O dono do palco
Um amigo e companheiro de inúmeras trilhas musicais, Aquiles, divide comigo uma mesma opinião: em se tratando de show, o artista tem que ser dono do palco, não pode pedir emprestado a quem quer que seja. Tem que mostrar a certidão de propriedade. Assim foi Cleivan Paiva no show de abertura do III Festival de Música Instrumental do Cariri, promovido pelo essencial, digo essencial, Centro Cultural do BNB.
Não decorei nenhum nome de nenhuma música. Também pouco importa, uma vez que elas são por si inesquecíveis enquanto composição. Fazia tempo que eu não testemunhava esse mago da guitarra em ação. Que força de improviso, em cima de harmonias complexas e andamentos sobrenaturais.
O trio, formado por Cleivan, João Neto e Demontier Delamoni, respectivamente guitarra, baixo e bateria, exibiram técnica e talento. João Neto em noite especialmente inspirada, com trezentas mãos e uma consciência maior do que a Chapada do Araripe, deu um calor a mais. Convenções, harmonias penduradas, improvisos geniais e climas de pura dinâmica fizeram valer a noite.
O som não estava dos melhores, a guitarra muito baixa, inclusive sendo encoberta pela bateria em alguns momentos mais pirados de Delamoni. Agora baixo e bateria estavam bem mixados, sem brechas de timbres. A guitarra de Cleivan, na primeira música, estava muito abafada pelo excesso de grave, logo corrigida, mas permanecendo um pouco abaixo dos outros instrumentos, o que jamais pode acontecer, se o show é exatamente do guitarrista.
Cleivan é um artista único no cenário musical caririense, rápido, criativo, o riginal e preciso, sem deixar notas espalhadas no chão e sem enganações, sem aqueles clichês ridículos de jazz ou da chamada pegada brazuca, meio samba meio bossa, que tanto enche o saco. Só mesmo o solfejo de voz em cima de algumas melodias, que é completamente redundante e perfeitamente dispensável. Cleivan, esqueça o microfone meu velho.
A guitarra limpa, com o som educado do captador do braço engordado pelos registros graves, parece ser a tônica de mil entre novecentos guitarristas de jazz. Da mesma forma que o fraseado rápido e sem bands ou qualquer outro recurso mais sujo. Cleivan apresenta essas características em seu timbre e em seu fraseado, o que eu particularmente acho um verdadeiro desperdício. Nesse ponto eu sinto saudades do som mais agressivo e mais elétrico dos tempos do Ases do Ritmo. Mas nada que possa arranhar o quadro geral, são apenas preferências.
Cleivan abriu com classe e estilo o III Festival de Música Instrumental do Cariri, comprovando o seu grande momento como instrumentista e compositor. A programação promete grandes apresentações, mas com certeza, a de Cleivan será uma das principais.
Gostaria de fazer algumas considerações acerca do artigo ora apresentado pelo nosso prezado Marcos Leonel, quando retrata a sua opinião pessoal sobre o show do nosso querido artista Cleivan Paiva no BNB, e que eu também tive o prazer de assistir, e como parceiro musical que sou dele em diversos outros, gostaria de expressar aqui a minha opinião também.
ResponderExcluirLendo a fundo o artigo, anotei aqui alguns pontos que cabem uma discusão um tanto mais aprofundada pelas críticas levantadas sobre o show e que acabam abrangendo o próprio estilo do artista em questão.
Por exemplo, quando o Marcos elogia o não-uso de clichés. O que vem a se chamar de cliché quando se trata de um estilo de improvisação ?.
Gostaria que o nosso distinto Marcos pudesse nos esclarecer em termos musicais ou exemplificar o que ele denominou de "clichês ridículos do Jazz", e também do "desperdício" que ele acha do não uso de bends e outros ornamentos de execução.
Porque cada estilo musical possui elementos característicos que lhe são próprios, ms isso não se torna necessariamente um cliché. O grande choro Brasileiro, por exemplo, possui coisas muito próprias, o samba e a bossa, que ao meu ver, foram duramente criticadas aí no artigo do Marcos, também possuem divisões bem próprias, e coisas que um desavisado pode até perceber como clichês. E no blues então, nem se fala! Porque o Blues é um estilo baseado numa única escala pentatônica com uma blue note ( que é a bemolização da terça para um local que não pertence ao sistema temperado ocidental ), sendo que no Blues, aí sim, é um estilo totalmente dominado por trilhões do que se pode chamar de clichés ou caminhos excessivamente conhecidos por todos os blueseiros, e quem escuta uma gaita de blues sabe do que estou falando. O uso de Bend é mais um recurso também que por outro lado, pode ser encarado como um cliché, quando se quer atingir a blue note.
