segunda-feira, 9 de junho de 2008

A verdade concisamente

O ensino de história no Brasil
Armando Lopes Rafael
(ao lado imagem do Imperador Dom Pedro II)
Uma imagem vale mais do que mil palavras...
A frase acima me vem à mente enquanto folheio um livro de História do Brasil para alunos de 2º grau. Tenho de dar razão ao prof. Paulo Napoleão Nogueira da Silva, professor de Direito Constitucional na Universidade Estadual Paulista que escreveu:



"Nos cem anos durante os quais vigorou a proibição de sequer falar-se em monarquia, o País foi programaticamente induzido ( as palavras programaticamente induzido vêm grifadas no artigo) a esquecê-la. Diretrizes governamentais de todos os tipos, explícitas ou dissimuladas, foram adotadas nesse sentido. Substituíram Pedro I por José Bonifácio, na iconografia oficial da Independência, mas a figura do Patriarca não calou fundo, além do que ele próprio era um defensor da Monarquia. Então o papel de Tiradentes - relevante no processo de formação e conscientização da nacionalidade , e sem dúvida glorioso - foi enfatizado e realçado a um grau nem sempre compatível com a realidade histórica.


Ainda e sempre, para esconder ou minimizar o papel de Pedro I - um monarca - no processo da Independência. Desde os primeiros dias da República os autores dos livros didáticos para os cursos primário e secundário, segundo critério de orientação e exigências do Ministério da Educação, passaram a só estampar o retrato de Pedro II com as longas barbas e o aspecto cansado dos seus últimos anos de vida, para associar à Monarquia a imagem de velhice, decrepitude e coisa antiga. Esses mesmos livros tratavam, e ainda hoje tratam, de evidenciar as glórias da proclamação da República, o heroísmo de Deodoro e o idealismo dos seus companheiros, como se tivessem participado de uma feroz batalha em prol da liberdade".


Foi assim que as várias gerações de 1889 até os dias de hoje vêm sendo formadas ( melhor dizendo "deformadas") propositadamente pelos historiadores positivistas republicanos.

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