho com aquele cinema, seus expositores de cartazes de filmes e a sala que apagava as luzes para acender o mundo.
Salatiel, agora fico sabendo. Lembro de algumas de nossas conversas. Hoje aceitei o convite de colaborar com o Cariri Cult. Vou pensar como.
Grande abraço
Tiago Araripe