No Jazz as coisas já não podem ser vistas dessa forma simplória. Pois Há "N" estilos totalmente diversos. Há "Z" escolas. Não há uma escola, há inúmeras, umas que preferem usar certos elementos bercklianos por exemplo, e outros que evitam isso. Não se pode comparar o estilo de um Michael Brecker ou um Lovano com o estilo de um lee Ritenour ou mesmo Frank Gambale. São coisas totalmente distintas, unidas apenas pelo sentido único que dá exatamente a característica ao estilo, que é a liberdade na arte da improvisação. As escalas e os modos, amplamente distintos, desde o uso dos modos gregos, como o lídio cromático enriquecem o teor dos improvisos, de modo que os "clichés" quando vêm a existir, são tão próprios de cada um, por exemplo, na música de Art Tatum, quando ele faz aquelas cascatas de arpejos no piano do grave até o agudo, isso já chega a ser parte do estilo dele, assim também existe na música erudita, quando o francês Claude Debussy emprega em Syrinx a escala hexafônica, que lhe é própria do estilo impressionista por ele desenvolvido juntamente com Maurice Ravel, e que já se escuta na música de seus precursores como Gabriel Fauré, e na rússia a gente como Scriabin e mesmo Tchaikovsky.
Então, o que seriam então os clichés ? Não seriam apenas peculiaridades de um estilo PESSOAL de ver as formas musicais como elas são executadas? Com que parâmetro se pode medir até que ponto uma idéia dentro de um contexto puramente musical pode ser considerado um cliché, ou um complemento de uma idéia autêntica, original, ( até porque depois de tantas escolas e escalas, aonde estaria a verdadeira originalidade ? ).
Creio que nosso querido Cleivan Paiva é músico para além desses questionamentos de execução, e se ele não se dá ao devaneio de usar uma guitarra aguda como os roqueiros, que ele tem tanta aversão hoje em dia, e opta pelos registros graves, não é afeito a bends e outros artifícios que poderiam ser perfeitamente usados, não é por desconhecimento, pois já os usou no passado, é por uma opção estética que lhe ocorreu com o amadurecimento pessoal e de crescimento da sua música, com a formação que lhe é própria.
Também ressalto outro ponto no artigo do Marcos: A crítica ao uso do solfejo durante o improviso, que é bem típico do estilo do artista, quando ele diz que o Cleivan "esqueça a voz".
Nesse ponto também, isso fica a critério de quem improvisa. Alguns dos maiores músicos do mundo sempre solfejam seus improvisos durante a execução, sendo que alguns até preferem tocar junto com o solfejo, caso do guitarrista e gaitista maior do planeta TOOTS THIELEMANS, caso do guitarrista George Benson, caso do pianista Keith Jarrett, caso do saxofonista James Moody. Mesmo o grande Oscar Peterson, assim como Chick Corea costumam "cantar" os seus improvisos durante a execução, coisa que acontece no brasil com muita gente, por exemplo, o gênio Hermeto Pascoal, o guitarrista Heraldo do Monte, e o contrabaixista Arismar do Espírito Santo, de modo que nesse ponto, eu não sugeriria de forma alguma que o nosso caro Cleivan Paiva abdicasse desse artifício do pensamento que para quem toca, costuma tornar o solo cada vez mais melódico e é bastante usado exatamente para esse propósito de melodia.
Quanto às outras considerações sobre o palco e a sonoridade, entretanto, estou de pleno acordo com o artigo do Marcos. Estive lá, filmei o show, e este foi muito prejudicado pelo fato de a guitarra estar muito baixa, teve problemas, e nesse ponto cabe aqui uma consideração importante em relação aos shows do BNB. Não sei se alguns sabem, mas uma das pessoas que cuida do som que é produzido no BNB, é surdo de um dos ouvidos. ( Escuta em MONO ). Resta ver até que ponto isso pesa e se pesa na operação do equipamento para shows.
