Antigamente a pedra estava no meio do caminho.
Agora me queima a laringe.
A fumaça não é sagrada.
Sequer me faço compreender por tambores.
A lucidez não me solta dos calcanhares
nem me salta aos olhos.
Antigamente todo pó que existia
pairava sobre o velho sofá da minha vó.
A felicidade não me pedia nomes.
As sombras bastavam.
Agorinha mesmo as nuvens me batizam.
Entram, prostram-se aos meus pés.
Fazem-me cócegas.
Antigamente eu não sorria de soslaio.
Esse é o poeta fatal.
ResponderExcluirQue poema poderoso, cara. Logopéia, fanopéia e melopéia, em dose concentrada. Como diria Geraldo Urano, o grande, poesia pesada.
Valeu poeta, abraços.
Amei !
ResponderExcluirPoderia dizer o que a socorro moreira disse, mas prefiro usar outra palavra
ResponderExcluirEsplendoroso, muito bom, abraço