quarta-feira, 25 de junho de 2008
DOR
No instante que a lágrima cai não há poesia
Há um registro de dor,
Uma falta de sentido, em tudo que existia
Há feras nas brumas, que assustam o poeta
E sua lira desfolha, qual folhas de outono
Que tocam, (as lágrimas e folhas), a tez da terra
Portanto, para o poeta nada mais há senão o brado,
Nada mais resta senão a dor em plana luz do dia
Que lhe fere os olhos, como a terra é ferida pelo corte do arado.
Seus passos não o levam mais a outros mundos,
E aqui jaz o poeta, jaz entre os potros e éguas
Nos umbrais de trevas mais imundos.
Ergue sua mente e em sua frente nada há senão a escuridão,
Não há mais Norte e sua sorte perdeu-se com sua fé.
Sente dores tão fortes que nem mesmo mil formas de morte o salvão.
A dor mais dolorida
ResponderExcluira poesia que flui...
Abraços, meu camarada.
Obrigado Domingos.
ResponderExcluirPoeta é a terra
ResponderExcluira semente
a morte no leito
o broto nascente ...
Poeta é assim
quando a dor o atinge
sai , voa , mergulha
por todos os altos
e profundos ...
asas , nadadeiras !
Sávio: mesmo que nas cavalariças após o espinheiro, a dor é um instante antes da reação, em luta com a fonte da qual nasce a mágoa. Ainda mais quando no centro do vendaval surgem potros e éguas, estes mães e filhos que breve gerarão outros filhos, em outros prados e noutros tempos.
ResponderExcluirBelo poema.
ResponderExcluirA única coisa que está faltando
é você ser mais freqüente no blog, meu caro poeta.
Abraços
José do Vale: obrigado pela reflexão sobre o poema.
ResponderExcluirMarcos Vinícius: Estarei mais frequente no blog e mais fiel a escrita.
Um abraço Socorro! Gostaria de parabenizar-lhe pelas obras de arte em forma de poesia que tem postado em seu blog. Sou leitor assíduo.