No mais, um bom artigo, que pelos elogios, certamente que faz jus ao grande talento que representa para o brasil, este grande instrumentista da guitarra chamado Cleivan Paiva, a quem eu e muitos grandes músicos brasileiros temos profundo respeito pelo conjunto da obra.
Abraços,
Dihelson Mendonça
Icomensuráveis amigos, tudo é uma questão de percepção. Grandiosa e verdadeira a percepção de Marcos e Dihelson.
ResponderExcluirO bom é ter o espaço: "BNB", blogs, para nos apresentarmos como somos. É isso que importa.
Quero avisar que estou a todo vapor, montando meu primeiro show: copiando o copiado. Hahahah.
Abraços.
Calazans,
ResponderExcluirQuero informálo de que tenho um trabalho seu sendo veiculado na Rádio Chapada do Araripe, que me foi repassado pelo Pachelly Jamacaru.
Acesse o Blog do Crato, a rádio toca automaticamente. Os artistas do cariri sempre nas meias-horas, tipo 05:30, 06:30, etc...até as 23:30 todo dia.
Ou:
www.chapadadoararipe.com
Abraços.
DM
Valeu Dihelson
ResponderExcluirObrigado!
Grande Dihelson, segura a onda aí,
ResponderExcluirEu não preciso de todo esse seu paramento teórico para reconhecer e definir o que é clichê, eu confio muito mais em meu ouvido do que em sua exibição teórica, que não me inibe nem um pouco. Para tanto basta ouvir uma improvisação sua e reconhecer o fraseado de Chik Corea, entre outros, que você copia tão bem e dilui melhor ainda. Clichê meu caro, é isso, é um músico tomar uma seqüência frasística ou uma seqüência de acordes de outro e inserir no seu próprio vocabulário e repetir à exaustão. Isso você conhece bem e executa maravilhosamente, através da sua técnica exuberante, o que é dos outros. Até o nome do show você copia: “Quebrando Tudo” foi o título do show de Hermeto Pascoal na temporada de 2003/04. É exatamente isso que eu não vejo em Cleivan, escuto nesse guitarrista um fraseado próprio, através de uma composição própria muito singular.
Quanto a essa sua teogonia sobre a origem do solfejo é mais uma tentativa de legitimação do que você faz em seus improvisos, - e de forma desafinada - através do respaldo de nomes infinitamente maiores do que o seu, do que necessariamente uma explicação convincente. A sua citação de nomes, velhos nomes do jazz, que eu conheço imensamente, não servem para fundamentar coisa nenhuma. Não importa quem esteja solfejando, sobre a execução de que instrumento for, é redundância sim. O próprio George Benson, um dos pioneiros na diluição desse troço, afirmou em entrevista concedida à revista Guitar Player, americana, no ano de 1976, quando do lançamento do seu álbum “Breezin’”, que o seu solfejo era uma tentativa de aproximar o seu fraseado de um público mais popular, por isso ele estava procurando esse amaneiramento, através de um fraseado sublinhado, ou seja, reforçado pelo solfejo em uníssono.
Essa sua lorota de que cada estilo musical tem os seus elementos musicais só vale para quem é diluidor. Escute Sun Ra, escute Frank Zappa, escute Captain Beefheart, escute Charlie Parker, escute Django Reinhardt, ou Hermeto Pascoal, em sua fase da Eldorado, que você vai entender que existem músicos e compositores que criam estéticas e que essas estéticas são copiadas, pelos diluidores, que transformam àquelas matizes em clichês. Quando você afirma que no jazz existem inúmeras escolas, você está apenas confirmando o que eu estou dizendo, quem pertence a uma escola é aluno, ou seja, diluidor. Nesse sentido escute Art Emsemble of Chicago, que você vai se deparar com um grupo original e criativo. A música clássica também não escapa da regra - e nessa é que existe mesmo o tal do clichê, uma carga imensa de compositores supostamente intocáveis, mas que não passam de meros embustes diluidores -, existem aqueles que criam e aqueles que copiam, como você mesmo citou o caso de Debussy. Meu caro músico, não confunda idéia original, com idéia xerocada, a idéia xerocada é o clichê. Portanto, meu caro, reconhecer clichês não é comparar estilos, é reconhecer quem copia fielmente uma seqüência de notas ou fraseados de quem criou aquilo.
