sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Filhos da Mãe D'água

Investindo cantigas de alegria

Chei de sorte bateu palma e dançou

Dos índios herdou a sua sina

Soprou pife e não mais desencantou


Segue o tempo de lâmina cortante

Debandando outros rumos da historia

Nos mostrando que as lendas Cariris

Ainda vivem num encanto a sua glória


Entoando uma gaita, hoje pife

Invocou os seus Deuses numa dança

E previu de um tempo em que se vissem

Forçados a sumirem sem lembrança


Poditã vou fumar minha esperança

Pois por ti sou pajé e raizeiro

Warakdzan me veio e disse em sonho

Badzé vai baixar no meu terreiro


Mãe Iara serpente sagrada não perdi minha fé

Ê mãe d’água, és Deusa sem mágoa que habita o sopé


Na zabumba de dançante pancada

Segue o tempo numa louca melodia

Meu suor então mostra em minha face

Um semblante que eu desconhecia


Monto um vento que corre pra chapada

Vou a mata entregar-me ao que me chama

Numa fonte então vejo a minha imagem

Sou caboclo minha alma não se engana


Mãe Iara serpente sagrada não perdi minha fé

Ê mãe d’água, és Deusa sem mágoa que habita o sopé

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