Sobre a bossa e o choro que você diz que foram tão duramente criticados por mim, cabe um esclarecimento sobre um equívoco de leitura da sua parte, como sempre, de interpretação sofrível: o que me enche o saco é um prego qualquer colocar em seu repertório “Garota de Ipanema” e fazer uma re-harmonização imbecilóide e desfilar um monte de modos gregos, como você bem cita, e achar que está enganando. Não tenho nada contra a bossa ou choro, isso é criação sua.
Agora eu vou lhe responder a pergunta que tanto enfatiza: originalidade é quando um músico pega em seu instrumento e o público reconhece de imediato a sua identidade, o seu fraseado, o seu estilo próprio e não uma “escola” qualquer, como Chik Corea, por exemplo, que eu reconheço tocando até na linguagem de surdo e mudo. O resto, o resto é clichê.
Abraços
obs: desculpe a demora, é que eu li o seu comentário só agora.
Grande Marcos Vinícius,
ResponderExcluirSegura a onda aí também...
Nada pessoal.
Olha, confesso que se eu não tivesse segurança no que faço, e os elogios de gente muito acima de nós todos, e uma história de mais de 25 anos na música, eu teria ficado abalado por seu comentário tão depreciativo sobre aquilo que toco.
Mas vendo a argumentação colocada, me ponho aqui a rir da superficialidade do seu conhecimento e de como você encerra a arte da improvisação de modo tão simplório. Quando você diz lá no artigo do Cleivan Paiva que ele faz bem porque não tem aqueles horríveis clichés do Jazz e mais agora quando você diz que é cliché aquilo que eu faço, quando eu em tese "copiaria os improvisos dos outros" você tenta depreciar meu trabalho imerecidamente.
Só que as coisas não são tão simplórias assim. Quem pode reclamar de originalidade ?
Beethoven foi original quando construiu sua série de Sonatas em cima das Sonatas de Mozart , que por sua vez construiu sobre as Sonatas de Haydn ?
Chick Corea, Herbie Hancock, Keith jarrett e mais 300.000 pianistas do mundo copiaram exaustivamente Bill Evans, nota por nota, que por sua vez admite que exaustivamente estudou a arte de Horace Silver e Oscar Peterson que por vez ouviu muito Art Tatum e copiava na Íntegra, que por sua vez, vem de Fats Waller, que por sua vez copiava Jelly Roll Morton, que por sua vez vinha de Scott Joplin que já ouvia os europeus ?????
Isso chama-se Influência, meu caro!
Primeiro se copia para entender por onde a banda passa, depois tenta-se melhorar, e por fim, com a criatividade vem surgindo as idéias originais. O estudo de outros estilos faz parte dos pilares do processo criativo.
Chick Corea em uma vídeo-aula chega a afirmar que ao músico que se inicia É NECESSÁRIO que ele copie frases dos grandes mestres na íntegra, nota por nota, analisar e possa em cima disso construir o seu próprio trabalho, que só irá adquirir características próprias na maturidade do Artista.
O proprio Bill Evans no início, quando tocava ainda com o Miles Davis era uma espécie de Horace Silver, o que depois foi se distanciando. O próprio Herbie Hancock nos improvisos mesmo de hoje em dia, 50 anos depois, tem tanta coisa do Chick Corea no meio que às vezes se tem a impressão de que um é o outro, mas isso acontece por afinidade. E mesmo assim, não se pode afirmar que o Herbie Hancock não é um tremendo artista, cheio de originalidade.
Quando a gente domina já um instrumento a ponto de fazer o que tem em mente, tem-se o prazer de escolher nossos próprios caminhos, e muitas vezes até fazemos esses caminhos serem bem parecidos ao de alguém propositalmente dependendo do caso, mas só consegue fazer isso quem sabe música. Quem não sabe, ou não consegue melhorar, apenas fica naquele básico da escola, aquela trivialidade de principiante que sequer parece com alguém, pois até para parecer algo, é preciso ser algo. Quem não conseguir isso, só pode ficar nas escalinhas básicas para sempre.
Somente com o pleno domínio do instrumento é que se consegue expor as próprias idéias e dar-se ao luxo de fazer o que se chama de CITAÇÃO, que é o uso de uma música dentro de outra música, coisa que o Mauríco Einhorn é mestre, ou o Toots Thielemans.
Quanto ao meu solfejo "desafinado" de que você falou, reconheço que nem sempre temos retorno de palco correto para se fazer um solfejo exatamente na nota, para isso o som teria que estar plenamente de acordo, o que no caso do show do SESC que fiz recentemente, essa desafinação aconteceu bastante, por conta de que eu nem estava ouvindo o que solfejava. Até o Hermeto cantando os solfejos, ora desafina e reclama do retorno que tem de estar perfeito, que dirá eu...
Então afinal, você diz que "idéia xerocada é cliché" Vamos ter então de matar Debussy, Ravel, Stravinsky, Shostakovich e mais uma legião de grandes músicos, pois todos tem idéias que se entrelaçam entre si, e mesmo ao bom ouvinte, às vezes não consegue distinguir de quem é a peça.
Engraçado a propósito dessa discussão, que eu já fui elogiado por grandes músicos, bem melhores que essa mediocridade do cariri, exatamente pelo meu talento e originalidade. Meu trabalho é elogiado por nomes como Vinícius Dorin, Hermeto Pascoal, Toninho Horta, Arismar do Espírito Santo, cantoras brasileiras, e até cantoras americanas, e o próprio Cleivan paiva, que me chama de "um dos maiores músicos improvisadores do mundo" assim como o saxofonista Vinícius Dorin e o saxofonista Márcio Resende, mesmo imerecidamente, pois tenho também plena consciência das minhas limitações, mas o que é dito, é dito e registrado.
Mas vamos deixar que o tempo revele afinal quem tinha razão, quem tem talento e originalidade. Quem copia quem, pois Mesmo o gênio maior Villa-Lobos se irritou quando a mediocridade publicou nos jornais que sua música era "cover" da música dos europeus Debussy e Stravinsky. E o próprio Hermeto já foi acusado de copiar improvisos de Chick Corea. E se até o grande Villa-Lobos passou por esses vexames, o que se pode esperar de certos críticos que escrevem seus artigos sobre músicos muito competentes e se esses críticos se colocam num pedestal tão alto que se acham capazes de ser mais alto que a música do próprio artista e lhe dar conselhos tipo "Sr. Cleivan, esqueça a voz"... ahahahah essa é boa! Certas pessoas se colocam tão acima do que criticam, como senhores da arte, sem mover 10 notas musicais no sentido de chegar perto daquilo que escrevem. Podem mover palavras, notas musicais é pra músico.
Ainda bem que não existe nenhuma estátua na História erigida para UM crítico sequer. Pois a história é de quem faz, não de quem critica. E afinal, a opinião de um crítico só pode ser válida quando ele entende realmente daquilo que está criticando. E ainda assim, opinião de crítico é como nariz, cada um tem o seu...
Não aprecio críticos que se colocam acima daquilo que estão a criticar por cima da carne seca...
Agora, quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha ? essa é uma grande questão na história da música.
Abraços,
E desculpa a demora também.
Valeu Dihelson, você escreveu muito só para confirmar o que eu havia falado antes. Influência é uma coisa, cópia é outra. Você alega citação, que por sua vez já é outra coisa. Engraçado, você tem tanto conhecvimento teórico e não consegue convencer em seus argumentos. Você mistura as bolas, meu caro, e se comporta como se fosse o único a conhecer a história do jazz, e principalmente dos pianistas, como se isso não estivesse ao alcance dos outros. E é justamente por conhecer todos esses nomes citados por você, exaustivamente, - inclusive o tão chamado território sagrado da música clássica, que vive de interpretações, por falta de criatividade - que eu sei diferenciar quem copia de quem. Então, não adianta vir com enrolada de citar músicos como se tivesse me mostrando algo estranho ou algo parecido. O seu problema é não aceitar críticas e se achar o maior pianista do mundo, achando que ninguém entende o que você está fazendo ou que a sua arte está muito acima da compreensão de quem não é músico, mas a mim você não engana não, pois eu continuo confiando muito mais em meu ouvido do que em sua teoria.
ResponderExcluirNão poderia jamais depreciar a sua arte e a sua capacidade técnica, pois isso é uma evidência. Agora criticar os seus improvisos eu posso porque eu conheço a fundo o que estou falando. Talvez a sua mágoa seja essa, eu ter reconhecido a evoluçãso musical de Cleivan e não utilizar-se mais dos clichês,principalmente as oitavas de Wes Montgomery e a pegada nordestina de Heraldo do Monte, que sumiram do seu som. Enquanto que você ainda não conseguiu fazer isso, se livrar dos clichês, o que parece muito pouco para ser resolvido, justamente para quem está em busca da perfeição, como você.
Não me leve a mal por ter falado o que penso sobre os seus improvisos. Coisa que muitos músicos do cariri falam por trás, sem ter a coragem de dizer em sua frente. Eu não vivo de hipocrisia como muita gente aqui nesse blog vive. E não é pelo fato de você ter me atacado, afirmando que eu não entendo do que falo, que não tenho competência para falar sobre música, que vou deixar de fazê-lo. Inclusive estarei lá no BNB para assitir o seu show, com o maior prazer, certo que encontrarei música de bom gosto, mas com a minha opinião formada e informada.
abraços
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirMeu caro Marcos Vinícius, essa é sua opinião sobre meu trabalho.
ResponderExcluirTodos têm direito a ter uma opinião. E opiniões sobre meu trabalho musical, eu tenho várias, de pessoas ilustres do mundo da música, não só do Brasil, que listo algumas logo abaixo. Com a lista de oiniões, depoimentos que trago na vida, e que vem abaixo, porque haveria eu de me importar com uma opinião a mais ou a menos sobre mim ? Cada um diz o que quer, e o que está ao alcance da sua visão enquanto conhecedor de música que está ao seu alcance! Os que falam sobre música são muitos. Os que realmente entendem, são muito poucos e ouso dizer aquilo que até poetas já disseram: Que para entender a música, é preciso percorrer seus caminhos. E olha, quantos caminhos infinitos e maravilhosos e que não podem ser traduzidos para palavras existem nas teclas de um piano, ou num braço de violão...e que muitos nunca perceberão esses caminhos quando eles passam pelo ouvido...
Amigo, você não precisa compreender o que eu faço, critica porque não compreende a fundo. Apenas a "aura", o que "parece" ouvir. Acha que ouviu com seus ouvidos. Música é uma coisa que vai além do mero MELÔMANO. Não compreenderia o que George Benson fez quando seguia Wes Montgomery cidade após cidade, copiando todos os seus improvisos até saber tocar em oitavas também para depois construir seu próprio. Não sabe distinguir escola de influências e clichés de licks. Malha os grandes mestres da música erudita como se fossem lixo, dizendo serem copiadores...
Depois disso, que faço eu aqui discutindo isso contigo ? É Perda de tempo !!! Se eu continuasse a discutir isso contigo, depois de certas coisas que você escreveu sobre música, SOBRE A GRANDE MÚSICA, que nem meus alunos de música têm essa cabeça, eu seria um insensato. Peço-lhe desculpas pela sinceridade de dizer na lata o que penso. Acho que o que havia pra ser dito neste tópico sobre o show do Cleivan Paiva, já foi dito da minha parte, o resto é discussão pra sala de aula mesmo, e sobre o que faço, deve pesar mais a opinião dos que entendem de música mais do que eu, ou dos meus iguais, ou já tocaram comigo num palco ou num disco.
Quando o cara é muito falastrão, fala muito assim como você fala das coisas, como quem entende do assunto, o melhor que a gente faz é convidar o cara pra sentar e tocar. Tocar e refletir com conhecimento de causa, exemplificando no instrumento trecho por trecho, mostrando as frases musicais, o discurso, a idéia harmônica e melódica, provando de fato por A+B é a grande prova dos 9. É incrível o que "críticos de arte" podem escrever sobre aquilo que não compreendem e os caminhos que nunca percorreram nem irão percorrer, malhando o trabalho das pessoas e até os grandes mestres ( !!! ) OPA..., como insensatos dando conselhos aos sábios que eles mesmos não entendem nem seguem, com a sua verborragia característica.
tsssssssss
Eu te convido para dar uma passadinha por aqui qualquer hora dessas, pra gente tocar, e discutir pessoalmente e desta feita de forma PRODUTIVA, a diferenciação entre o que é cliché e o que é idéia original. A minha parte da discussão termina por aqui, amigo. O mais é menos, não havendo mais o que discutir, e aguardo você lá no meu show do Sábado dia 02 de Agosto, de qualquer forma, se você for, espero que vá, talvez você se surpreenda!
SOBRE DIHELSON MENDONÇA
Segundo Hermeto Pascoal:
"O Dihelson é um "cabra danado", o Dihelson improvisa pra danar! é o repentista dos teclados. É um danadinho que só toca bonitinho. Nasceu para a Música."
Segundo Vinícius Dorin:
"Dihelson Mendonça está entre os 5 ou os 10 maiores Pianistas do Brasil."
Segundo Arismar do E. Santo:
"o Dihelson toca legal pra caramba! quebra tudo de verdade. O cidadão aprendeu no Crato."
Segundo o compositor Haroldo Ribeiro:
"Não tenho dúvidas. ( Dihelson ) é o maior músico do Ceará!"
Segundo Cleivan Paiva:
"Dihelson é um dos maiores músicos do mundo. E eu não tenho medo de errar. Pouquíssimas pessoas improvisam com essa consciência do que está fazendo. É do nível de qualquer Chick Corea ou esses aí mais falados."
Segundo Toninho Horta ( dito pelo Arismar do E. Santo ) - depois de gravarmos juntos o disco do cantor Darwinson:
"Arismar, que legal gravar com o Dihelson aqui em Fortaleza! Eu não conhecia...Aqui no Ceará, ele é "O CARA" pra gente fazer os nossos trabalhos nos teclados... Toca de verdade... Os voicings dos acordes tudo certo com as notas da ponta tudo perfeito. Muito sentimento e conhecimento."
Segundo Wilson Curia ( um dos grandes mestres do piano no Brasil ):
"...ouvi o trabalho do Dihelson e fiquei espantado. Posso garantir que ele não precisa esperar mais nada. A bagagem musical que já possui...fala pra ele, que ele já é músico bom pra tocar em qualquer lugar do mundo e fazer jus ao piano." ( falando para Erandir leite ).
Segundo a cantora Americana Eileina Williams:
"Você faz um som maravilhoso. Eu gostaria muito de ter te encontrado no Festival de Guaramiranga. Infelizmente você não foi, mas eu já conhecia seu trabalho. Quero lhe convidar para fazermos um trabalho juntos voz e piano aqui em Los Angeles no próximo ano, e para minha próxima tournée no Brasil quero você no piano. Aguardo sua resposta. ( 2008 )"
Segundo Gilson Peranzzetta:
"Eu nunca esperei encontrar aqui no Ceará gente fazendo um som tão bom e moderno quanto o de vocês dois juntos ( Dihelson e Cleivan Dueto ). Bom pra caramba! Dihelson, você precisa sair do Brasil se quiser ter seu trabalho reconhecido. É preciso sair e voltar. Ouça meu conselho, não perca seu tempo - BNB clube, 1988.
Segundo a cantora Fhátima Santos:
"O único músico com quem já toquei em minha vida que toca minha alma. Quando a gente toca juntos me faz entender o verdadeiro sentido da Música. Toca com a alma."
Segundo Márcio Resende, saxofonista - Formado na Bercklee, aluno de Joe Lovano:
"Dihelson. Um dos maiores pianistas com quem já toquei na vida. Do nível dos melhores que saíram da Bercklee College de Massachussetts. Aprendeu a tocar assim no Crato aonde, meu filho ? tem isso lá ?"
Segundo João Senna, saxofonista - Fortaleza:
"Dihelson. O conheço muito bem ele é tudo isso que falaram e muito mais, chato arrogante quando quer. só que isso é muito dificil. mas a minha amizade com ele é tão grande que eu digo não pisem no calo dêle. Lento calmo perfeccionista, muito chato com afinação esse cara tem um ouvido bionico. Companheiro de quarto em New York, ele esqueceu de dizer que é grande amigo do maior pianista do mundo e as vezes toca como ele. MICHEL CAMILO. Nossas fotos abraçado com ele na maior boite de new york Iridium. Dihelson é capaz de mandar vc. executar apenas três notas no piano,e improvisa-las o tempo que quiser e com a maior consciência harmonica. o Dihelson tem a alma do Frederik Gulda. Começa tocando classico e termina tocando jazz."
Segundo a Prof. Nelma ( Pianista e professora de piano Clássico da UECE formada na Europa ):
"Quando ele toca Chopin, o som flutua, e a gente é forçado a entrar em transe, que só se desliga quando a peça termina."
Segundo Assis Batista ( saxofonista - Fortaleza, após assistir ao concerto em comemoração aos 250 anos de Mozart ):
"No Concerto do Mozart 250 anos, o Dihelson falou melhor alemão do que qualquer alemão, pois sem dizer uma só palavra em alemão, conseguiu dizer no piano, exatamente o que Mozart quis dizer ao escrever aquelas composições, e ainda fez mais. Improvisou na música de Mozart dentro de várias linguagens musicais à sua escolha!"
Segundo GLAUCO VIEIRA ( Prof. Músico Crato )
"Poder cultivar amizade com Dihelson é no mínimo aprender um pouco de música viva, da grande Arte. Esse irmão-artista-poeta-engenheiro-visionário é um Da Vinci perdido no Crato. Ou talvez sua cultura universal não se entende com qualquer conceito de regionalismo ou Cariri. Nosso amigo é uma grande pássaro noturno, captura a magia do invisível a vôos largos".
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Todo mundo tem uma opinião, e cada um atinge e vê aquilo que seu status e conhecimento atual permite.
Abraços,
Dihelson Mendonça
Querido Marcos, faíscas de idéias conflitantes à parte, como amigo, eu o convido para estar lá no show do Sábado. Espero não haver muitos "clichés"... rs rs rs
ResponderExcluirAbraços,
Dihelson Mendonça
A caravana passa e nada muda, minha opinião continua a mesma.
ResponderExcluirEu não sei tocar não. Mas eu toco.
Eu não sei escrever não. Mas eu escrevo.
Eu nãos sei criticar não. Mas eu critico.
Quem achar ruim, que mude de canal, quem vive de ibop é novela, quem me achar antipático, verborrágico, prepotente, ou sei lá o quê, que use o dedo e se vista pelo avesso.
Qualquer dia desses eu faço questão de ir à sua casa, tocar, e trocar idéias, ou tentar um ataque terrorista musical, rsrsrsrs.
Estarei lá sim e caso você me surprenda realmente eu faço questão de escrever sobre, caso não, deixe para lá. Apesar d'eu gostar imensamente da sua postura no front.
Aí vai uma lista de grandes personalidades que opinaram sobre a minha pessoa:
SOBRE MARCOS LEONEL
Segundo Plácido Cidade Nuvens, Reitor da URCA: "...(pausa para buscar na memória) Hummm, esse cara pediu agora reitegração no curso de letras, não é isso mesmo?! Não termina esse curso nunca...
Segundo Lupeu Lacerda, autor de livros poéticos e pornográficos, mais conhecido como The Lupas: "Esse gordo filho da puta andou roubando umas coisas minhas, depois publicou como sendo dele. Depois ele alegou que eram citações. Tem nada não, a gente é amigo de muito tempo."
Segundo Wilson Bernardo, poeta, fotógrafo e escultor maldito, velho companheiro de front: "Alcatraz! Alcatraz! Alcatraz! Se mudou agora, saiu da casa do cachorro pra casinha do gás! Alcatraz"
Segundo Calazans Callou, compositor e músico, funcionário público nas horas vagas, autor de grandes sacadas cínicas: "Lubisome!! Conheço! Num toca porra nenhuma, mas tem um equipamento massa... (arregalando os ói, depois, risadas coletivas)"
Segundo Carlos Rafael, poeta e historiador, velho companheiro de front: "Conheço sim, desde as horas do almoço no velho parque. O problema são as amizades, que deixam o cara confuso. Tem uns relacionamentos esquisitos com pessoas mortas: Coltrane, Zappa, Elis, Rasahn Roland Kirk, Sergio Sampaio e um tal de Rei Dada."
Segundo Hitler, figura polêmica e de paradeiro ignorado: "Não passa de um judeu. Se não for judeu, é minoria, tem que ser exterminado."
Segundo Chê, dispensa apresentações, "Traiu o movimento"
Segundo Lampião, no meio do tiroteio, "A mira dele né boa não, mas atira para todo lado."
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Quem precisa de cartão de visita
é corretor de imóveis.
abraços
Êi, "lubsome", deixe de comédia, "sacada cínica...", está copiando Rafael em dizer que eu sou o "doce canalha", Cláudia deu uma prensa nele...!!!!você já está tocando direitinho, eu é que continuo no "xacumdum", e copiando o copiado, aliáis esse é o título do meu show, quer dizer, se isso se pode chamar de show.
ResponderExcluirValeu bicho, você realmente é o cara que atira pra todo lado. Mas quem não atira????
Abraços.